Li no blog “por um novo Brasil”, de Jussara Seixas, esse artigo a seguir transcrito, publicado hoje no jornal “O Estado de São Paulo”:
PAÍS ESTÁ PRÓXIMO DO PATAMAR MAIS ALTO
CIDADES COM BAIXO DESENVOLVIMENTO CAÍRAM PARA 3,7% EM 2005
Com índice de 0,7129, o Brasil se aproxima da faixa considerada de alto desenvolvimento (0,8 a 1,0). Os dados da Firjan mostram evolução acelerada nessa direção, principalmente entre as cidades com os piores indicadores.
A proporção de municípios de baixo desenvolvimento (0 a 0,4) despencou de 18,3% em 2000 para 3,7% em 2005. No período, o número de cidades na faixa mais alta saltou de 0,3% para 4,0%. Na de moderado desenvolvimento (0,6 a 0,8), a proporção subiu de 30,1% para 44,9%. Só no intervalo entre 0,7 a 0,8, a fatia dobrou: de 7,6% para 15,9%.
O trabalho mostrou que 87,9% dos municípios melhoraram entre 2000 e 2005. Mas houve retrocessos. Macureré (BA) teve variação negativa, recuando 37,27% em 2005. Na lista das dez que mais andaram para trás, onde predominam Norte e Nordeste, chama a atenção Bocaina do Sul (SC), cujo índice teve queda de 27,64%.
Apesar dos esforços recentes de descentralização econômica, o Brasil ainda se divide entre um centro-sul desenvolvido e Norte e Nordeste atrasados. Enquanto Sul e Sudeste concentram 480 das 500 melhores cidades do ranking - sendo 3/5 delas paulistas -, 421 cidades do fim da lista são nordestinas.
A melhor cidade do País é Indaiatuba (SP), com 0,9368. Apesar de não ter atingido a nota máxima em nenhum dos quesitos, ela obteve o melhor equilíbrio entre educação, saúde, emprego e renda. Na outra ponta, a baiana Santa Brígida amargou a 5.559° posição, com 0,2933. Bahia, Maranhão e Piauí reúnem juntos 86 dos 100 piores municípios do ranking. Sul, Sudeste e Centro-Oeste estão no topo da lista.
O ranking das capitais também reproduz esse desequilíbrio. Na lista, liderada por Curitiba (0,8510), a capital nordestina na melhor posição é Aracaju, em 9º. No fim da relação, predomina o Norte: Porto Velho, Rio Branco e Macapá são as três últimas.
Por outro lado, são dois Estados do Norte que apresentam os maiores avanços. Tocantins subiu de 0,4974 para 0,6365. A variação de 27,97% o levou a mudar de patamar e alcançar o grupo de desenvolvimento moderado. Amazonas quase chegou lá: foi de 0,4785 para 0,5909, crescimento de 23,49%. Manaus foi a capital que mais avançou: atingiu em 2005 0,7190 (salto de 30,01%).
"É natural que os maiores avanços ocorram na base do ranking, uma vez que é mais fácil dar grandes saltos nesses casos do que naqueles que já apresentam alto desenvolvimento", afirmou Patrick Carvalho, da Firjan. Para o economista, os dados poderão ser aplicados a uma série de estudos sociais no Brasil e servirão como ferramenta de controle dos eleitores sobre o desempenho dos governantes. "Sem medição, não há gerenciamento."
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