sexta-feira, 28 de maio de 2010
PETROBRAS PODERÁ SER A MAIOR EMPRESA DO MUNDO
TUCANOS E DEMOS FRUSTRADOS POR NÃO TEREM CONSEGUIDO VENDER (POR BAIXOS VALORES) TOTALMENTE A EMPRESA PARA AS PETROLEIRAS ESTRANGEIRAS NO GOVERNO FHC/PSDB/PFL-DEM. OUTRO CONCEITO A DESTACAR É QUE O SUCESSO DE HOJE E SEU GRANDE FUTURO ACENDE A LUZ AMARELA. A TRADICIONAL COBIÇA ESTRANGEIRA PODERÁ LEVAR O BRASIL A SER ALVO MILITAR, COMO O IRAQUE E O IRÃ.
"A Petrobras tem a oportunidade de dar um novo salto de escala que poderá levá-la ao patamar de maior empresa do mundo
"O futuro da Petrobras está no pré-sal ou no pré-sal".
RODOLFO LANDIM
O Ano era 1988. Eu trabalhava na Petrobras, no antigo Departamento de Produção, e recebi a incumbência de coordenar as estimativas do Plano Plurianual, um retrato do que deveríamos esperar em termos de produção de óleo e gás e dos recursos que iríamos necessitar para esse fim nos próximos dez anos.
A princípio, algo rotineiro, já que esse esforço era realizado todos os anos. Mas dessa vez queríamos fazer mais e melhor.
Além de obter os subsídios dos geólogos e engenheiros de reservatório responsáveis por cada campo de petróleo já descoberto, precisávamos procurar retratar matematicamente quais as expectativas que tínhamos a respeito dos campos ainda não descobertos; ou seja, aqueles que estatisticamente esperávamos descobrir e que, assim como no caso dos campos existentes, demandariam por significativos recursos humanos, físicos e financeiros para o seu desenvolvimento.
O primeiro desafio foi aproveitar na íntegra o fantástico trabalho elaborado no antigo Departamento de Exploração chamado de "Matrizes de Descobertas". Nele, estavam retratadas as probabilidades de descobertas em cada horizonte de todos os poços pioneiros (os que são perfurados com o objetivo de descobrir novas jazidas) incluídos no planejamento da Petrobras.
Os tempos eram outros, as bases de dados, quase propriedades individuais de cada técnico, e ainda por cima de departamentos distintos, mas o trabalho de cooperação foi enorme. Foram três meses de trabalho em ritmo enlouquecedor, mas o mais gratificante estava por vir, e foram os impressionantes resultados.
A Petrobras havia feito nos últimos três anos suas primeiras descobertas de campos gigantes em águas profundas com Marlim e Albacora e começava a se estruturar para os novos desafios que teria que enfrentar para colocá-los em produção. Mas o grande foco operacional ainda era mesmo a atividade terrestre, onde eram perfuradas várias centenas de poços de desenvolvimento por ano e no que chamamos hoje de águas rasas, que, para a época, não eram tão rasas assim.
Pois bem, o trabalho demonstrou que o potencial nas águas profundas era tão grande, além de as produtividades esperadas para os poços a serem lá perfurados serem tão mais elevadas, que certamente a Petrobras começava a descortinar ali uma oportunidade de alcançar em futuro próximo outro patamar de importância no cenário mundial.
Também ficou claro que seria necessária uma grande mudança de foco na companhia, preparando-a para sair de uma atividade intensiva em poços de baixa produtividade e redirecionando seus recursos para esse novo, mais difícil e concentrado tipo de esforço que certamente a levaria a saltos de produção.
Lembro-me que, ao discutir com a equipe qual deveria ser o recado de impacto da primeira transparência da nossa apresentação para Alfeu Valença e Walter Formosinho, os nossos dois superintendentes à época, resolvemos colocar: o futuro da Petrobras está em águas profundas ou águas profundas. Resumindo, aquele era um caminho inexorável a ser seguido, e a companhia precisava o mais cedo possível se reestruturar para isso.
Hoje os tempos são outros, os desafios tecnológicos, idem, mas o cenário não difere muito do de 1988.
A realidade é que a Petrobras tem novamente em suas mãos a oportunidade de dar um novo salto de escala, que, desta vez, poderá levá-la em relativamente pouco tempo ao patamar de maior empresa do mundo.
Não se trata de bravata ou ufanismo inconsequente. É só a conclusão a que chego a partir de fatos e dados que temos hoje. É necessário, para isso, pensar grande e colocar o foco gerencial no que é essencial, orientando e dando recursos à competente e apaixonada equipe técnica da empresa para buscar a solução dos novos desafios que o pré-sal traz.
Não estamos mais em 1988, e o desenvolvimento da produção dos campos convencionais em águas profundas foi o sucesso que o mundo inteiro testemunhou. Mas, se Alfeu e Formosinho fossem ainda hoje os meus superintendentes e me dessem a mesma tarefa, não teria dúvidas de começar a apresentação, agora no PowerPoint, da seguinte forma: 'O futuro da Petrobras está no pré-sal ou no pré-sal'."
FONTE: escrito por RODOLFO LANDIM, engenheiro civil e de petróleo, conselheiro da Smith International e da Wellstream. Trabalhou na Petrobras, onde, entre outras funções, foi diretor-gerente de Exploração e Produção e presidente da Petrobras Distribuidora [título e 1º parágrafo colocados por este blog].
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