Luciano Coutinho, presidente do BNDES
Por Vinícius Lisboa, repórter da “Agência Brasil”
“O presidente do ‘Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social’ (BNDES), Luciano Coutinho, disse segunda-feira (17) que a
economia brasileira e a de parte da América Latina poderão se adaptar às
mudanças na política monetária norte-americana sem interromper o crescimento.
O BNDES sedia até terça o encontro “Inovação e Mudança Estrutural na América Latina e no Caribe: Estratégias para um Desenvolvimento Regional Inclusivo”, com a presença de ministros de Ciência e Tecnologia de 20 países do continente e da “Comissão Econômica para a América Latina e Caribe” (CEPAL).
Coutinho defendeu, no entanto, que é
preciso planejar para que as mudanças não se tornem ruptura para o crescimento:
"Isso exige pensar estratégias,
dentre elas a busca por maior inovação e a criação de uma base de exportações
mais diversificada. E também a ampliação dos investimentos em infraestrutura,
inclusive de integração dentro da América Latina, infraestrutura de energia e
infraestrutura de logística, de maneira a tornar mais dinâmico o mercado de
comércio e de investimento intralatino-americano", analisou.
O presidente do BNDES também afirmou
que é preciso fazer uma avaliação cautelosa das mudanças, que classificou de
gradualistas: "Eu vejo que há também
um processo de superdramatização dessa perspectiva. O que estamos enfrentando é
um processo muito mais gradualista e moderado do ajuste da política monetária
americana, do que um abrupto e radical. Portanto, em toda a projeção, é preciso
ter cautela e não fazer previsões drásticas a respeito dos mercados e do acesso
aos mercados no futuro imediato".
"Esse processo gradualista permite uma adaptação: o que tivemos até o
momento de pressão sobre a taxa de câmbio foi bastante moderado e, portanto,
perfeitamente administrável", disse ele. Enfatizou que, apesar do
cenário não tão favorável, neste semestre as captações das empresas brasileiras
no exterior com a oferta pública de ações devem atingir o valor recorde de
US$10,5 bilhões.
Durante sua apresentação, na
abertura da reunião, Coutinho enumerou outros desafios da região, como a
necessidade de ganhar mais competitividade e a de lidar com um crescimento
demográfico mais lento, que afeta a oferta de mão de obra no mercado de
trabalho e requer maior automatização da indústria.
O secretário executivo do Ministério
de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luiz Antônio Elias, destacou que a geração
local de conhecimento é um exemplo dado pelos norte-americanos e que precisa
ser seguido: "Se não se conseguir um
resultado em torno dessa questão, teremos muitos problemas, teremos problemas
de atraso e de especialidade em recursos naturais e de especialidade em
mineração. A ideia é que a gente consiga dar um salto em qualidade, e esse
salto é dado pela ciência, é dado pela capacidade de geração de conhecimento
local".
Elias apontou a área de
biotecnologia como uma das que mais têm a ganhar com a cooperação entre os
países da América Latina: "Os países
da região, especialmente os da Amazônia, só terão a ganhar se a gente fizer um
intercâmbio forte na área da biodiversidade, e na área da saúde, usando toda
aquela farmacologia existente, traduzida em benefício para a população".
A integração também foi defendida
pelo diretor-geral do Conselho Nacional de Tecnologia do México, Enrique
Cabrero, e pelo Ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva da
Argentina, Lino Barañao, que participou por videoconferência, como o Ministro
de Ciência e Tecnologia do Brasil, Marco Antônio Raupp. Outro benefício da
inovação tecnológica destacado pelos ministros foi a possibilidade de ajudar na
inclusão social e no bem-estar social.”
FONTE: escrito por Vinícius Lisboa, repórter
da Agência Brasil (edição de José Romildo) (http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-06-17/brasil-adapta-se-novo-cenario-externo-sem-interromper-crescimento-diz-presidente-do-bndes). [Imagem do Google adicionada por este blog
‘democracia&política’].
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