Amaral, do PSB: “Aécio é nosso aliado porque é nosso adversário direto", entende?
[A GANÂNCIA IRRACIONAL DA DIREITA PARA VOLTAR AO PODER É UMA LOUCURA. ATÉ O LONGO, TRAGICÔMICO E BADALADO SHOW NO STF MOSTROU ISSO. AGORA, OUTROS LOUCOS DELIRANTES COM SEDE DE PODER TRAEM SEUS PRINCÍPIOS E ENTRAM NA ENSANDECIDA DANÇA. VALE TUDO. A TRAIÇÃO É MERO DETALHE]
Por Fernando Brito
"O simpático professor Roberto Amaral, vice-presidente do PSB, deu uma entrevista ao 'Estadão' que é um primor.
Para não ser injusto com Amaral, desde sempre um militante fiel de um socialismo confuso, vou transcrever o que ele disse,pedindo muito cuidado ao repórter, depois traduzo:
“Eu lhe peço que use palavra por palavra porque é uma questão delicada. Se eu não explicar bem, cria problema. A eleição é em dois turnos. E há uma questão acaciana. No segundo turno, só estarão dois candidatos. Quando fazemos a aliança política com o Aécio, estamos pensando no segundo turno, porque temos a certeza de que vamos para o segundo turno e precisamos atrair o eleitorado do Aécio. Mas, para eu ir para o segundo turno – volta de novo o conselheiro Acácio -, haverá antes o primeiro turno. Pelo quadro de hoje, existem três candidatos, e a Dilma está no segundo turno. Assim, sobram dois candidatos para uma vaga: Aécio e Eduardo Campos. Ou seja, temos uma aliança política com o Aécio, mas ele é nosso adversário natural, direto. Parto do pressuposto de que não vamos os dois para o segundo turno. Então, vamos disputar entre nós quem é que vai. Temos que fazer uma aliança política que não nos afaste do eleitorado dele e torne mais fácil trazer parte do eleitorado dele para nós, já no primeiro turno, convencendo esse eleitorado da maior viabilidade do Eduardo Campos para disputar o segundo turno. É mais fácil o eleitorado dele votar em nós do que na Dilma.”
Ah, professor…Tantos anos de lutas, para chegar a esse ponto?
Se Aécio é um adversário, não é um aliado. Se é um aliado, não é um adversário.
Mas, neste caso, das duas uma: o senhor diz que Eduardo Campos quer enganar os eleitores de Aécio Neves, se mostrando parecido com ele, mas sabendo que não tem nada a ver e, depois de “papar” os votos aecistas mostrar que é totalmente diferente, ou, pior ainda, está confessando que os dois estão “combinadinhos” num esquema “qualquer um dois dois que vá, vai combinado de governar com o outro” e, nesse caso, têm uma visão comum, de aliados de verdade, por significarem variações de uma mesma coisa.
É esse o conceito que o senhor tem de aliança?
“Colar” no outro para conseguir uma posição vantajosa e, depois disso, virar-lhe as costas para ficar com tudo para si?
Será isso a “nova política”?
O senhor diz que Eduardo Campos deve ”conquistar eleitores tucanos desde o primeiro turno, mostrando-se como opção melhor que Aécio para enfrentar a petista no segundo”
É isso? É o “para tirar Dilma e Lula, serve qualquer um”? Igualzinho o que pensa Fernando Henrique Cardoso?
Eu não sou petista, não me melindro pessoalmente, mas vejo o senhor falar apenas palavras de ódio e de rancor contra o PT, quando o senhor, seu partido e seu candidato, Eduardo Campos, sempre foram tratados por eles com respeito e consideração? Serviram para ter ministérios até quatro ou cinco meses e agora são a personificação do diabo, que vale até se vender ao eleitorado do adversário como aliado, como mais capazes de fazer o “serviço sujo” de eliminá-los?
Até porque, há cinco meses atrás, o senhor não pensava assim, e declarou ao jornal "O Povo" – de sua terra, o Ceará - “Contra quem eu preciso disputar? Contra o Aécio. É ele que eu preciso afastar e impedir o crescimento”. E aí o Dudu Campos veio correndo, o desautorizou e enquadro e o senhor se sai agora com esse “adversário aliado”?
Que vergonha!
Professor, sua trajetória de evolução, desde seus tempos de udenista antiGetúlio ao PCB, merece mais respeito do que, agora, na sua fase outonal, sugerir que o que seria de esquerda deve fingir-se de direita para atrair o voto direitista como mais capaz de derrotar a esquerda e, para isso deve aliar-se ao adversário, ao ponto de combinar candidaturas, dividir currais e eleitorais e afinar um discursinho que não desafina uma nota sequer?
Tenha paciência, professor, nem com toda a boa-vontade do mundo dá para deixar de dizer que o senhor se passou.
A traição gera uma culpa terrível, que de tal forma confunde a mente de quem trai que ele quer ver a sordidez como heroísmo.
Mas não é, professor, a não ser para ele mesmo, na solidão que a história reserva aos que traem."
FONTE: escrito por Fernando Brito em seu blog "Tijolaço" (http://tijolaco.com.br/blog/?p=15037). [Título e trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].
Por Fernando Brito
"O simpático professor Roberto Amaral, vice-presidente do PSB, deu uma entrevista ao 'Estadão' que é um primor.
Para não ser injusto com Amaral, desde sempre um militante fiel de um socialismo confuso, vou transcrever o que ele disse,pedindo muito cuidado ao repórter, depois traduzo:
“Eu lhe peço que use palavra por palavra porque é uma questão delicada. Se eu não explicar bem, cria problema. A eleição é em dois turnos. E há uma questão acaciana. No segundo turno, só estarão dois candidatos. Quando fazemos a aliança política com o Aécio, estamos pensando no segundo turno, porque temos a certeza de que vamos para o segundo turno e precisamos atrair o eleitorado do Aécio. Mas, para eu ir para o segundo turno – volta de novo o conselheiro Acácio -, haverá antes o primeiro turno. Pelo quadro de hoje, existem três candidatos, e a Dilma está no segundo turno. Assim, sobram dois candidatos para uma vaga: Aécio e Eduardo Campos. Ou seja, temos uma aliança política com o Aécio, mas ele é nosso adversário natural, direto. Parto do pressuposto de que não vamos os dois para o segundo turno. Então, vamos disputar entre nós quem é que vai. Temos que fazer uma aliança política que não nos afaste do eleitorado dele e torne mais fácil trazer parte do eleitorado dele para nós, já no primeiro turno, convencendo esse eleitorado da maior viabilidade do Eduardo Campos para disputar o segundo turno. É mais fácil o eleitorado dele votar em nós do que na Dilma.”
Ah, professor…Tantos anos de lutas, para chegar a esse ponto?
Se Aécio é um adversário, não é um aliado. Se é um aliado, não é um adversário.
Mas, neste caso, das duas uma: o senhor diz que Eduardo Campos quer enganar os eleitores de Aécio Neves, se mostrando parecido com ele, mas sabendo que não tem nada a ver e, depois de “papar” os votos aecistas mostrar que é totalmente diferente, ou, pior ainda, está confessando que os dois estão “combinadinhos” num esquema “qualquer um dois dois que vá, vai combinado de governar com o outro” e, nesse caso, têm uma visão comum, de aliados de verdade, por significarem variações de uma mesma coisa.
É esse o conceito que o senhor tem de aliança?
“Colar” no outro para conseguir uma posição vantajosa e, depois disso, virar-lhe as costas para ficar com tudo para si?
Será isso a “nova política”?
O senhor diz que Eduardo Campos deve ”conquistar eleitores tucanos desde o primeiro turno, mostrando-se como opção melhor que Aécio para enfrentar a petista no segundo”
É isso? É o “para tirar Dilma e Lula, serve qualquer um”? Igualzinho o que pensa Fernando Henrique Cardoso?
Eu não sou petista, não me melindro pessoalmente, mas vejo o senhor falar apenas palavras de ódio e de rancor contra o PT, quando o senhor, seu partido e seu candidato, Eduardo Campos, sempre foram tratados por eles com respeito e consideração? Serviram para ter ministérios até quatro ou cinco meses e agora são a personificação do diabo, que vale até se vender ao eleitorado do adversário como aliado, como mais capazes de fazer o “serviço sujo” de eliminá-los?
Até porque, há cinco meses atrás, o senhor não pensava assim, e declarou ao jornal "O Povo" – de sua terra, o Ceará - “Contra quem eu preciso disputar? Contra o Aécio. É ele que eu preciso afastar e impedir o crescimento”. E aí o Dudu Campos veio correndo, o desautorizou e enquadro e o senhor se sai agora com esse “adversário aliado”?
Que vergonha!
Professor, sua trajetória de evolução, desde seus tempos de udenista antiGetúlio ao PCB, merece mais respeito do que, agora, na sua fase outonal, sugerir que o que seria de esquerda deve fingir-se de direita para atrair o voto direitista como mais capaz de derrotar a esquerda e, para isso deve aliar-se ao adversário, ao ponto de combinar candidaturas, dividir currais e eleitorais e afinar um discursinho que não desafina uma nota sequer?
Tenha paciência, professor, nem com toda a boa-vontade do mundo dá para deixar de dizer que o senhor se passou.
A traição gera uma culpa terrível, que de tal forma confunde a mente de quem trai que ele quer ver a sordidez como heroísmo.
Mas não é, professor, a não ser para ele mesmo, na solidão que a história reserva aos que traem."
FONTE: escrito por Fernando Brito em seu blog "Tijolaço" (http://tijolaco.com.br/blog/?p=15037). [Título e trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].
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