sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

TÉCNICAS VIOLENTAS DE INTERROGATÓRIO

Li no jornal Correio Braziliense esta reportagem de Rodrigo Craveiro:

O centro de detenção da base naval americana de Guantánamo (Cuba) já hospedou mais de 750 detentos desde janeiro de 2002. As fotografias das celas a céu aberto que rodaram o mundo por muito tempo agora dividem espaço com ervas daninhas e iguanas.

Até mesmo os hangares onde os prisioneiros foram tratados como cães estão praticamente vazios. Hoje, a maior parte dos acusados está em duas prisões modernas construídas, parecidas com as penitenciárias de alta segurança dos Estados Unidos.

Cerca de 60 prisioneiros foram absolvidos da denominação “combatente inimigo”, que, segundo o Pentágono, justificava a detenção. Mas continuam trancados porque não podem voltar para seus países de origem, que se recusam a acolhê-los.

A prisão de Guantánamo é também conhecida pelas salas de interrogatório. Segundo o relato da maioria dos prisioneiros libertados, durante os questionamentos eles são maltratados e torturados: privação de sono, exposição a temperaturas extremas, música em altíssimo volume e a obrigação de permanecer durante horas em posições incômodas.

Muitos relataram também que os guardiões os impediam de rezar ou que eram submetidos constantemente a revistas corporais íntimas e a insultos.

Situada em uma base naval sob a administração norte-americana, que Washington aluga de Cuba desde 1903, a prisão é invisível para a maior parte das zonas habitadas da baía de Guantánamo. Os EUA obtiveram o terreno depois de ajudarem os cubanos a derrotar as forças espanholas, no final do século 19, o que levou à independência da ilha.

O acordo prevê que a terra só pode ser devolvida por razão de abandono ou por consentimento mútuo. Pela utilização do lugar, os EUA pagam a Cuba US$ 5 mil anuais.

Além dos 750 militares presentes na base, mais de 2,5 mil estrangeiros, em sua maioria filipinos e jamaicanos, trabalham lá, em particular na prisão. Três imigrantes cubanos também vivem no local.

Depois que três detentos cometeram suicídio em junho de 2006, as regras da prisão ficaram mais rígidas. Apenas em março daquele ano militares norte-americanos divulgaram os nomes e nacionalidades das pessoas mantidas na base.”

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