sexta-feira, 8 de outubro de 2010

CEARÁ LIDERA CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL NO BRASIL


"Com alta de 36,6%, o setor de alimentos e bebidas foi o que mais contribuiu positivamente para o resultado alcançado pela indústria cearense no oitavo mês deste ano (foto de Silvana Mangano)

O AVANÇO DE 17,4%, APURADO EM AGOSTO, COLOCOU O CEARÁ BEM ALÉM DA MÉDIA NACIONAL, QUE FICOU EM 8,9%

A produção industrial do Ceará registrou o maior crescimento do País em agosto na comparação com igual mês do ano passado. O avanço foi de 17,4%, superando inclusive o Espírito Santo (15%) e ficando bem além da média nacional (8,9%). De janeiro a agosto de 2010 o incremento da produção cearense, em relação ao mesmo acumulado de 2009, foi de 16,6%, superior também à expansão brasileira (14,1%) e o sexto maior avanço em relação às 14 regiões pesquisadas pelo IBGE, na Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Regional, referente a agosto.

Dentre todas as regiões analisadas, o Ceará foi um dos cinco estados que registrou aumento na produção entre julho e agosto deste ano. A produção industrial cearense ajustada sazonalmente avançou 0,8% em relação ao mês imediatamente anterior, após ter experimentado recuo de 1,5% em julho. Os outros estados com aquecimento na produção de agosto face a julho são Pará (2,4%), Rio de Janeiro (1,6%), São Paulo (1,3%) e Santa Catarina (0,1%).

Nove regiões apresentaram recuo no comparativo mensal (julho-agosto): Paraná, (-7,2%), Goiás (-4,8%), Rio Grande do Sul (-4,3%), Pernambuco (-4,0%), Amazonas (-3,0%), região Nordeste (-1,9%), Bahia (-1,7%), Espírito Santo (-1,1%) e Minas Gerais (-0,1%). A produção nacional também teve redução média de -0,1%. O recuo mais acentuado do Paraná, segundo a pesquisa, foi influenciado principalmente pela paralisação técnica ocorrida no setor de refino de petróleo e produção de álcool.

Na comparação entre o segundo e o primeiro quadrimestres de 2010 - maio a agosto em comparação com os quatro primeiros meses do ano - apenas Ceará e Paraná apresentaram ritmo mais intenso da atividade industrial. O ganho de dinamismo da indústria cearense é evidenciado pela elevação do índice quadrimestral de 15,3% para 17,8%. Já o Paraná apresentou alta de 11,6% para 23,9%.

SETORES

Em relação ao crescimento de 17,4% do indicador mensal (agosto 2010/2009), o estudo revela que o setor de alimentos e bebidas foi o que mais contribuiu positivamente (36,6%) em virtude do aumento na produção de castanha de caju torradas e refrigerantes.

Outras influências positivas ocorreram nos segmentos de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (208,9%), devido principalmente ao avanço na fabricação de transformadores; calçados e artigos de couro (9,0%), em função do aumento na produção de calçados de couro e de plásticos, ambos de uso feminino; e produtos químicos
(13,9%), impulsionado em grande parte pelo incremento na fabricação de vacinas para medicina veterinária e tintas e vernizes para construção.

Por outro lado, as duas pressões negativas foram registradas por têxtil (-4,3%) e metalurgia básica (-10,9%) em função, respectivamente, da menor fabricação de tecidos de algodão e vergalhões de aços ao carbono.

Com relação a expansão de 16,6% no acumulado do ano, as principais influências positivas vieram de alimentos e bebidas (15,0%), produtos químicos (30,9%), calçados e artigos de couro (16,9%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (60,3%), motivados, respectivamente, pelo aumento da produção de castanha de caju torradas; de vacinas para medicina veterinária; de calçados de plástico de uso feminino; e de transformadores. Na contra-mão, vestuário e acessórios foi a única atividade que assinalou recuo no acumulado dos oito primeiros meses do ano(-1,2%) em virtude da menor produção de camisas de malha de uso masculino.”

SETOR PASSA POR CICLO ASCENDENTE

Sem dúvida, estamos num ciclo ascendente do setor industrial. O crescimento vem acontecendo na indústria do Ceará desde o ano passado, variando para maior ou menor conforme o mês, em função de fatores sazonais. Naturalmente ele é fruto da expansão da economia como um todo. O setor industrial representa cerca de 25% da economia total do Estado. Para que ele cresça é necessário que a economia também venha crescendo.

O aquecimento da construção civil, do setor químico - especialmente da fabricação de tintas e vernizes - e da área de alimentos, em virtude do crescimento da demanda, tanto pelo aumento das exportações para Europa como pela elevação do consumo no mercado interno, que está mudando de perfil e adquirindo alimentos com maior valor agregado, são exemplos.”

FONTE: reportagem de Pedro Jorge Vianna, coordenador do Indi/Fiec, publicada no “Diário do Nordeste” (http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=863681)

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