sábado, 2 de outubro de 2010

ZÉ MANÉ & BETO RICHA

“O fotógrafo Moacyr Lopes Junior e a repórter Catia Seabra fizeram aquilo de que o presidente Lula não gosta: bom jornalismo [sic!?! Ou será o Serra que não gosta e já demonstrou isso iradamente inúmeras vezes?].

Flagraram o momento em que José Serra pediu a ligação e falou ao celular com Gilmar Mendes, no início da tarde de anteontem.

Poucas horas depois, o ex-presidente do Supremo faria um exótico pedido de vista, interrompendo o julgamento do recurso do PT contra a exigência de apresentação de dois documentos para votar. O placar já era então de 7 a 0 pela desnecessidade da dupla documentação.

Retomado ontem o julgamento, a exigência caiu por 8 votos a 2, mas Mendes, mesmo derrotado, aproveitou a sessão para marcar posição e mandar seus recados.

Sintomático, no entanto, foi seu comentário na véspera, antes de saber que o telefonema de Serra viria a público: "Daqui a pouco, apenas um desenho a lápis será necessário para provar que o Zé Mané é o Zé Mané".

O caso está resolvido, mas será preciso muito mais do que uma nova frase de efeito para desfazer a evidência de que um outro Zé, que nada tem de Mané, buscava no ministro, a quem chamou de "meu presidente", um aliado para reverter a tendência do julgamento.

Do episódio, fica reforçada a sensação de que os tucanos contavam com esse excesso legal para afastar uma parte dos mais pobres e menos instruídos das urnas.

[OUTRO ZÉ MANÉ]

E, por falar em Mané, o candidato tucano ao governo do Paraná, Beto Richa, vem contando com a mão da Justiça do Estado para barrar a divulgação de pesquisas eleitorais, entre elas duas feitas pelo Datafolha. O nome disso é censura.

Não se sabe se Richa será eleito. Mas, no decorrer da campanha, ele chegou a ser saudado como uma liderança emergente no país. De que tipo de líder estamos falando?

Com sua atitude obscurantista, o filho de José Richa está se revelando um político de província, uma figura tacanha e de pendores autoritários. Se o futuro do PSDB for esse, coitado do PSDB.”

FONTE: escrito por Fernando Barros Silva e publicado na Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0110201003.htm) [entre colchetes colocados por este blog].

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