O jornal Folha de São Paulo publicou ontem em seu editorial:
"Os principais índices de preço mostram acentuada redução das pressões inflacionárias nos últimos meses. O IGP-DI, calculado pela FGV, por exemplo, encerrou 2008 com deflação de 0,44%, apurada em dezembro.
O agravamento da crise e o desaquecimento abrupto da atividade doméstica, denotado pela forte queda da produção industrial em novembro, dificultam movimentos de repasse para os preços da queda do real em relação ao dólar -em torno de 40% no último trimestre de 2008.
Ademais, como elemento compensatório, a alta do dólar foi contrabalançada pela retração, numa média em torno de 50%, nos preços de bens agrícolas, minerais e energéticos.
Diante disso, os analistas esperam uma inflação mais acomodada neste ano, especialmente no primeiro trimestre. Segundo o boletim do Banco Central que reúne as estimativas de bancos e consultorias, o IPCA deverá registrar variação de 5% em 2009; o IGP-DI, de 5,5%; o IPC-Fipe, de 4,7%. Isso ocorreria mesmo levando em conta a aceleração, concentrada em despesas com escola e transporte, que costuma ocorrer no início do ano.
A queda nos preços dos produtos básicos (as commodities) e a desaceleração na demanda e no emprego, com renovação de férias coletivas nas montadoras, atuam para controlar a inflação e tornam pacífica a opção, já insinuada pelo BC, de reduzir a taxa de juros básica, hoje fixada em 13,75% ao ano.
Alguns defendem que a Selic deveria cair pelo menos três pontos percentuais neste ano -e de forma rápida, a fim de deter a marcha do pessimismo nas expectativas. O mercado futuro de juros confirma essa perspectiva. O contrato mais negociado, para janeiro de 2010, projeta taxa de juros de 11,9% ao ano.”
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