Li ontem no site “TERRA MAGAZINE”, do jornalista Bob Fernandes, a seguinte reportagem de Aloisio Milani:
“A diplomacia brasileira tem buscado diálogo com líderes árabes e israelenses para obter um cessar-fogo urgente na Faixa de Gaza.
Hoje, o assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, respondeu às críticas de que suas declarações sobre o conflito estariam em desacordo com o Itamaraty. Garcia defendeu que há "uma só" política e reivindicou novos mediadores da paz no Oriente Médio, onde os negociadores já estariam desgastados.
"Há uma linha de continuidade do Itamaraty, mas há também aspectos que são determinados pelos sucessivos governos", disse, em entrevista exclusiva ao Terra Magazine. "Vamos perder essa idéia de que essa política externa é absolutamente imutável.
Não. Ela tem uma linha de continuidade que foi preservada e com os traços particulares, que o governo Lula e o chanceler Celso Amorim imprimiram, são evidentemente diferentes daquelas adotadas no governo passado."
Garcia faz até uma referência direta ao artigo publicado por Carlos Brickman na Folha de S.Paulo, no qual o jornalista acusa o assessor de Lula de dividir a política externa brasileira. "Não existe ambiguidade. E essas tentativas de estabelecê-la já são históricas em setores da mídia brasileira. Na maioria das vezes, inclusive, com mentiras. Um caso típico é o artigo de esgoto que Carlos Brickman publicou. Ele tenta estabelecer uma duplicidade que seria decorrente de uma posição ideológica que eu teria e que seria diferente da posição histórica do Itamaraty."
Ouvido por Terra Magazine, o jornalista e consultor de comunicação, Carlos Brickman, rebateu Garcia: "Tirando a parte do insulto pessoal, que é uma bobagem, creio que ele avançou um pouco. O artigo teve o mérito de fazer com que ele declarasse, pela primeira vez, que o Brasil precisa defender a existência do Estado de Israel. E condena também a existência de foguetes contra Israel, em período que não é de guerra. Portanto, ele avançou um pouco depois de ler o artigo na Folha".
O assessor de Lula reiterou que a posição brasileira sobre os ataques israelenses é única e sobre ela que o Ministério das Relações Exteriores tem trabalhado. "Temos uma só posição. É aquela expressa pelo presidente Lula em Recife no fim de dezembro", disse. "Vale dizer qual foi: condenar os ataques por considerá-los uma reação desproporcional às condenáveis ações do Hamas e, em segundo lugar, propor um cessar-fogo imediato que permitisse criar um quadro favorável para negociações definitivas no Oriente Médio".
Indagado sobre qual seria a posição brasileira para resolver os conflitos, Marco Aurélio Garcia respondeu que é necessário um "Estado palestino com fronteiras seguras". "Não pode ser esse arremedo de Estado que vezes aparece. Um território totalmente cortado, descontínuo, com muros no meio, porque essa situação, inclusive, que tem provocado o radicalismo de determinadas facções como é o caso do Hamas. As reações do Hamas que nós condenamos - a de jogar foguetes sobre Israel - foram, em grande medida, provocadas pela situação insuportável da vida cotidiana em Gaza."
O governo brasileiro, segundo Marco Aurélio Garcia, faz a defesa "intransigente" da existência do Estado de Israel, criado em 1948 após decisão da Organização das Nações Unidas. "Insisto que o Estado palestino conviva pacificamente com o Estado de Israel, cuja existência e necessidade são incontestáveis", finaliza.”
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Um comentário:
Excelente blog. Iniciei um blog sobre temas semelhantes, o Transparência Ceará (http://talesbenigno.blogspot.com/)
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