quinta-feira, 13 de maio de 2010

PIB NO 1º TRIMESTRE SUPEROU 8% - "RITMO CHINÊS"

"Fazenda aponta ritmo chinês no PIB do 1º tri

Expansão nos primeiros meses do ano pode ter chegado a 2,1%, o que representa taxa anualizada de mais de 8%, diz secretário

Com o aquecimento da economia, Itaú amplia para 7,5% estimativa para o PIB do ano; governo vê ritmo menor nos próximos meses


O cenário de turbulência na Europa e o ciclo de alta de juros não serão suficientes para impedir o crescimento da economia brasileira acima da média.

Mantido o ritmo do nível de atividade nos três primeiros meses, a taxa anualizada indicaria alta de 8,5%, segundo o Ministério da Fazenda -padrão de crescimento da China.

A estimativa foi divulgada pelo secretário de Política Econômica, Nelson Barbosa. Para o ano todo, a previsão do governo é de alta de 5,5% para o PIB (Produto Interno Bruto).

Barbosa explicou que os dados preliminares indicam expansão de 1,8% a 2,1% no primeiro trimestre, quando comparada com os três últimos meses de 2009. Anualizada, essa taxa ficaria entre 7,5% e 8,5%, mas ele prevê uma desaceleração nos próximos meses.

Na série histórica do IBGE, a última vez em que o crescimento do PIB em um trimestre ficou acima de 2,1%, na comparação com os três meses anteriores, foi no quarto trimestre de 2007 -alta de 2,3% em relação ao período anterior.

Para a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o crescimento no ano será maior do que os 5,5% a 6% previstos pelo governo. Relatório divulgado ontem com projeções das instituições aponta avanço médio de 6,3%, em linha com previsão de pesquisa do Banco Central.

Há oito semanas, os economistas de mercado respondem pesquisa do Banco Central com revisão para cima na projeção do PIB. O último dado semanal, divulgado na segunda-feira, elevou a expectativa de crescimento para 6,26%.

O relatório de previsões do Itaú-Unibanco divulgado ontem sustenta maior otimismo. A instituição espera crescimento de 7,5% para a economia brasileira no ano de 2010. O texto aponta dinamismo crescente na economia.

O número oficial do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para o primeiro trimestre sai em junho.

Segundo Barbosa, a tendência é de diminuição do crescimento nos próximos meses. Ele considera as projeções acima de 6% exageradas. "É exagerado porque o primeiro trimestre tinha todos os incentivos e o aumento do funcionalismo. Continuaremos crescendo com uma taxa mais desacelerada."

As reavaliações para o crescimento da economia acima de 5,5% começaram a ser feitas pelo Banco Central em dezembro. No relatório de inflação divulgado no começo de abril, a instituição manteve a expectativa do PIB em 5,8%.

O FMI (Fundo Monetário Internacional) recalculou em abril a previsão do crescimento do Brasil de 4,7% para 5,5%. E aconselhou ao país um aperto maior na política fiscal para conter pressões inflacionárias.

O ritmo de crescimento do país passou a ser motivo de preocupação para o Ministério da Fazenda porque pode pressionar a inflação.

Essa preocupação levou o governo a estudar corte de gastos para reduzir o ritmo de crescimento sob controle e, com isso, evitar uma alta muito grande na taxa de juros, que subiu 0,75 ponto na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central."

FONTE: reportagem de GABRIEL BALDOCCHI publicada hoje (13/05) na Folha de São Paulo [título colocado por este blog].

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