quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

EM 12 MESES, A ALTA DO PIB BRASILEIRO É DE 3,7%

No último trimestre, a agropecuária cresceu 3,2%

Do UOL Economia

ECONOMIA DESACELERA E TEM CRESCIMENTO ZERO NO TERCEIRO TRIMESTRE

“A economia brasileira ficou estagnada no terceiro trimestre de 2011 na comparação com o segundo trimestre do ano, com a primeira queda no consumo das famílias em quase três anos, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (6), ao divulgar os dados do PIB (Produto Interno Bruto). O PIB é a soma de todas as riquezas produzidas no país.

Em termos de valores, o PIB alcançou R$ 1,05 trilhão entre julho e setembro, de acordo com as informações do IBGE.

No final de novembro, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, já havia dito que o crescimento da economia brasileira no terceiro trimestre poderia ficar em torno de zero.

O único setor que teve crescimento em relação ao trimestre anterior foi a agropecuária (3,2%). Indústria (-0,9%) e serviço (-0,3%) apresentaram queda.

Na comparação entre o terceiro trimestre e o segundo, o consumo das famílias, um dos motores da economia nos últimos trimestres, caiu 0,1%, a primeira queda desde o quarto trimestre de 2008.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2010, houve um crescimento do PIB de 2,1%, com destaque para a agropecuária (6,9%), serviços (2%) e indústria (1%).

Em 12 meses, a alta do PIB brasileiro é de 3,7%. No acumulado de 2011 até setembro, o crescimento é de 3,2%.

Além disso, o crescimento do segundo trimestre deste ano em relação ao primeiro trimestre foi revisto para baixo, de 0,8% para 0,7%. Já o crescimento do primeiro trimestre de 2011 em relação ao último trimestre de 2010 foi rebaixado de 1,2% para 0,8%.

COMO É FEITO O CÁLCULO DO PIB

O PIB é a soma das riquezas produzidas por um país durante um determinado período de tempo. A sua variação anual reflete o quanto a economia produziu a mais, ou a menos, que no ano anterior.

Para calcular o PIB, são considerados todos os bens e serviços produzidos em um país durante certo período. Isso inclui do pãozinho até o apartamento de luxo.

O índice só considera os bens e serviços finais, de modo a não calcular a mesma coisa duas vezes. A matéria-prima usada na fabricação não é levada em conta. No caso de um pão, a farinha de trigo usada não entra na contabilidade.

Um carro de 2010, por exemplo, não é computado no PIB de 2011, pois o valor do bem já foi incluído no cálculo daquele outro ano.”

FONTE: Portal UOL (http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2011/12/06/economia-desacelera-e-tem-crescimento-zero-no-terceiro-trimestre.jhtm). [imagem do Google e título adicionados por este blog ‘democracia&política’].

COMPLEMENTAÇÃO, por Fernando Brito:

"OS DOIS EXAGEROS"

“As manchetes dos jornais de ontem, quarta-feira (7), sobre o crescimento zero do PIB no terceiro trimestre de 2011, revelam equívoco e, indiretamente, a timidez em reagir às pressões políticas que nos desejam levar a uma estagnação econômica, a famosa “roda presa”.

O equívoco é tratar um índice – que, obrigatoriamente, registra uma variação passada – como um retrato do presente.

O exemplo clássico eu reproduzo aí na imagem.

Em 10 de junho de 2009, a Folha publicou em letras garrafais que o Brasil estava em recessão, com base no dado do IBGE sobre o PIB do primeiro trimestre daquele ano. O Globo publicou manchete idêntica. Dias depois, ambos os jornais publicavam matérias sobre a escassez de máquinas de lavar e outros eletrodomésticos provocada pelo forte consumo popular.

A recessão, literalmente, já era, quando se a noticiou. Ou pode-se dizer que, já ali, era uma “não-notícia”.

Da mesma forma, agora, todos sabem que a desaceleração de nossa economia, este ano, deveu-se à necessidade de reprimir as pressões inflacionárias reais e, sobretudo, à “inflação inflacionada” com que a mídia e os agentes do mercado pressionaram a opinião pública e, com isso, as próprias relações econômicas nos setores mais fortemente influenciáveis por este subjetivismo: os serviços, especialmente.

E isso teve peso importante sobre outros fatores reais que influenciaram a economia.

O primeiro, a falta de aumento real do salário mínimo, que permitiu certa corrosão no seu valor real, sobretudo a partir do segundo semestre, quando as perdas inflacionárias tornaram-se significativas.

O segundo, a elevação das taxas de juros iniciada no final de 2010 e potencializada pelas medidas macroprudenciais que restringiram – até mais do que encareceram – o crédito.

O terceiro, a necessidade de frear os gastos governamentais, especialmente quanto aos investimentos públicos.

Tudo isso estava, embora se possa discutir o grau com que foi feito, na agenda da política econômica do governo, como forma de “freada de arrumação” na economia brasileira.

Mas o que não estava nas contas, isto sim, era a crise europeia e americana que, a partir de julho/agosto, fez “transbordar” a dose de restrições que se procurava aplicar à atividade econômica.

Como se tem insistido aqui, ao contrário de “apressada e imprudente”, como todo o mercado e a mídia a qualificaram, a decisão de baixar os juros públicos foi demorada e, mais que tudo, tímida. Foi, porém, o que se pôde fazer para que os gestores da política monetária “pensassem fora da caixa”. Um escasso meio ponto de redução – quase nada tendo em vista as taxas que praticamos – bastou para serem condenados como “hereges” econômicos e, pior, acusados de sabujice em relação ao Governo.

Finalmente agora parece que se desperta no Governo a convicção de que a dose de restrição se tornou exagerada e é preciso compensar, e rápido, a contrapressão que se deu à economia. Sobretudo porque, quase todos já concordam, a inflação deixou de ser uma assombração e que uma obsessão por atingir exatamente a meta de 4,5% pode ser uma quimera paralisante, pois índices alguns décimos acima dela nunca foram problemas insanáveis para a estabilidade econômica.

Recessão, sim, seria. Mas não é o caso de pensar nisso, senão como cenário hipotético, porque a menos que ocorram situações de agravamento brutal da crise externa, nossas defesas são mais do que suficientes para controlar seus efeitos.

Dizer, portanto, que o país parou de crescer é algo que não descreve – nem mesmo nas manchetes de jornal – a base para um raciocínio correto sobre nossa economia.

A pergunta cabível, agora, é outra: com que velocidade e em que grau iremos retomar a aceleração econômica.”

FONTE: escrito por Fernando Brito no blog “Projeto Nacional”  (http://blogprojetonacional.com.br/os-dois-exageros/).

2 comentários:

Anônimo disse...

o "efeito lula" entre outras coisas fez com que algumas dezenas de milhoes de brasileiros entrassem para o mundo digital,e isso faz com que dificilmente se consiga manipular a mente desses que tem acesso a varias fontes de informacao.

viva os blogs e sites "sujos"!!

Unknown disse...

Empalador,
Você tem razão. O nº de usuários da internet tem crescido forte e exponencialmente no Brasil. Felizmente, pelo menos já não há monopólio da informação. Contudo, ainda falta muito para a internet ter o mesmo poder junto à população que os jornais, televisões e rádios reunidos. Além disso, dentro da internet também há a forte presença de portais e blogs da Globo, Folha/UOL, Estadão, Band.
Porém, a internet já permite ao usuário ter opções de sites de várias correntes, o que não é o caso das nossas televisões e jornalões, todos uníssonos de direita.
Maria Tereza