Super Tucanos
Por Vera Rosa, no “O Estado de São Paulo”Presidente se queixa com Barack Obama da decisão da Defesa americana de romper acordo para compra de aviões da Embraer
“Com o argumento de que os Estados Unidos sempre cobraram do Brasil "respeito a contratos", a presidente Dilma Rousseff disse ao colega norte-americano Barack Obama, na segunda-feira (9), que a situação se inverteu. "Como podemos fazer acordo na área de Defesa se o Congresso americano não respeita contratos?", perguntou a Obama, na Casa Branca, segundo relato da conversa obtido pelo “Estado”.
Dilma se referia a uma escalada de problemas que preocuparam o Brasil. O mais recente ocorreu em fevereiro, quando a Defesa dos EUA anulou a concorrência para compra de 20 aviões Super Tucano da Embraer. No auge da briga jurídica com a empresa Hawker Beechcraft, congressistas do Kansas ameaçaram até entrar com pedido de investigação internacional para apurar subsídio do Brasil à Embraer.
A justificativa para o cancelamento da licitação foi de “erros na documentação”, mas o Brasil viu no episódio mais um exemplo de pressão política. Em 2006, o Senado dos EUA já havia proibido a venda de aviões Super Tucano à Venezuela por causa dos “componentes americanos na aeronave”.
A Boeing, agora, quer fornecer 36 caças F-18 para a renovação da frota da Força Aérea Brasileira, mas deve ser preterida. A empresa americana instalou escritório em São Paulo, como sinal de interesse em parcerias com empresas brasileiras. Não há, porém, aprovação do Senado dos EUA à venda nem certeza de cumprimento da promessa de transferência de tecnologia ao Brasil. O País está inclinado a comprar caças Rafale, da francesa Dassault.
Obama disse a Dilma que a questão com a Embraer será resolvida. Mesmo assim, na conversa reservada com executivos americanos (CEOs), também na Casa Branca, Dilma bateu novamente na tecla sem rodeios. Quis saber como os EUA puderam romper o que seria o primeiro contrato com a Embraer, num valor tão pequeno.
Dilma destacou que o País é a sexta economia do mundo, o sétimo maior superávit comercial dos Estados Unidos e o terceiro maior comprador de títulos americanos, depois da China e do Reino Unido. "Somos um país que cumpre contratos e queremos que os contratos sejam cumpridos."
Apesar da cobrança da presidente, o ministro Fernando Pimentel (Indústria e Comércio Exterior) não esticou a polêmica. "É uma questão pontual, que será resolvida. Comércio é assim: passo a passo", amenizou. "Não há problemas maiores e não existe restrição (à Embraer). A empresa tem uma instalação que funciona na Flórida e está estudando outros negócios aqui."
IRÃ
Os temas Irã e Síria também foram abordados na conversa de Dilma com Obama. "Não podemos deixar a questão do Irã se transformar num incêndio", disse ela, de acordo com relatos de participantes do encontro.
A presidente manifestou preocupação com a tensão no Oriente Médio e no norte da África. Apesar da pressão de Washington, Dilma ponderou a Obama que ações militares e sanções econômicas ao Irã "são extremamente perigosas". Repetiu o mesmo argumento em jantar na Embaixada do Brasil, com a presença de políticos, empresários e acadêmicos. Diante das ex-secretárias de Estado Condoleezza Rice e Madeleine Albright, disse que o Irã tem o direito de desenvolver programa nuclear pacífico.
SÍRIA
Afirmou que o Brasil apoia a ação de Kofi Annan, enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria, e repudia a violência contra a população.”
FONTE: reportagem de Vera Rosa, no “O Estado de São Paulo”, transcrita no site “DefesaNet” (http://www.defesanet.com.br/geopolitica/noticia/5548/Dilma-cobra-que-EUA-honrem-contratos).
2 comentários:
EU não suporta mais os desmandos desta tal de EMBRAER APERTAPARAFUSOBRAS
12/04/2012: Embraer não tem mais interesse em turboélices comerciais
http://www.aereo.jor.br/2012/04/12/embraer-nao-tem-mais-interesse-em-turboelices-comerciais/
Probus,
Tenho certeza que a Embraer se arrepende de ter encerrado a linha dos EMB-120 Brasília nos anos 90. Ela não imaginou que, com as Guerras do Golfo e as crises econômicas mundiais, os turboélices voltariam a ter significativo mercado. Se a Embraer continuasse aperfeiçoando os Brasília, que já chegaram a dominar o mercado regional mundial nos anos 80, certamente hoje ela estaria nadando em maiores lucros.
Maria Tereza
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