quinta-feira, 12 de abril de 2012

EM HARVARD, DILMA COMPARA “BRASIS” PRÉ E PÓS-LULA

Dilma na Universidade de Harvard

Presidenta critica políticas econômicas adotadas por governos anteriores e ressalta que redução da pobreza cria necessidade de melhoria nos serviços públicos

“A presidenta da República, Dilma Rousseff, aproveitou a passagem terça-feira (10) por uma das universidades mais conceituadas dos Estados Unidos, “Harvard Kennedy School of Government”, para ressaltar as diferenças entre o Brasil após o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e o Brasil anterior à eleição do líder petista. Em uma fala mais uma vez centrada na questão econômica, ela disse que o país está bem preparado para enfrentar a crise internacional.

Durante 20 anos, aplicamos somente processos de ‘consolidação fiscal’. Melhor dizendo, ‘ajuste fiscal radical’. E tivemos extremas dificuldades de sair de um processo de estagnação, de crescimento baixo, de ausência de políticas sociais”, comparou, a exemplo da véspera, quando criticou especificamente as políticas neoliberais adotadas na década de 1990.

Dilma lembrou, ainda, que, antes de Lula, o Brasil dependia do Fundo Monetário Internacional (FMI). Hoje, é credor da instituição, que empresta dinheiro para a Europa, endividada e em recessão. Para ela, essa foi uma parte do processo para promover políticas sociais que ajudaram a fortalecer o mercado interno, base para o crescimento econômico atual.

A presidenta lembrou que 40 milhões de brasileiros deixaram a linha de pobreza, garantindo dinamismo à economia local, menos dependente da situação internacional. “Se não fosse por isso, um espirro aqui fora levava a uma pneumonia no Brasil”, afirmou, lembrando uma frase frequentemente citada pelo antecessor.

Para Dilma, essa classe média emergente leva à necessidade de mudar a noção de que os serviços públicos devem ser voltados exclusivamente à população de baixa renda. “Isso significa que o Estado brasileiro vai ser cobrado no sentido de assegurar qualidade do serviço público que jamais teve antes. O Brasil melhorou. Essas pessoas se tornam críticas, são capazes de reivindicar, e nós temos de dar a resposta.”

A presidenta lembrou a importância da educação neste novo processo, eleita como fator fundamental para que a nação possa ter processo sustentado de desenvolvimento e de inovação. Antes do evento em Harvard, Dilma firmou parcerias com o “Massachusetts Institute of Technology” (MIT) para a recepção de jovens brasileiros beneficiados pelo programa “Brasil Sem Fronteiras”, que tem como meta enviar 100 mil pós-graduandos ao exterior até 2014. “O que caracteriza o século 21 é assegurar que seja possível essa trajetória, em que o Brasil tem de correr muito para estar à altura dos desafios que se nos apresentam no caso da ciência, tecnologia e inovação.”

Voltando a citar problemas do passado, a presidenta lembrou que, ao assumir o Ministério de Minas e Energia, em 2003, 12 milhões de brasileiros não tinham acesso a energia elétrica. “Temos de, ao mesmo tempo em que tratamos de uma questão do final do século 19, assegurar rede de banda larga nas principais regiões e caminhar para tornar o Brasil um país ligado a toda a estrutura do futuro, que é essa economia do conhecimento.”

CRISE E DIREITOS HUMANOS

Ao citar a mudança de correlação de forças no mundo, Dilma afirmou sentir orgulho de comandar uma nação emergente que ajuda a sustentar o crescimento mundial em um momento de dificuldades. A exemplo da véspera, a presidenta advertiu que, embora algumas atitudes das nações desenvolvidas tenham sido acertadas, falta uma mudança de rumos para deixar de lado políticas recessivas. “Olhávamos o mundo com ótica eurocentrista ou só focada nos Estados Unidos. Hoje, o Brasil olha para seus vizinhos, olha para a região. Acreditamos que a cooperação com os latino-americanos e caribenhos é estratégica.”

Ao ser questionada por dois estudantes venezuelanos sobre quais conselhos daria ao presidente daquele país, Hugo Chávez, ela afirmou que não dá “palpites” sobre outras nações. Pressionada a comentar a questão dos direitos humanos na Venezuela, Dilma resumiu: “Não vou fazer luta política com direitos humanos”.

FONTE: portal do PT  (http://www.pt.org.br/noticias/view/em_harvard_dilma_compara_brasis_pre_e_pos_lula) [Imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

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