Jornalista Policarpo Junior, editor da “Veja”, apontado como integrante da quadrilha de Cachoeira
“O diretor da revista ‘Veja’ em Brasília será apontado como um dos integrantes da quadrilha do contraventor Carlinhos Cachoeira.
Conforme parlamentares da CPMI, as investigações comprovaram que ele não apenas usava a organização criminosa liderada por Cachoeira como fonte jornalística, mas também solicitava serviços à quadrilha, que iriam embasar as reportagens que a revista publicaria dias depois.
Por Najla Passos
“O relator da CPMI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), vai pedir o indiciamento do jornalista Policarpo Junior, diretor da revista “Veja” em Brasília, no relatório final que [está sendo ultimado] [...] no Senado. Para os parlamentares petistas que integram à CPMI, os documentos analisados nesses 180 dias de trabalho não deixam dúvida sobre o envolvimento do jornalista com a quadrilha do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. “É a posição que nós temos defendido desde o início das investigações”, afirma o deputado Dr. Rosinha (PT-PR), titular da Comissão.
A convocação de Policarpo para depor na CPMI gerou polêmica durante todos os trabalhos. Proposta reiterada várias vezes por parlamentares petistas e pelo senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), não conseguiu maioria entre os 32 membros titulares da Comissão. Só PT, PCdoB, PSB e PTB fecharam apoio, mas esses partidos contabilizavam apenas 11 votos. Contrários ao requerimento, os deputados da oposição (PSDB, DEM e PPS) contaram com o aval de PDT e PMDB, que acabaram como fiéis da balança em favor do jornalista.
Em agosto, estudo realizado pela assessoria técnica da CPMI do Cachoeira, a pedido do Dr. Rosinha, revelou que o diretor de “Veja” não apenas usava a organização criminosa liderada por Cachoeira como fonte jornalística, mas também solicitava serviços à quadrilha, que embasavam as matérias ditas “jornalísticas” que a revista publicava dias depois. “Este estudo demonstra envolvimento pessoal de Policarpo com a quadrilha, que foi muito além da relação jornalista-fonte. Ele deve, sim, explicações ao país”, disse, à época, o deputado.
O estudo não comprovou a participação direta de outros profissionais de “Veja”, incluindo a família Civita, com a quadrilha. Entretanto, deixou claro a que interesses serviam as matérias veiculadas pela publicação. Teve como base a análise das interceptações telefônicas realizadas pela Polícia Federal (PF), com autorização da justiça, nas “Operações Vegas” e “Monte Carlo”. Só na “Operação Monte Carlo” da PF, foram flagradas 42 ligações entre Policarpo e membros da quadrilha de Cachoeira.
Também pesou contra o jornalista a denúncia feita pelo juiz da 11ª Vara Federal de Goiânia, Alderico Rocha Santos, de que a esposa de Cachoeira, Andressa Mendonça, teria tentado chantageá-lo, em troca de vantagens para seu marido, com a divulgação, na revista, de um dossiê que o comprometeria. A “Veja” se defendeu afirmando, entre outras coisas, que não faz e não divulga dossiês.”
FONTE: reportagem de Najla Passos publicada no site “Carta Maior” (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21288).
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