O primeiro-ministro Manmohan Singh, o presidente Pranab Mukherjee, Lula e Sonia Gandhi juntos na cerimônia (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)
Lula foi escolhido unanimemente pelo júri do prêmio, em 2010, por sua “extraordinária contribuição para a causa da eliminação da pobreza e da promoção do crescimento inclusivo no Brasil, por sua forte defesa dos laços entre as nações em desenvolvimento e por sua contribuição singular para a causa da parceria Brasil-Índia”.
Na cerimônia, Lula agradeceu o prêmio considerando-o não um reconhecimento pessoal, mas ao povo brasileiro, que “soube entender que só com muita paz e democracia, conseguiríamos liderar o país para o patamar que ele alcançou”. Em seu discurso, Lula defendeu a inclusão do Brasil e da Índia no Conselho de Segurança da ONU, e uma ordem mundial mais democrática como forma de alcançar a paz.
O primeiro-ministro Singh disse que, sob a liderança de Lula, “o Brasil se tornou país mais forte e respeitado internacionalmente”, e mesmo fora da presidência “segue sendo uma das personalidades mais respeitadas no mundo”. “O presidente Lula tem clara visão global. Ele é consciente da interdependência entre os países, e de que a responsabilidade de um líder não termina na fronteira do seu país". O primeiro-ministro, que ofereceu um almoço para Lula após a cerimônia, disse que, para ele, foi um privilégio trabalhar com Lula nas reuniões internacionais e que o considera um amigo. “Seu trabalho com a América Latina e a África ainda tocará muitas vidas nos próximos anos”.
O presidente Mukherjee, ao entregar o prêmio, declarou que Lula é um “honorável campeão do mundo em desenvolvimento”. E desejou saúde e boa sorte em suas novas iniciativas.
Segundo Sonia Gandhi, Lula defendeu a agenda do crescimento inclusivo “talvez como nenhum outro líder de seu tempo”. E continuou: “seu trabalho é uma inspiração não apenas para os brasileiros, mas para pessoas ao redor de todo o mundo. Nós estamos honrados com sua presença”.
Lula havia sido convidado para receber o prêmio há um ano, no dia 22 de novembro de 2011, mas a viagem foi cancelada depois que descobriu um câncer em sua garganta, menos de um mês antes de partir para a Índia. Este ano, o governo indiano retomou o convite e manteve a mesma data, 22 de novembro.
O prêmio “Indira Gandhi Pela Paz, Desarmamento e Desenvolvimento” é concedido anualmente a pessoas ou organizações, “em reconhecimento a esforços criativos no sentido de: promover a paz internacional e o desarmamento, igualdade racial, e boa vontade e harmonia entre as nações; assegurar a cooperação econômica e promover nova ordem econômica mundial; acelerar avanço abrangente das nações em desenvolvimento; assegurar que as descobertas da ciência e do conhecimento moderno sejam usadas para o bem maior da raça humana; e ampliar o alcance da liberdade e enriquecer o espírito humano”. Desde sua criação, em 1986, o prêmio já foi concedido a 25 pessoas e instituições. Entre os laureados estão Mikhail Gorbatchev, Vaclav Havel, a UNICEF, os “Médicos Sem Fronteiras”, a “Fundação Bill & Melinda Gates”, Jimmy Carter, entre outros.
O troféu concedido a Lula é um pedaço quadrado de hematita com jaspe, uma das variedades mais duras de rochas encontradas na Índia e com idade estimada em dois milhões de anos. Inserido na rocha, e adornado com prata, está um retrato de Indira Gandhi, com seu nome inscrito em alfabeto devanágari. O troféu é acomodado em uma caixa de jacarandá revestida de prata.”
FONTE: portal de Luis Nassif, com informações do “Instituto Lula” (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/lula-recebe-o-premio-indira-gandhi).
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