Dois suicídios, dois pesos e duas medidas na mídia
Por Jurandir Paulo, no "GGN"
Suicídio 1: O comissário da polícia francesa Helric Fredou, segundo homem na hierarquia da Polícia Judicial na região de Limoges, é achado morto na madrugada de quinta-feira, em seu gabinete, dia seguinte ao atentado ao "Charlie Hebdo". [Ele participava das investigações e completava um relatório sobre daquele atentado]. A imprensa francesa pouco noticiou, creditando ser um suicídio. Fontes oficiais alegaram ter encontrado sua arma ao lado do corpo, confirmado pelo legista. As mesmas fontes acrescentaram depois que o policial estava estressado, exausto e depressivo. Em nenhum momento a mídia procurou parentes do policial para entender se algo o atormentava recentemente. Menos ainda procuraram saber qual a ordem de investigação que o policial dera a seus subordinados, horas antes, nem o que constava do relatório que estava trabalhando.
Suicídio 2: Os dez seguranças que protegiam o promotor argentino Alberto Nisman estranharam no domingo último que ele não atendia chamadas telefônicas e não havia apanhado o jornal de domingo à sua porta. Ligaram para sua secretária que avisou sua mãe. Arrombaram a porta e o encontraram morto, com um tiro de sua arma .22. Hoje, as agência de notícias e nossos papagaiados jornais começam a notícia pelas declarações dos políticos de oposição que falam em assassinato. Qual a evidência? O fato de ele ter denunciado a presidente argentina por acobertar a apuração de um atentado em 1994."
FONTE: escrito por Jurandir Paulo no "Jornal GGN" (http://jornalggn.com.br/noticia/dois-suicidios-dois-pesos-e-duas-medidas-na-midia).[Trecho entre colchetes acrescentado por este blog 'democracia&política'].
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