Li no blog do jornalista Ricardo Noblat a seguinte reportagem publicada no jornal O GLOBO de ontem:
“Para Chris Gunner, porta-voz da agência das Nações Unidas de assistência humanitária aos palestinos (UNRWA), os bombardeios israelenses às escolas administradas pela entidade são uma grave violação das leis de proteção aos direitos humanos.
Ele refutou as alegações israelenses de que que militantes do Hamas usavam as instituições de ensino para lançar morteiros contra militares e garantiu que a ONU vai abrir uma investigação independente sobre os ataques que mataram 32 pessoas e deixaram pelo menos 55 feridos.
HAVIA MILITANTES ARMADOS DO HAMAS USANDO AS ESCOLAS COMO BASES MILITARES, CONFORME ALEGA O EXÉRCITO DE ISRAEL?
CHRIS GUNNER: Tenho 99,9% de certeza de que não. Pelo menos 14 mil civis estão buscando abrigo em 14 prédios administrados pela UNRWA e essas alegações são falsas. Antes mesmo da ofensiva terrestre, passamos ao comando militar israelense todas as coordenadas geográficas da localização das nossas sedes e, além disso, em todas há uma demarcação clara, com bandeiras azuis das Nações Unidas. É impossível que não soubessem tratar-se de escolas administradas por nós.
HÁ FUNCIONÁRIOS DA ONU ENTRE AS VÍTIMAS?
GUNNER: Não. Numa investigação preliminar, descobrimos que os disparos israelenses acertaram justo o pátio da área ao sul do colégio de meninas em Jabaliyah, no norte de Gaza. É exatamente onde pelo menos 400 pessoas buscavam refúgio. As vítimas eram civis palestinos, moradores de áreas próximas à fronteira, que deixaram suas casas apavoradas após o início da ofensiva terrestre.
QUE PROVIDÊNCIAS AS NAÇÕES UNIDAS PODEM TOMAR PARA IMPEDIR NOVOS INCIDENTES COMO ESSE NOS PRÓXIMOS DIAS?
GUNNER: Pedimos uma investigação independente. Se as leis de guerra foram mesmo violadas, como parece, os culpados têm que responder perante a Justiça e pagar pelo crime. É preciso aumentar a pressão internacional pelo fim dos ataques.
Essa tragédia mostra que não há mais lugar seguro na Faixa de Gaza. Os palestinos tiveram a ilusão de que estariam a salvo em território da ONU, mas nem isso foi respeitado. Estamos falando de uma das áreas mais populosas do mundo e enquanto a agressão continuar, será difícil impedir mais mortes de civis.”
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