Li ontem no blog “Vi o Mundo”, do jornalista Luiz Carlos Azenha, o seguinte texto extraído do site do New York Times:
“A pressão internacional intensificou fortemente em Israel na quinta-feira, décimo-terceiro dia do assalto a Gaza, depois que as Nações Unidas suspenderam a entrega de comida, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha acusou Israel de bloquear conscientemente a assistência aos feridos e uma autoridade da alta hierarquia do Vaticano defendeu comentários em que comparou Gaza a um campo de concentração.
Em Nova York, o Conselho de Segurança das Nações Unidas parecia próximo de chegar a um consenso em uma resolução pedindo um cessar-fogo imediato, enquanto em Washington um porta-voz do Departamento de Estado pediu a Israel que expandisse o acesso de ajuda emergencial à faixa de Gaza, referindo-se à situação humanitária do território palestino cercado como "terrível".
Mais cedo na quinta-feira, a Agência das Nações Unidas de Serviços e Ajuda, que dá assistência alimentar a 20 mil moradores de Gaza por dia durante o conflito, suspendeu a ajuda depois de informar que um de seus motoristas contratados foi morto em um ataque de Israel a um comboio de entrega [de provisões] em um cruzamento da fronteira.
"Estamos esperando pelo aumento das garantias de segurança de nossa equipe no lado de Israel", disse Andrew Whitley, o representante da agência em Nova York. O pessoal da ONU, ele disse, recebeu ordens para não se movimentar dentro de Gaza, de fato suspendendo as operações de ajuda.
Os tanques israelenses continuaram em ação na faixa costeira e aviões israelenses fizeram bombardeios, suspensos apenas por três horas para que os moradores de Gaza buscassem ajuda médica ou comprassem mercadorias. Durante a pausa, quase três dúzias de corpos foram encontrados sobre os escombros de prédios destruídos de Gaza, segundo a Associated Press.
O comitê internacional da Cruz Vermelha informou ter encontrado cenas "chocantes" durante a primeira pausa, na quarta-feira, inclusive quatro ciranças, fracas e emaciadas, ao lado dos corpos das mães. Numa declaração rara, disse acreditar que "os militares israelenses não cumpriram sua obrigação sob as leis humanitárias internacionais de cuidar e retirar os feridos".
Os números de feridos são difíceis de confirmar, mas as autoridades de Gaza falam em 700 mortos, com um número incerto de civis, inclusive mais de 200 crianças. Na terça-feira, bombas de Israel mataram cerca de 40 pessoas em uma escola das Nações Unidas em Gaza. Israel disse que militantes do Hamas tinha disparado morteiros da escola antes do ataque israelense.
Israel diz que matou pelo menos 130 militantes do Hamas. Dez isralenses foram mortos durante a ofensiva: três civis e sete soldados, a maioria deles num incidente de fogo amigo.
A piora das condições humanitárias em Gaza levou o cardeal Renato Martino, chefe do conselho pontifício de Paz e Justiça do Vaticano, a comentar em uma entrevista publicada quarta-feira que "olhe as condições de Gaza: mais e mais, parece um grande campo de concentração".
O cardeal defendeu os comentários que fez na quinta-feira no jornal de centro-esquerda La Repubblica e disse que a situação em Gaza era "horrível" e "contra a dignidade humana".
Autoridades israelenses condenaram duramente as afirmações do cardeal. "Estamos chocados que um dignatário espiritual usou tais palavras, tão distantes da verdade e da dignidade", disse Yigal Palmor, um porta-voz do ministério de relações exteriores israelense.”
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