Li hoje no site “vermelho” a seguinte reportagem:
“A Argentina e o Brasil concordaram em realizar uma série de reuniões no âmbito governamental e do setor privado para tentar frear a brusca queda de seu comércio bilateral, atribuída à crise global. As declarações foram feitas pelo vice-chanceler do Brasil, Samuel Pinheiro Guimarães, e pelo secretário de Negociações Econômicas Internacionais da Chancelaria argentina, Alfredo Chiaradía.
Ambos destacaram que a Argentina e o Brasil têm uma aliança estratégica e buscarão manter a prosperidade de sua população e de seus sócios no Mercosul, o Uruguai e o Paraguai. Chiaradía e Pinheiro Guimarães também anunciaram que na próxima semana, em São Paulo, vão acontecer reuniões entre funcionários do governo e entre empresários dos dois maiores sócios do Mercosul, que em janeiro constataram uma brusca queda — de mais de 40% — em seu comércio bilateral em relação ao mesmo mês do ano passado, que foi de US$ 30 bilhões.
DIÁLOGO
A Argentina, país em plena tentativa de reindustrialização — após a crise socioeconômica mais dura de sua história, que levou ao default em 2001 — busca ''alcançar níveis apropriados de comércio, sobretudo para setores industriais'', declarou Chiaradía. Segundo o secretário, ''não pode haver desvio do comércio na região'', este deve ser ''preservado, dinâmico e estável''.
A Argentina teme que sua reindustrialização seja afetada por uma invasão de produtos não apenas brasileiros, mas também do resto do mundo, o que por sua vez preocupa Brasília, o segundo sócio comercial do país vizinho. As autoridades argentinas anunciaram nos últimos dias medidas comerciais protecionistas, como licenças prévias de importação, atitude que foi criticada pelos outros membros do Mercosul.
No entanto, Buenos Aires sustenta que o Brasil também aplica essas medidas, e Chiaradía negou que sejam ''protecionistas'', pois hoje ''os países que administram o comércio mundial destinam bilhões de dólares para apoiar sua estrutura financeira''. Ambos os países travam um diálogo oficial entre os governos e também entre empresas para acordar mecanismos ''setor por setor'', como porcentagens às exportações brasileiras e inclusive o financiamento aos importadores argentinos por parte do Brasil.
AGRESSÃO
Nesse sentido, Pinheiro Guimarães revelou que ''há uma iniciativa que envolve o Itaú na Argentina, e o Banco de la Nación Argentina'' no Brasil. O secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho, disse que os setores industriais argentinos preocupados com a conjuntura são o automotivo — sobretudo tratores —, o de linha branca (fogões, lava-roupas, geladeiras), ferramentas manuais, motocicletas e implementos agrícolas.
No Brasil, há produtores de laticínios, farinha de trigo, leite, vinho e aerossóis que temem um aumento das importações vindas da Argentina. Uma terceira situação se apresenta para empresários brasileiros que investiram na Argentina para exportar ao Brasil, como é o caso do setor automotivo, de calçados, de linha branca e de brinquedos, que querem negociar com seus representantes em Buenos Aires.Tanto Pinheiro Guimarães como Chiaradía não economizam palavras para qualificar a crise financeira mundial. ''Talvez a maior da História'', disse Guimarães. ''É uma agressão (vinda) do exterior, e não de nossos vizinhos'', ressaltou Chiaradía.”
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