terça-feira, 3 de março de 2009

SETOR AUTOMOTIVO GARANTE MELHORA DA CONFIANÇA INDUSTRIAL EM FEVEREIRO

Li no UOL, ontem, a seguinte reportagem de Ygor Salles, da Folha Online:

O setor automotivo foi o principal responsável pela melhora do desempenho do ICI (Índice de Confiança da Indústria), que cresceu 1,3% em fevereiro, ao passar de 75,3 pontos em janeiro para 76,3 pontos no mês passado.

Segundo o coordenador do Núcleo de Pesquisas e Análises Econômicos da FGV (Fundação Getulio Vargas), Aloisio Campelo Junior, a contribuição do setor de Materiais de Transporte --que inclui montadoras e empresas de autopeças-- para o aumento do índice foi de 142,4%. "Ou seja, se não contássemos esse setor, a confiança teria caído", disse Campelo.

Um dos subíndices que compõem o ICI, o de nível de estoques, mostra uma mudança no rumo do setor automobilístico, depois de se apresentar como um dos principais responsáveis pelas sucessivas quedas na confiança industrial desde setembro do ano passado, quando a crise financeira global aportou definitivamente no Brasil.

Pela primeira desde julho do ano passado, a quantidade de empresas de materiais de transporte que disseram ter estoques insuficientes da demanda saiu do zero --3,9% informaram estar nesta situação em fevereiro. Já os que apontavam estoques excessivos despencou de 32,5% em janeiro para 8% no mês passado.

"Esses números mostram que a mudança no IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] deu certo", disse Campelo, se referindo à redução temporária das alíquotas do imposto para veículos, chegando a zerar a taxa para veículos populares, que durará até o final deste mês.

EXPECTATIVAS MENOS PESSIMISTAS

Campelo ainda ressaltou uma melhora na expectativa dos industriais brasileiros para o futuro próximo, expressada no IE (Índice de Expectativas), que avançou de 72,5 pontos em janeiro para 75,2 pontos em fevereiro. Porém, lembrou que o IE ainda está muito aquém da média histórica do indicador, que fica em torno dos 100 pontos.

O subíndice que puxou o IE para cima foi o da situação dos negócios nos próximos seis meses, que subiu de 77 pontos para 85,7 pontos. A porcentagem de empresas que apontaram melhora quase dobrou --de 12,8% para 23,4%.

"Deu uma boa melhorada, mas deve-se levar em conta que janeiro foi o pior mês da série histórica", disse Campelo.

As previsões de produção e de emprego também tiveram leves altas --a produção de 98,3 pontos para 99,3 pontos, e o de emprego de 82,6 para 83,4. Mas ainda apresentam, segundo Campelo, um desempenho muito fraco sobre a média.”

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