quinta-feira, 25 de junho de 2009

NO RÁDIO, LULA ACONSELHA 'JUÍZO' À OPOSIÇÃO

“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recomendou hoje ''juízo'' aos partidos de oposição ao governo federal. ''Quando a oposição fica numa situação delicada - e eu sei como é complicado criticar um governo que está indo bem -, começa a falar bobagem'', disse, em São Paulo, em entrevista à Rádio Capital. ''Como já fui oposição, posso dar um conselho à minha oposição: juízo.''

Em uma alusão ao PSDB, que deve lançar o governador de São Paulo, José Serra, candidato à Presidência em 2010, Lula afirmou: ''Achar que você só pode ganhar as eleições se tiver desgraça é um equívoco enorme.''

ARAGUAIA: "CURIÓ DEVE SABER MUITA COISA"

O presidente falou também sobre a Guerrilha do Araguaia. Disse que é importante analisar "o que é verdade e o que não é" sobre o arquivo da Guerrilha do Araguaia (1972-1975) que Sebastião Curió Rodrigues de Moura, o major Curió, revelou ao Estado de S. Paulo deste domingo.

"Jobim (o ministro da Defesa Nelson Jobim) esteve comigo há 15 dias e pedi a ele que conversasse com o Curió: 'O Curió é um homem que deve saber de muita coisa'. Nem sei se o Jobim conversou com ele. Se ele começou a falar é importante levar a sério o que ele está falando, que a gente analise o que é verdade e o que não é porque a gente não pode ficar atrás do chutômetro", afirmou.

Lula informou ainda que o governo deve veicular em agosto uma campanha para convocar as pessoas que tenham dados sobre o Araguaia ajudem com informações. "Para também sossegar as famílias. Uma mãe que tem o filho desaparecido e não sabe o paradeiro dele, essa mãe só vai se conformar o dia em que ela puder saber que o seu filho morreu, onde morreu e como morreu. Acho que precisamos fazer isso de forma muito madura, muito consciente, sem nenhum revanchismo, apenas fazendo as coisas corretas para que o Brasil tenha a sua história verdadeiramente contada", afirmou à rádio.

O presidente afirmou que Jobim está montando uma comissão para investigar a região do Araguaia onde se pressupõe que tem corpos enterrados. "Jobim e Vanucchi (Paulo Vanucchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos) tem divergência sobre a participação dos familiares. Eu vou sentar com eles para resolver a questão", disse.

''NÃO QUERO SER CANDIDATO PELA TERCEIRA VEZ''

O presidente se disse acima de críticas em três áreas de governo. ''Não podem me criticar na área da educação, segurança e na área econômica. Temos hoje o menor juro da história do Brasil e o maior investimento.'' Na entrevista, de 40 minutos, o presidente disse esperar manter a aprovação de seu governo na faixa de 80% até o fim do mandato.

Mesmo assim, Lula voltou a descartar a possibilidade de um terceiro mandato. ''A alternância de governo é importante porque o povo sempre vai tendo a sorte de poder encontrar uma pessoa melhor, que faça mais e inove'', disse. ''Não quero ser candidato pela terceira vez.''

''TEM POUCA GENTE PREPARADA COMO A DILMA''

Questionado sobre o que pretendia nesse último um ano e meio de administração, Lula falou que não vai ''inventar mais nada''. ''Só peço a Deus para terminar o que estou fazendo.'' Ele prometeu deixar a seu sucessor um Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) 2011-2015. ''Para que quem vier depois de mim encontre projetos na prateleira, prontos para fazer a licitação.'' Ele prometeu não tirar um centavo sequer do PAC prometido para essa gestão, mesmo diante de uma eventual queda na arrecadação de impostos.

O petista defendeu, mais uma vez, a candidatura à Presidência da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. ''Tem pouca gente preparada no Brasil como a ministra Dilma. É uma mulher muito competente e inteligente.'' Para o presidente, o Brasil será o primeiro país a superar os efeitos da crise econômica mundial. ''O pânico já passou. Na hora em que o mundo voltar à normalidade, o Brasil sairá na frente de todos os países'', disse. ''O Brasil está no ponto para se transformar numa grande economia mundial.''

SENADO: ''VOCÊ NÃO PODE BANALIZAR''

O presidente disse acreditar que as denúncias de irregularidades no Congresso Federal contribuam para a paralisia da instituição. ''Não se pode estabelecer um processo de paralisia do Legislativo por conta de uma coisa que existe há 40, 50 anos neste país.''

''Você não pode banalizar a ponto de levar a sociedade a desacreditar de tudo'', disse o presidente. Na semana passada, Lula saíu em defesa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que concentra as denúncias da imprensa. Lula sustentou ainda que só uma reforma política permitirá que o país possa ''sonhar com uma política um pouco mais nobre''.

FONTE: site “Vermelho”, em 24/06/2009, com informações da Agestado.

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