“A crise financeira econômica global mudou o ranking dos países que mais investem no Brasil. Os Estados Unidos eram o maior investidor no ano passado; este ano (dados dos cinco primeiros meses) cairam para o terceiro lugar, segundo o Banco Central. Em números absolutos, o investimento americano no Brasil recuou de US$ 2,223 bilhões para US$ 1,505 bilhão, considerando o período de janeiro a maio.
Conforme os dados do BC, de janeiro a maio deste ano, os Países Baixos foram os que mais investiram no Brasil (24,7%). Em segundo lugar veio a Alemanha (18,7%) e apenas em terceiro os Estados Unidos (13,4%).
Nos cinco primeiros meses do ano passado, quando a crise ainda não atingira sua fase aguda, o cenário era diferente: os Estados Unidos ocupavam o primeiro lugar com com 15,9%, seguidos por Luxemburgo (13,4%) e Países Baixos (10,4%). No mesmo período de 2009, Luxemburgo responde por 2,1%.
Para o economista Carlos Eduardo Freitas, a mudança no ranking dos países investidores no Brasil “tem uma influência poderosa da crise”, mas ainda é cedo para saber se será permanente. “De todo jeito, o papel da economia americana vem se desvalorizando há várias décadas. Com isso, a balança do poder econômico mundial está mudando", diz.
Freitas acrescenta que “se retrocedêssemos meio século, a economia americana era responsável por 50% da economia [mundial], atualmente responde por cerca de 20%”. Para o economista, o fato de o Banco Central (BC) ter mantido a previsão de investimento estrangeiro direto de US$ 25 bilhões no país neste ano é um indicador de que a economia brasileira está se recuperando mais cedo do que se esperava: “Os prognósticos mais pessimistas para a economia do país parecem ultrapassados. Mas é importante manter a cautela.”
No total, o investimento estrangeiro direto de janeiro a maio deste ano chegou a US$ 11,234 bilhões. Houve um recuo de 24,4% face aos US$ 13,984 bilhões investidos no mesmo período de 2008. Em todo o ano passado, o investimento estrangeiro direto somou cerca de US$ 45 bilhões.
Segundo Freitas, como o mundo está em crise, não dá para esperar um resultado como o de 2008. O investimento estrangeiro direto é direcionado para a criação de novas empresas ou para participação acionária nas já existentes.”
FONTE: site “vermelho”, em 28/06/2009, com informações da Agência Brasil.
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