Leila Cordeiro
“O brasileiro que abriu o Caderno Copa 2010 da Folha de São Paulo no último dia 28 tomou o maior susto ao ver estampada a propaganda de um supermercado que homenageava a seleção brasileira, eliminada da Copa na África do Sul.
No anúncio do Extra podia-se ler “A I qembu le sizwe [significa seleção, em zulu] sai do Mundial. Não do coração da gente… Valeu, Brasil. Nos vemos em 2014″.
Mas, ‘péra lá’, não foi no dia seguinte à vitória do Brasil por três a zero contra o Chile enchendo a torcida de esperança no hexa?
Pois é, só não se assustou quem conhece a Folha e sua prática de errar e mentir. Desse jornal pode-se esperar tudo. A Folha não mudou, é a mesma da "ditabranda", a que publicou a falsa ficha da Dilma, a que achincalha o presidente Lula e a que alçou Fernando Henrique Cardoso ao pódium de pai herói depois que ele finalmente decidiu reconhecer o filho com a jornalista Miriam Dutra depois de dezoito anos.
O jornal alegou que houve um problema na área de inserção de anúncios e prometeu publicar um pedido de desculpas ao anunciante e ao povo brasileiro. Erros acontecem, é certo, mas alguns são indesculpáveis em se tratando de uma empresa que se julga dona da verdade.
Dá pra pensar: se erram desse jeito na publicação de um simples anúncio, quem garante que não erram da mesma maneira na informação dos fatos?
Quem é do ramo logo descobriu que houve um “erro de gaveta”. Explico. Em vez de pegarem a versão para ser usada em caso de vitória, pegaram a da outra gaveta, a que estava guardada para ser usada somente em caso de derrota. Tá certo que houve uma falha humana, mas isso não justifica o erro que, se transportado para o noticiário, nos leva a imaginar quantas mentiras espalhadas pelo jornal da família Frias o brasileiro tem engolido nesses anos todos.
O que aconteceu foi um erro inadmissível, como definido pelo próprio anunciante, Abílio Diniz, no fim das contas o grande prejudicado, porque foi do bolso dele que saiu a verba publicitária de um anúncio que acabou virando um tiro em seu próprio pé:
“Ontem o Brasil fez seu melhor jogo na Copa. Infelizmente, a Folha de SP cometeu um grave erro com o anúncio do Extra, o que é inadmissível. Estou ao lado dos que se indignaram com o anuncio publicado erroneamente pelo jornal. Não compartilhamos com a impunidade e tomaremos as providências, que não eliminarão o erro, mas irá responsabilizar os culpados.
Como Pres. do Conselho de Adm. do GPA peço desculpas, em meu nome e do Grupo, aos brasileiros e, principalmente, aos jogadores da seleção” .
Pedidos de desculpas da Folha tem sido uma rotina na vida da Folha. Tomara que os donos e chefinhos do jornal sintam na pele o mesmo que sentem as pessoas que são vítimas das inverdades que o jornal divulga, sobretudo daquelas que não dispõem de uma mídia para se defender.
Pior fez a ombudsman, ou melhor a "ombusdswoman" da Folha, Suzana Singer, que comentou de maneira um tanto leviana em seu Twitter: "Saiu anúncio errado do Extra hj por problema da inserção da Folha. Sairá uma errata amanhã. Tremenda mancada."
Tremenda mancada, Dona Suzana, é querer minimizar um erro grave, dos muitos que o jornal comete diariamente contra a sociedade brasileira. Esse foi só um erro de inserção e os erros propositais de informação? Quem paga por eles?
Respostas para a Rua Barão de Limeira, SP capital, onde está o quartel-general do cada vez mais desacreditado jornal paulista.”
FONTE: escrito pela jornalista Leila Cordeiro e publicado em seu site “Direto da Redação”.
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