[Se ouvidos os lobistas das termelétricas e os governos das grandes potências, Itaipu não existiria]
Folha de São Paulo
“Assim como a energia nuclear, as grandes hidrelétricas estão fazendo retorno triunfal. Nova geração de usinas está sendo planejada ou instalada em países como Irã, Turquia, Rússia, Etiópia, [Índia] -mas sobretudo Brasil e China.
Ironicamente, as justificativas para a retomada desses projetos são as mesmas que levaram o mundo a “desconfiar” [a dolosamente criar inibidores] deles 20 anos atrás: “questões ambientais e sociais”.
Os governos brasileiro e chinês, principais construtores de hidrelétricas do mundo [pois são os que agora mais crescem e necessitam de energia], argumentam que barragens são preferíveis a termelétricas porque [a energia é mais barata e] não emitem gases de efeito estufa.
O Brasil chegou a incluir a polêmica usina de Belo Monte e outras que já estavam planejadas na lista das metas nacionais de redução de emissões de CO2 apresentada em Copenhague em 2009. O “truque de contabilidade carbônica” [assim definido pelos lobistas das termelétricas] foi patrocinado por Dilma Rousseff.
A China se comprometeu a aumentar em 15% a participação de energias renováveis em sua matriz e, para isso, deve anunciar nas próximas semanas um projeto tão polêmico quanto Belo Monte ou mais: o complexo de usinas do rio Nu.
Trata-se de conjunto de 13 usinas que somam 22 mil megawatts, a serem feitas num sítio tombado pela UNESCO como patrimônio natural mundial.
"É o único grande rio do Sudeste Asiático que ainda não foi barrado", diz Peter Bosshard, da International Rivers Network.
O projeto foi suspenso em 2004 depois que a UNESCO ameaçou tirar os cânions do rio Nu de sua lista. Neste ano, o governo voltou a citar a região como alvo de desenvolvimento hidrelétrico.
[Os lobistas dos fornecedores de equipamentos para termoelétricas, a carvão, madeira, óleo e nuclear dizem, para depreciar as hidrelétricas, que energia da água é coisa de ditadura, dizem que] “é mais do que coincidência que a China, uma ditadura, seja o principal construtor de grandes barragens no mundo e que o projeto de Belo Monte tenha sido gestado por um regime militar”. [Os países desenvolvidos já esgotaram as possibilidades de construir hidrelétricas em seus territórios].
[Além desses lobistas, as grandes potências, os EUA principalmente, muitas vezes por intermédio de ONGs, Greenpeace e outras, também fazem pressão contra hidrelétricas no Brasil e China para que, impedindo o crescimento das capacidades energéticas, não seja viabilizado o maior crescimento desses países, que já incomodam como novos concorrentes no mercado mundial que antes estava tranquilamente garantido para os países ricos e industrializados. Dentro e obediente a essa estratégia, submisso às vontades das grandes potências, o governo tucano FHC/PSDB interrompeu e não planejou novas obras de geração de energia hidrelétrica no Brasil, resultando no famoso “apagão” que durou oito meses e causou grande contração na economia].
Segundo a ‘Folha’, essas obras [hidrelétricas] mobilizam grande quantidade de mão de obra e recursos públicos, deslocam muita gente e podem ser entendidas como obras de integração nacional e de geração de energia.
[Continuando o “intrigante” texto da tucana “Folha”:]
Das dez maiores barragens do mundo, cinco foram concebidas ou feitas sob regime autoritário [por corolário, depreende-se que as usinas nucleares e térmicas em geral, segundo a “Folha” e os lobistas, teriam sido feitas por governos democráticos, fracos...]. [Continua a “Folha”:] "Franklin Roosevelt fez grandes hidrelétricas nos EUA, mas era um governo com forte presença do Estado", diz o [lobista?] físico José Goldemberg, da USP.
[Segundo a “desprendida e desinteressada” reportagem da tucana “Folha”,] “após críticas ‘sérias’ a essas obras nos anos 1980 (quando o Banco Mundial parou de financiá-las) e 1990 (quando foi criada a Comissão Mundial de Barragens para regular seu planejamento), governos como o brasileiro [FHC/PSDB] começaram a repensar os planos para as grandes usinas. O “DNA autoritário”, porém, emerge de tempos em tempos. Desde 2003, por exemplo, a academia e a sociedade civil estão excluídas do Conselho Nacional de Política Energética.”
FONTE: reportagem de Claudio Angelo publicada na Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me1802201112.htm) [imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog].
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