Reforma eleitoral para detonar as eleições?
Por Augusto da Fonseca
“Todo o Poder à Imprensa“ é o slogan permanente das Organizações SerrAlckmin (Globo, Folha, Estadão e Veja, entre outros).
Elas já aboliram os governos estaduais e municipais, que não têm atribuição alguma [segundo elas], ainda que a Constituição Federal diga o contrário.
O problema é saneamento? A Constituição diz que é atribuição de estados e municípios, as Organizações SerrAlckmin dizem que foi do Lula e agora é da Dilma.
O problema é saúde pública? A Constituição diz que é atribuição de estados e municípios, as Organizações SerrAlckmin dizem que foi do Lula e agora é da Dilma.
Segurança pública, drenagem, habitação, transporte público, recursos hídricos, tudo atribuição constitucional de estados e municípios, idem.
Após decretar o fim de governos estaduais e municipais (não servem para nada, já que não têm atribuição alguma), as Organizações SerrAlckmin resolveram investir na erradicação dos partidos políticos. Também na contramão da Constituição Federal.
Estimularam o Senador Francisco Dornelles a apresentar um projeto que acaba com o voto proporcional dos partidos, apelidado de “Distritão” e, agora, fazem intensa propaganda para que ele seja aprovado e, com isso, haja a abolição dos partidos políticos.
Pela proposta das Organizações SerrAlckmin, concretizada por Dornelles, serão eleitos os candidatos a deputado federal, estadual e vereador que tiverem mais votos,não importando a que partido pertençam, o que pensam e como isso pode ser organizado politicamente. Simples assim…
Com isso, não precisaremos mais de partido, certo?
Consequentemente, não precisaremos mais de financiamento público de campanha, que seria para os partidos, supérfluos nessa proposta.
Como está fartamente demonstrado, com raras exceções como o Tiririca, os candidatos com mais recursos financeiros para a campanha são os que se elegem.
Com isso, as Organizações SerrAlckmin conseguiriam voltar a quase cem anos atrás, eliminando pobres das disputas eleitorais.
Como a imensa maioria da população pobre é afro-descendente, com essa medida seria também eliminada a participação de negros no processo eleitoral. Caso eles resolvam se aventurar, jamais serão eleitos.
Como não haverá mais partidos, o eleitor, ao votar num candidato a deputado federal, por exemplo, e não elegê-lo, ficará com representação zero na Câmara (o sistema distritão é binário –zero ou um), ao contrário de hoje, em que o seu voto irá eleger não o candidato em que votou, mas, pelo menos, algum candidato do partido que lhe interessa.
Não havendo mais partidos, todos os regimentos internos do Senado, da Câmara de Deputados, das Assembléias Legislativas e Câmara Distrital (DF) e das Câmaras de Vereadores terão que ser radicalmente alterados, a começar pela composição das Mesas Diretoras e a continuar pelas Comissões Legislativas, entre outras.
Não havendo partidos, ou sendo eles supérfluos, as campanhas na TV terão eficácia nula, a não ser que se estabeleça um preço pela compra do horário, situação na qual beneficiará os candidatos com mais recursos financeiros para campanha.
Como as campanhas serão muito mais caras que hoje, os candidatos terão que providenciar um polpudo “caixa dois” durante os seus mandatos. A maioria desses recursos serão provenientes da venda de votos ou, se o candidato for Secretário de Estado ou Ministro, de muita corrupção. Não há outra forma de fazê-lo. São ingênuos os que pensam que rico financia campanha com o seu próprio dinheiro ou patrimônio.
Como os eleitos serão predominantemente corruptos, os legislativos serão alvo fácil das Organizações SerrAlckmin para desmoralizá-los ainda mais e, com isso, reduzir suas credibilidade e poder.
Destruído de vez o legislativo, restará destruir quem estiver no Executivo federal, caso não seja quem as Organizações SerrAlckmin queiram, como foi o caso do [apoio da imprensa a] Serra na eleição passada.
Voilá!
Em pouco tempo, estaremos de volta ao Império, em que o imperador ou imperatriz não será mais uma pessoa ou partido, mas as Organizações SerrAlckmin!!!”
FONTE: escrito por Augusto da Fonseca e publicado em seu blog “Festival de Besteiras da Imprensa” (http://festivaldebesteirasnaimprensa.wordpress.com/2011/02/24/imprensa-acaba-com-governos-estaduais-e-municipais-e-agora-quer-acabar-com-os-partidos/).
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