terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

PRÉ-SAL: RESPOSTAS DA PETROBRAS AO “ESTADÃO”


“Referente à matéria “Danos vão de desmate a ocupação irregular” (Parte 1, Parte 2) publicada domingo (20/02) pelo jornal O Estado de São Paulo, confira, abaixo, as respostas encaminhadas pela Petrobras ao veículo:

Pergunta: Em que Estados brasileiros deve haver exploração do pré-sal? Onde serão os principais campos ou plataformas? Podemos falar genericamente que a exploração ocorrerá a cerca de 300 quilômetros da costa e 7 mil metros abaixo da superfície?

Resposta:
A área do pré-sal, onde estão sendo realizadas pesquisas pela Petrobras e empresas parceiras, se estende por aproximadamente 800 km ao longo da margem continental, entre os estados do Espírito Santo e Santa Catarina, em uma faixa marítima de cerca de 200 km de largura.

Distribuídas nas bacias de Santos e Campos, essas rochas estão abaixo de uma camada de sal que, em algumas áreas chega a 2 mil metros de espessura, sob águas onde a profundidade chega a 3 mil metros. A área total do pré-sal, já mapeada pelos levantamentos geofísicos, é de 149 mil km2, dos quais 41.772 já estão sob concessão e 107.228 km2 (72%) ainda não foram concedidos para exploração. A área concedida à Petrobras é de 35.739 km2 (24% do total). Os trabalhos exploratórios se estendem até 300 km da costa e a profundidade dos poços chega a 7 mil metros da superfície do mar até o reservatório, o que inclui a profundidade da água e do poço, perfurado a partir do solo marinho. As descobertas já realizadas estão localizadas nas Bacias de Santos e Campos, em frente aos litorais dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. Já estão em produção plataformas em frente aos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Pergunta: Existe uma grande preocupação com vazamentos. O que se aprendeu com o desastre no Golfo do México?

Resposta:
A Petrobras investe fortemente na prevenção e está preparada para atuar em casos de acidentes. A Companhia executa robusta política de segurança operacional e de elevado rigor técnico nos aspectos relacionados a equipamentos e à capacitação de pessoal. A empresa atua obedecendo a rigorosos procedimentos operacionais e os equipamentos utilizados pela Petrobras no pré-sal e nos outros campos da costa brasileira estão totalmente de acordo com as mais modernas práticas de segurança da indústria, incorporando a experiência brasileira e internacional acumulada na perfuração de poços ao longo dos anos. A política de segurança operacional é parte da cultura da empresa e se aplica a todos os segmentos e cenários onde atua.

Pergunta: Que medidas de segurança podem ser implementadas para evitar esse tipo de tragédia? Pesquisadores da COPPE, por exemplo, dizem que os equipamentos de prevenção são extremamente importantes. Em caso de emergência, um dispositivo deve fazer a vedação do tubo para evitar vazamento de óleo. No acidente nos EUA, houve falha de equipamento. Segundo a COPPE, já foram feitos estudos mostrando que é possível melhorar a confiabilidade desse dispositivo. Vocês têm acompanhado essa evolução?

Resposta:
Todas as unidades marítimas de perfuração que trabalham para a Petrobras são equipadas com sistemas de detecção, que podem prover o fechamento imediato e automático do poço, prevenindo seu descontrole. Há detectores de gás em diversos locais na plataforma, alarmes de aumento de pressão ou volumes no interior do poço e sistemas de preparação e injeção de fluidos para seu interior.

Todo o pessoal que trabalha nas plataformas tem certificação do IADC – International Association of Drilling Contractors. O treinamento interno em segurança de poço existe desde 1971 e é previsto simulado de fechamento de poço onde são aferidos os tempos de resposta das equipes e dos equipamentos. Este simulado é realizado semanalmente com a turma embarcada. Também é realizada análise de risco nos projetos de perfuração de poços marítimos e estes projetos seguem as normas internacionais de segurança de poço.

Em caso de incidente do qual resulte vazamento de óleo para o mar, a Petrobras dispõe de planos de emergência para vazamento de óleo aplicável a cada uma de suas plataformas e unidades operacionais, todos eles aprovados pelo IBAMA. Para a aplicação desses planos de emergência, a Petrobras dispõe de equipes treinadas e conta com planos regionais que integram os recursos mais modernos e eficientes para contenção, recolhimento, armazenamento de óleo em quantidade que supera qualquer outra companhia de óleo em todo o mundo.

Além dos recursos disponíveis nas diversas unidades, a Petrobras possui 10 Centros de Defesa Ambiental (CDA) e 13 Bases Avançadas que operam, 24 horas por dia, localizados e distribuídos estrategicamente ao longo do país. Esses centros contam com equipes de profissionais capacitados e equipamentos específicos e de última geração voltados para o combate a vazamento de óleo.

Pergunta: Quais serão os benefícios para o País dessa exploração? Janet Ranganathan, vice-presidente para Ciência e Pesquisa da entidade World Resources Institute, diz que o Brasil precisa pesar bem o custo-benefício dessa exploração para evitar que as reservas de petróleo marítimo se tornem “ouro de tolo”.

Resposta:
Está prevista a criação do Fundo Social pelo Governo Federal, que será um fundo financeiro constituído por recursos gerados pela partilha de produção, destinados a programas de combate à pobreza, de enfrentamento das mudanças climáticas e de desenvolvimento da educação, cultura, saúde, meio ambiente, ciência e tecnologia.

Além disso, a produção no pré-sal pode significar inúmeras oportunidades de desenvolvimento econômico e social para o país. A perspectiva é de ampliação de negócios em diversos setores da cadeia produtiva do setor de energia, com aumento das oportunidades de emprego, formação de mão-de-obra especializada, criação de novas soluções tecnológicas, crescimento da renda nacional e per capita, incluindo a aplicação de mais recursos em saúde, educação, pesquisa tecnológica e infraestrutura.

Os investimentos previstos vão permitir um desenvolvimento sem paralelo da indústria de base e expansão das empresas de engenharia, indústria naval, produtoras de equipamentos de grande porte e prestadoras de serviço. Tudo isso terá um grande impacto positivo sobre a economia brasileira.

Pergunta: E a ONG Aliança Global de Fontes Renováveis incluiu o campo de Tupi, na Bacia de Santos, entre os dez locais de exploração marítima mais perigosos do mundo. Um dos motivos de apreensão é o fato de a camada de sal ser menos densa e dissolver na água, o que aumenta o risco de o poço ruir durante a perfuração – problema que ocorreu em julho na Bacia de Santos no poço Libra. A Petrobras concorda com a avaliação da ONG? O que fazer para vencer esse desafio?

Resposta:
A Companhia não concorda com a avaliação feita, pois os riscos de perda de estabilidade dos poços são adequadamente considerados em seus projetos. O controle da estabilidade das formações rochosas na perfuração de poços de petróleo é fundamental e faz parte de todos os projetos de poços da Petrobras. Os poços do pré-sal são perfurados com fluido sintético, o que inibe a diluição da rocha salina. Embora possam ocorrer problemas de estabilidade, eles são localizados e podem ocorrer tanto no pré-sal quanto em qualquer outra área. Além disso, há práticas de segurança estabelecidas para atuação nestes casos. Dos mais de 20 poços perfurados no pré-sal da Bacia de Santos, nenhum apresentou anormalidades que indicassem haver algum risco não avaliado adequadamente.”

FONTE: blog “Fatos e Dados”, da Petrobras (http://fatosedados.blogspetrobras.com.br/2011/02/20/seguranca-pre-sal-ambiente/#more-36383) [imagem do Google adicionada por este blog].

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