quinta-feira, 5 de abril de 2012

POLICARPO (“Veja”) e CACHOEIRA: UMA DUPLA PARA “LIMPAR O BRASIL” (!)


A VEJA "DESENCARNOU" DEMÓSTENES: PARCERIA CÍVICA COM CARLINHOS CACHOEIRA

Por Brizola Neto

“Um dos principais argumentos para dizer que o ex-Presidente Lula tinha conhecimento dos esquemas de depósitos ilegais de dinheiro para parlamentares em seu primeiro governo é o fato de que o governador de Goiás, Marconi Perillo, afirma tê-lo avisado de que estaria ocorrendo o “mensalão”.

Perillo diz ter sido alertado pelo deputado tucano Carlos Leréia. Ambos, como todos sabem [especialmente a Polícia Federal], mais do que ligados a Carlinhos Cachoeira.

O caso começou, todos se recordam, com a filmagem de um funcionário dos Correios, Maurício Marinho, recebendo R$ 3 mil de interlocutores, num “furo de reportagem” de Policarpo Júnior, da “Veja”.

Sabe-se, agora, que a gravação foi providenciada pelo araponga Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, sargento reformado da Aeronáutica a serviço de Carlinhos Cachoeira. Dadá é aquele que “revelou” a Policarpo Júnior o suposto “dossiê” que se fazia contra a candidatura Serra que, de tão secreto, virou o livro “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Júnior.

Cachoeira é, por sua vez, o autor da gravação de Waldomiro Diniz, na época dirigente da empresa de loterias do Governo do Rio de Janeiro, pedindo propina, outro “furo” de Policarpo Júnior.

Agora, não podendo mais ocultar a “série de coincidências” – embora, ao contrário de outras vezes, tenha poupado uma capa sobre o escândalo – Veja mostra que associação entre seu editor e o banqueiro do bicho era de natureza “cívica”.

Sabendo que o áudio vazara, o publica como prova de sua “total transparência”, com a garantia do próprio bicheiro: "O Policarpo nunca vai ser nosso".

Não, apenas estão trabalhando juntos “pela moralidade pública”:

Cachoeira: “Limpando esse Brasil, rapaz, fazendo um bem do caralho pro Brasil, essa corrupção aí. Quantos (furos de reportagem) já foram, rapaz? E tudo via Policarpo.”

Chega a ser comovente tanta pureza.

E é também tocante o discernimento de toda a grande imprensa brasileira, que se convenceu, automaticamente, que a associação Policarpo-Cachoeira era quase uma benemerência, uma “cruzada moralizadora para livrar o Brasil da corrupção”.

É, certamente, por esse “elevado sentido de honradez” que todas essas informações foram sonegadas aos leitores. O homem que mandava corromper e gravava a propina queria apenas “o bem do Brasil” e Policarpo, dono de um “altíssimo sentido de dever pátrio”, seguia suas orientações, profusamente transmitidas em dezenas e até centenas de telefonemas.

Só falta dizer que é dele a imagem no Santo Sudário, ao qual apelou a “Veja” [esta semana nas bancas] para esconder sob Cristo o seu pecado Demo-Cachoeirista.

Enquanto isso, Lula, com a garganta – aquela que ele salvou do impeachment que a “Veja” desejava – recém recuperado, vai fazendo o milagre de contar, como prometera, tudo o que esteve encoberto na história do “mensalão”.

Sem ter de dizer uma palavra.”

FONTE: escrito por Brizola Neto no seu blog “Tijolaço”  (http://www.tijolaco.com/policarpo-cachoeira-uma-dupla-para-limpar-o-brasil/).

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