Por Julie Lévesque
“Esqueçam a desenfreada islamofobia em nível mundial e a demonização dos árabes. O jornal israelense “Haaretz” informa que a “Agência para Democracia, Direitos Humanos e Trabalho”, do Departamento de Estado dos EUA, “institucionalizou a luta contra o antissemitismo global”, muito embora os Estados Unidos e seus aliados estejam há mais de uma década destruindo países habitados, principalmente, por muçulmanos. Ou, não seria, talvez, precisamente para apoiar a guerra contra o Islã e o mundo árabe – isto é, “a guerra contra o terrorismo” – que essa “guerra contra o antissemitismo global” tenha sido lançada? (“Leaving post, U.S. official reflects on a new definition of anti-Semitism”, Haaretz, October 17, 2012.)
A “Agência de Democracia, Direitos Humanos e Trabalho”, que se apresenta como líder dos “esforços dos EUA para promover a democracia, proteger os direitos humanos e a liberdade religiosa internacional e para impulsionar globalmente os direitos trabalhistas”, exige, agora, que os funcionários do Departamento de Estado frequentem um “curso de 90 minutos sobre antissemitismo no “Instituto de Relações Exteriores” (Foreign Service Institute), a escola de preparação de diplomatas.” (Ibid.) [na mesma fonte citada]
Por conveniência, “uma definição de antissemitismo de 341 palavras” foi redigida, a qual “incluía não apenas as formas tradicionais – injúrias de origem racial, estereótipos – mas também novas formas, como a negação do Holocausto e a relativização do Holocausto”, explicou Hannah Rosenthal, ex-monitora de antissemitismo no Departamento de Estado. (Ibid.)
Rosenthal, que comandou por duas vezes o “Conselho Judaico para Questões Públicas” e é agora presidenta e diretora executiva da “Federação Judaica de Milwaukee”, também indicou que sua equipe “conseguiu incluir (na definição) situações nas quais a crítica legítima a Israel se torna antissemitismo”. (Ibid.)
Essa iniciativa é mais uma demonstração do “monopólio judaico da vitimização”. No mundo pós 11/9, no qual muçulmanos e árabes são vítimas de discriminação racial e religiosa nos países ocidentais, uma decisão desse tipo é logicamente injustificável. A caça aos “radicais islamistas”, retratados pelo Departamento de Estados dos EUA como a máxima ameaça, independentemente de qual partido esteja no governo, transformou todos os muçulmanos e árabes em suspeitos e inimigos potenciais. A “guerra contra o antissemitismo global” não é nada mais do que outro instrumento de engano da “guerra contra o terror” dos EUA, a qual, indubitavelmente, favorece Israel.
Esse novo curso sobre antissemitismo para funcionários estadunidenses é, também, um peixe pequeno no oceano da “Indústria do Holocausto”. Os lobbies pró-israelenses/judaicos estão decididos em sua missão de erradicar quaisquer críticas legítimas ao Estado de Israel. No entanto, Rosenthal tentou mostrar-se tolerante ao dizer que “as críticas a Israel similares àquelas niveladas contra quaisquer outros países não poderão ser consideradas como antissemitas.”
Embora essa declaração possa parecer justa e equilibrada, não o é, e também não é lógica. Resulta ser não somente impossível equilibrar as críticas entre países, senão que Israel e os EUA são os campeões de crítica não-equilibrada. O melhor exemplo disso é sua crítica ao Irã, que, diferentemente dos EUA e Israel, não [invadiu, nem] ocupa nenhum outro país no momento, não está empregando suas forças armadas contra nenhuma outra nação e não possui nenhum armamento nuclear comprovado. Apesar desses fatos, vem sendo apresentado como “a mais perigosa ameaça do planeta”.
NIVELANDO A CRÍTICA E NORMALIZANDO A ISLAMOFOBIA
Tenha ou não sido usada de propósito, a expressão “niveladas contra outros países”, em lugar de “dirigidas” ou “destinadas”, traduz o desejo de minimizar a crítica contra Israel. A “nivelação da crítica” serve a um propósito de primeira linha relacionado à sua ocupação da Palestina: justificar o injustificável; dar a impressão de que está se protegendo de um inimigo que combate com meios equiparados aos seus e que está colocando sua sobrevivência em grande perigo. Serve para justificar a ocupação de várias décadas, a punição coletiva dos palestinos, o que é um crime de guerra com base nos Princípios de Nuremberg, os quais foram elaborados na onda dos julgamentos aos nazistas. Quando se trata de Israel e Palestina, não é logicamente possível criticar igualmente os dois países: como pode um país ocupado, sem forças armadas, ao qual são negados o direito de autodeterminação e os direitos humanos básicos, ser criticado tanto quanto seu brutal e superarmado ocupante?
Há uma frase superficial estereotipada que os chamados “comentaristas neutros” costumam usar muito para “nivelar sua crítica”: “O conflito Israel-Palestina é complicado”. Primeiro e principalmente, não se trata de um “conflito”. É uma guerra. Uma guerra travada com meios desproporcionais, na qual toda uma população está sendo punida e o agressor é vitimizado. Em segundo lugar, não é “complicado”. É muito simples. Israel ocupa um território e comete crimes de guerra de forma regular, enquanto que a “comunidade internacional” permanece sentada sem fazer nada, já seja porque Israel é seu aliado [$$$] ou simplesmente porque seus interesses não estão em risco.
Essa “nivelação de críticas” faz parte do legendário processo de legitimação da injustiça e dos crimes de guerra. Na década de 1990, os “Acordos de Oslo” trivializaram a ocupação israelense da Palestina. Recentemente, o futebolista palestino Mahmoud Sarsak se tornou um ícone da luta contra a normalização. Ele foi preso numa passagem fronteiriça, encarcerado em Israel e libertado somente depois de greve de fome de 96 dias. Adie Mormech escreve:
“O Dr. Haidar Eid denominou a luta pela libertação da Palestina em oposição à normalização com Israel de “A des-Osloização da mente dos palestinos”. Ele descreveu o posicionamento de Mahmoud Sarsak (o futebolista palestino) ao recusar ser recepcionado pelo F.C. Barcelona juntamente com o soldado israelense Gilad Shalit de a luta contra o “Vírus de Oslo”.
O “Vírus de Oslo” se refere ao que estava por trás da série de iniciativas de normalização que começaram de forma séria em 1993, no auge dos “Acordos de Oslo”, e o acordo feito entre a “Organização para a Libertação da Palestina” (OLP) e o governo trabalhista de Israel de então.
Edward Said, que vira de imediato os perigos da "normalização sem justiça", escreveu em 1995 sobre a decisão da liderança palestina de aprovar o “Acordo de Oslo". “Pela primeira vez no século XX, um movimento de libertação anticolonialista não somente descartou suas consideráveis conquistas, senão que fez um acordo de cooperar com uma ocupação militar antes de a ocupação ter terminado” (Adie Mormech, “De-Osloization and the fight against Normalisation”, Scoop, October 25, 2012.)
Sarsak explicou sua decisão da seguinte maneira:
“Há uma diferença entre uma pessoa aprisionada com sua arma, com uniforme militar, de dentro de seu tanque… e a prisão numa passagem fronteiriça de um atleta que estava a caminho de seu clube esportivo profissional na Cisjordânia. Eu anuncio minha disposição de me reunir com o Barcelona ou qualquer outro clube espanhol fora do contexto de um convite conjunto a Gilad Shalit, se me convidarem como um atleta palestino que experimentou… o sofrimento de uma greve de fome pela liberdade e pela dignidade.” (Adie Mormech, “Mahmoud Sarsak and the end of Oslo-era normalization”, Mondoweiss, October 26, 2012).
A narrativa segundo a qual o “conflito” entre a Palestina e Israel “é complicado” é parte da trivialização da brutal e ilegal ocupação da Palestina por Israel. Por uma distorção absurda e macabra da realidade, somos levados a crer que os israelenses são as únicas vítimas de racismo e discriminação.
A injustiça foi vulgarizada e minimizada a tal ponto que, segundo levantamento recente, a maioria dos israelenses aceita e admite que há uma forma de apartheid em seu próprio país, e cerca de 50% da população apoia a segregação e a discriminação contra os árabes:
Uma nova enquete revelou que a maioria dos israelenses judeus acredita que o Estado Judaico pratica “apartheid” contra os palestinos, com muitos apoiando abertamente as políticas discriminatórias contra seus cidadãos árabes.
Um terço dos que responderam creem que “os cidadãos árabes de Israel não deveriam ter direito a voto”, ao passo que quase a metade – 47 % – gostaria que "lhes fossem retirados seus direitos de cidadania” e que fossem postos sob o controle da Autoridade Palestina (…)
A enquete, conduzida pelo grupo de pesquisa israelense “Dialog”, concluiu que 59% de 503 pessoas consultadas gostaria de ver os judeus receberem preferência para os empregos no setor público, ao passo que a metade gostaria de ver os judeus melhor tratados do que os árabes.
Um pouco mais de 40% gostaria de ver moradias e salas-de-aulas separadas para judeus e árabes. (Catrina Stewart, “The new Israeli apartheid: Poll reveals widespread Jewish support for policy of discrimination against Arab minority”, “The Independent”, October 23, 2012)
Noam Sheizaf, um jornalista israelense, escreveu que as “descobertas refletem a noção generalizada de que Israel, como um Estado Judaico, deveria ser um Estado que favorecesse os judeus. Elas são também o resultado da ocupação… Após quase meio século de dominação sobre outro povo, não é nenhuma surpresa que a maioria dos israelenses não pense que os árabes mereçam os mesmos direitos.” (Ibid.)
Essa dominação dos palestinos pelos israelenses vem sendo estimulada e mantida por países que alegam defender a liberdade, os direitos humanos e a democracia.
A “Autoridade Palestina” foi criada com os “Acordos de Oslo” em 1994 como um organismo de governo provisório com poderes limitados e com independência geográfica ainda mais limitada de Israel, [acordos] cuja duração deveriam ter sido de apenas cinco anos, de acordo com a linha de tempo estipulada pela qual os “acordos de status final” deveriam ter sido alcançados.
Dezenas de milhões de dólares jorraram sobre a “Autoridade Palestina” (AP) vindos de ardentes partidários de Israel, tais como os Estados Unidos e a União Europeia, e investimentos similares prosseguiram em projetos conjuntos Israel-Palestina que, uma vez mais, não fizeram nenhum esforço para mudar o status quo político e econômico da vida palestina concreta.
O discurso proeminente em relação a grupos recentemente formados, tais como “One Voice” (Uma Voz) e outras colaborações, era que o “conflito” Israel-Palestina era um problema de ignorância e preconceito em oposição a uma questão de injustiça e do continuado despojo e subjugação de um povo por outro. (http://www.maan-ctr.org/pdfs/Boycott.pdf)
A onda de colaborações que veio após Oslo aumentaram a legitimidade global de Israel de tal modo que os acordos bilaterais com a União Europeia e outros países se multiplicaram, assim como outros acordos que incluíam laços mais próximos com a OTAN e a OCDE. Entre 1994 e 2000, houve acréscimo de seis vezes no investimento estrangeiro direto em Israel, de US$ 686 milhões para aproximadamente US$ 3,6 bilhões. (“De-Osloization and the fight against Normalisation”, op. cit.)
De certo modo, o “Vírus de Oslo” normalizou o ostracismo de todos os árabes e muçulmanos, e o maltrato aos palestinos era um prelúdio para a aceitação da atual e patente islamofobia e arabofobia (E como os árabes também são semitas, a arabofobia também é antissemitismo, mas é virtualmente impossível usar essa expressão em relação com os sentimentos antiárabes em razão de sua forte conotação judaica.)
O mundo ocidental aceita as ocupações dos EUA e Israel sobre terras árabes e muçulmanas para “proteger interesses estratégicos e financeiros”, e a “guerra global contra o antissemitismo” assim como a “guerra global ao terror” são os pretextos escolhidos para a invasão militar, onde quer que a “intervenção humanitária” se mostre inadequada. Aqueles que resistem à ocupação estadunidense no Afeganistão ou à ocupação israelense da Palestina são retratados como “terroristas”. Aqueles que matam civis e funcionários governamentais eleitos na Síria são apresentados como “combatentes da liberdade”. Se você resiste à ocupação, você será bombardeado. Se você combater por ela, você será armado.
O ANTISSEMITISMO E A ISLAMOFOBIA COMO INSTRUMENTOS DA GUERRA DE PROPAGANDA DOS EUA
Alguns argumentam que Israel não passa de posto avançado do imperialismo estadunidense: “Os Estados Unidos estão alinhados com Israel fundamentalmente porque usam Israel para projetar sua influência imperial na região rica em recursos.” (Michael Fiorentino “Israel: An outpost of empire”, SocialistWorker.org, April 16, 2010.). Com isso em mente, a “guerra global contra o antissemitismo” pode ser vista como um instrumento da guerra de propaganda imperial dos Estados Unidos.
Em “A Indústria do Holocausto”, Norman Finkelstein escreve: “Assim como as organizações judeo-estadunidenses dominantes negligenciaram o holocausto nazista nos anos subsequentes à Segunda Guerra Mundial para ajustar-se às prioridades do governo dos EUA na Guerra Fria, também sua atitude quanto a Israel manteve-se em linha com a política estadunidense nos EUA.” Com a guerra árabe-israelense de 1967, “O Holocausto se tornou uma fixação na vida do judeu estadunidense”. (Finkelstein, Norman. “The Holocaust Industry”. New York: Verso, 2003, p. 16-17.)
Não é segredo para ninguém que os EUA querem expandir e manter sua hegemonia, e o infame “Projeto para um Novo Século Estadunidense” (“Project for a New American Century”) expôs claramente o que deve ser feito para tal efeito.
O papel das forças militares durante a Guerra Fria era dissuadir o expansionismo soviético. Hoje, sua tarefa é garantir e expandir as “zonas de paz democrática”, dissuadir o surgimento de nova grande potência competidora, defender regiões chave da Europa, Ásia Oriental e Oriente Médio, e preservar a proeminência dos Estados Unidos mediante a próxima transformação da guerra viabilizada por novas tecnologias (…)
A liderança global dos Estados Unidos (…) baseia-se na segurança da pátria estadunidense, a preservação de um equilíbrio de forças favorável na Europa, no Oriente Médio e nas circundantes regiões produtoras de energia, assim como na Ásia Oriental.(“Rebuilding America’s Defenses”, “Project for a New American Century”, September 2000.)
Chama muito a atenção que expandir as “zonas de paz democrática” seja o único objetivo entre parênteses, posto que esses, em geral, denotam sarcasmo e ironia. Afora de “paz democrática”, os objetivos hegemônicos estão muito claros e a nova “guerra contra o antissemitismo global” só pode contribuir ainda mais para o projeto imperial dos Estados Unidos, do qual Israel é tanto uma ferramenta de uso como um beneficiário.
Fortemente armados pelos Estados Unidos, a política exterior de Israel é uma extensão da política exterior dos Estados Unidos. Desde a criação de Israel, fomos acostumados ao maltrato dos palestinos: isso foi “normalizado”. A punição coletiva infligida aos palestinos por Israel, um crime que os judeus sofreram sob o regime nazista, é aceito e perpetuado pelos Estados Unidos. Sem a ajuda e a permissão dos Estados Unidos e a aceitação da chamada “comunidade internacional”, os palestinos não seriam perseguidos.
Da mesma forma que Israel usa o Holocausto para justificar a punição coletiva dos palestinos e a agressão a seus vizinhos, os Estados Unidos usam o 11/9 para justificar a punição coletiva dos muçulmanos no mundo inteiro e várias invasões militares. Muito antes dos “Memorandos da Tortura” da administração Bush que avalizam a tortura, Israel já tinha oficialmente autorizado a tortura através do “Relatório Landau”, em 1987. A islamofobia é, sem dúvida, a forma mais aceita de discriminação na atualidade e, nesse contexto, a institucionalização da “guerra global contra o antissemitismo” é claramente outra expressão distorcida da mesma.
Em “The Islamophobia Industry: How the Right Manufactures Fear of Muslims” (“A indústria da islamofobia: Como a Direita Fabrica o Medo aos Muçulmanos”), Nathan Lean “traça o arco do sentimento islamofóbico que aflorou no ocidente”, o qual está fortemente ligado à “Indústria do Holocausto”.
“Ele expõe a multimilionária indústria dos traficantes do medo e a rede de financiadores e organizações que bancam e perpetuam o fanatismo, a xenofobia e o racismo, e criam um clima de medo que sustenta ameaçador câncer social” (…)
“Trata-se de relação de benefícios mútuos, na qual ideologias e afinidades políticas convergem para levar adiante a mesma agenda.” (…)
Elas provêm, principalmente, do sionismo direitista e do cristianismo evangélico, que se unem para formar uma frente judeo-cristã em suas batalhas contra o Islã. Seus financiadores também provêm desses mundos – embora o mundo sionista de direita tenha gerado a maioria dos ativistas antimuçulmanos (…)
É esse sionismo cristão que liga estreitamente direitistas evangélicos com fortes partidários do Estado Judeu. Os sionistas que espalham o fanatismo anti-islâmico podem ser alocados em três campos, segundo Lean: o sionismo religioso (judeu), o sionismo cristão e o sionismo político. “Para os sionistas religiosos, a profecia é o principal instigador de seu fervor islamofóbico. Para eles, os palestinos não são apenas habitantes indesejados; não são apenas árabes em terras judaicas. Não são sequer apenas muçulmanos. Eles são forasteiros não-judeus feitos de tecido diferente – e as ordens de Deus em relação a eles são bem claras”, ele escreve. E há o sionismo político, que se abstém da linguagem religiosa, mas continua sendo hostil para com os muçulmanos. Como Max Blumenthal escreveu, esses personagens, alguns dos quais são neoconservadores, creem que “o Estado Judeu (é) um “Forte Apache” do Oriente Médio nas linhas de frente da ‘Guerra Global ao Terror.” (Alex Kane, Islamophobia: How Anti-Muslim bigotry was brought into the American mainstream, Mondoweiss, October 29, 2012.)
Os Estados Unidos estão usando Israel para suas guerras sujas e, por sua vez, Israel está usando os Estados Unidos para combater seus vizinhos. Eles são aliados inseparáveis, cada qual acumula poder e expande seu controle sobre territórios estrangeiros e suas populações, e seus aliados se beneficiam disso. Qualquer que seja o pretexto usado, a razão para deflagrar guerras permanece a mesma: poder e dinheiro. E isso sempre se consegue com a demonização de quem estiver no caminho.”
FONTE: escrito por Julie Lévesque no “Global Research” de 12/11/2012. Artigo transcrito no portal “Viomundo” com tradução de Jair de Souza (http://www.viomundo.com.br/politica/julie-levesque-a-guerra-contra-o-antissemitismo-global-na-era-da-islamofobia.html) [Imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].
“Esqueçam a desenfreada islamofobia em nível mundial e a demonização dos árabes. O jornal israelense “Haaretz” informa que a “Agência para Democracia, Direitos Humanos e Trabalho”, do Departamento de Estado dos EUA, “institucionalizou a luta contra o antissemitismo global”, muito embora os Estados Unidos e seus aliados estejam há mais de uma década destruindo países habitados, principalmente, por muçulmanos. Ou, não seria, talvez, precisamente para apoiar a guerra contra o Islã e o mundo árabe – isto é, “a guerra contra o terrorismo” – que essa “guerra contra o antissemitismo global” tenha sido lançada? (“Leaving post, U.S. official reflects on a new definition of anti-Semitism”, Haaretz, October 17, 2012.)
A “Agência de Democracia, Direitos Humanos e Trabalho”, que se apresenta como líder dos “esforços dos EUA para promover a democracia, proteger os direitos humanos e a liberdade religiosa internacional e para impulsionar globalmente os direitos trabalhistas”, exige, agora, que os funcionários do Departamento de Estado frequentem um “curso de 90 minutos sobre antissemitismo no “Instituto de Relações Exteriores” (Foreign Service Institute), a escola de preparação de diplomatas.” (Ibid.) [na mesma fonte citada]
Por conveniência, “uma definição de antissemitismo de 341 palavras” foi redigida, a qual “incluía não apenas as formas tradicionais – injúrias de origem racial, estereótipos – mas também novas formas, como a negação do Holocausto e a relativização do Holocausto”, explicou Hannah Rosenthal, ex-monitora de antissemitismo no Departamento de Estado. (Ibid.)
Rosenthal, que comandou por duas vezes o “Conselho Judaico para Questões Públicas” e é agora presidenta e diretora executiva da “Federação Judaica de Milwaukee”, também indicou que sua equipe “conseguiu incluir (na definição) situações nas quais a crítica legítima a Israel se torna antissemitismo”. (Ibid.)
Essa iniciativa é mais uma demonstração do “monopólio judaico da vitimização”. No mundo pós 11/9, no qual muçulmanos e árabes são vítimas de discriminação racial e religiosa nos países ocidentais, uma decisão desse tipo é logicamente injustificável. A caça aos “radicais islamistas”, retratados pelo Departamento de Estados dos EUA como a máxima ameaça, independentemente de qual partido esteja no governo, transformou todos os muçulmanos e árabes em suspeitos e inimigos potenciais. A “guerra contra o antissemitismo global” não é nada mais do que outro instrumento de engano da “guerra contra o terror” dos EUA, a qual, indubitavelmente, favorece Israel.
Esse novo curso sobre antissemitismo para funcionários estadunidenses é, também, um peixe pequeno no oceano da “Indústria do Holocausto”. Os lobbies pró-israelenses/judaicos estão decididos em sua missão de erradicar quaisquer críticas legítimas ao Estado de Israel. No entanto, Rosenthal tentou mostrar-se tolerante ao dizer que “as críticas a Israel similares àquelas niveladas contra quaisquer outros países não poderão ser consideradas como antissemitas.”
Embora essa declaração possa parecer justa e equilibrada, não o é, e também não é lógica. Resulta ser não somente impossível equilibrar as críticas entre países, senão que Israel e os EUA são os campeões de crítica não-equilibrada. O melhor exemplo disso é sua crítica ao Irã, que, diferentemente dos EUA e Israel, não [invadiu, nem] ocupa nenhum outro país no momento, não está empregando suas forças armadas contra nenhuma outra nação e não possui nenhum armamento nuclear comprovado. Apesar desses fatos, vem sendo apresentado como “a mais perigosa ameaça do planeta”.
NIVELANDO A CRÍTICA E NORMALIZANDO A ISLAMOFOBIA
Tenha ou não sido usada de propósito, a expressão “niveladas contra outros países”, em lugar de “dirigidas” ou “destinadas”, traduz o desejo de minimizar a crítica contra Israel. A “nivelação da crítica” serve a um propósito de primeira linha relacionado à sua ocupação da Palestina: justificar o injustificável; dar a impressão de que está se protegendo de um inimigo que combate com meios equiparados aos seus e que está colocando sua sobrevivência em grande perigo. Serve para justificar a ocupação de várias décadas, a punição coletiva dos palestinos, o que é um crime de guerra com base nos Princípios de Nuremberg, os quais foram elaborados na onda dos julgamentos aos nazistas. Quando se trata de Israel e Palestina, não é logicamente possível criticar igualmente os dois países: como pode um país ocupado, sem forças armadas, ao qual são negados o direito de autodeterminação e os direitos humanos básicos, ser criticado tanto quanto seu brutal e superarmado ocupante?
Há uma frase superficial estereotipada que os chamados “comentaristas neutros” costumam usar muito para “nivelar sua crítica”: “O conflito Israel-Palestina é complicado”. Primeiro e principalmente, não se trata de um “conflito”. É uma guerra. Uma guerra travada com meios desproporcionais, na qual toda uma população está sendo punida e o agressor é vitimizado. Em segundo lugar, não é “complicado”. É muito simples. Israel ocupa um território e comete crimes de guerra de forma regular, enquanto que a “comunidade internacional” permanece sentada sem fazer nada, já seja porque Israel é seu aliado [$$$] ou simplesmente porque seus interesses não estão em risco.
Essa “nivelação de críticas” faz parte do legendário processo de legitimação da injustiça e dos crimes de guerra. Na década de 1990, os “Acordos de Oslo” trivializaram a ocupação israelense da Palestina. Recentemente, o futebolista palestino Mahmoud Sarsak se tornou um ícone da luta contra a normalização. Ele foi preso numa passagem fronteiriça, encarcerado em Israel e libertado somente depois de greve de fome de 96 dias. Adie Mormech escreve:
“O Dr. Haidar Eid denominou a luta pela libertação da Palestina em oposição à normalização com Israel de “A des-Osloização da mente dos palestinos”. Ele descreveu o posicionamento de Mahmoud Sarsak (o futebolista palestino) ao recusar ser recepcionado pelo F.C. Barcelona juntamente com o soldado israelense Gilad Shalit de a luta contra o “Vírus de Oslo”.
O “Vírus de Oslo” se refere ao que estava por trás da série de iniciativas de normalização que começaram de forma séria em 1993, no auge dos “Acordos de Oslo”, e o acordo feito entre a “Organização para a Libertação da Palestina” (OLP) e o governo trabalhista de Israel de então.
Edward Said, que vira de imediato os perigos da "normalização sem justiça", escreveu em 1995 sobre a decisão da liderança palestina de aprovar o “Acordo de Oslo". “Pela primeira vez no século XX, um movimento de libertação anticolonialista não somente descartou suas consideráveis conquistas, senão que fez um acordo de cooperar com uma ocupação militar antes de a ocupação ter terminado” (Adie Mormech, “De-Osloization and the fight against Normalisation”, Scoop, October 25, 2012.)
Sarsak explicou sua decisão da seguinte maneira:
“Há uma diferença entre uma pessoa aprisionada com sua arma, com uniforme militar, de dentro de seu tanque… e a prisão numa passagem fronteiriça de um atleta que estava a caminho de seu clube esportivo profissional na Cisjordânia. Eu anuncio minha disposição de me reunir com o Barcelona ou qualquer outro clube espanhol fora do contexto de um convite conjunto a Gilad Shalit, se me convidarem como um atleta palestino que experimentou… o sofrimento de uma greve de fome pela liberdade e pela dignidade.” (Adie Mormech, “Mahmoud Sarsak and the end of Oslo-era normalization”, Mondoweiss, October 26, 2012).
A narrativa segundo a qual o “conflito” entre a Palestina e Israel “é complicado” é parte da trivialização da brutal e ilegal ocupação da Palestina por Israel. Por uma distorção absurda e macabra da realidade, somos levados a crer que os israelenses são as únicas vítimas de racismo e discriminação.
A injustiça foi vulgarizada e minimizada a tal ponto que, segundo levantamento recente, a maioria dos israelenses aceita e admite que há uma forma de apartheid em seu próprio país, e cerca de 50% da população apoia a segregação e a discriminação contra os árabes:
Uma nova enquete revelou que a maioria dos israelenses judeus acredita que o Estado Judaico pratica “apartheid” contra os palestinos, com muitos apoiando abertamente as políticas discriminatórias contra seus cidadãos árabes.
Um terço dos que responderam creem que “os cidadãos árabes de Israel não deveriam ter direito a voto”, ao passo que quase a metade – 47 % – gostaria que "lhes fossem retirados seus direitos de cidadania” e que fossem postos sob o controle da Autoridade Palestina (…)
A enquete, conduzida pelo grupo de pesquisa israelense “Dialog”, concluiu que 59% de 503 pessoas consultadas gostaria de ver os judeus receberem preferência para os empregos no setor público, ao passo que a metade gostaria de ver os judeus melhor tratados do que os árabes.
Um pouco mais de 40% gostaria de ver moradias e salas-de-aulas separadas para judeus e árabes. (Catrina Stewart, “The new Israeli apartheid: Poll reveals widespread Jewish support for policy of discrimination against Arab minority”, “The Independent”, October 23, 2012)
Noam Sheizaf, um jornalista israelense, escreveu que as “descobertas refletem a noção generalizada de que Israel, como um Estado Judaico, deveria ser um Estado que favorecesse os judeus. Elas são também o resultado da ocupação… Após quase meio século de dominação sobre outro povo, não é nenhuma surpresa que a maioria dos israelenses não pense que os árabes mereçam os mesmos direitos.” (Ibid.)
Essa dominação dos palestinos pelos israelenses vem sendo estimulada e mantida por países que alegam defender a liberdade, os direitos humanos e a democracia.
A “Autoridade Palestina” foi criada com os “Acordos de Oslo” em 1994 como um organismo de governo provisório com poderes limitados e com independência geográfica ainda mais limitada de Israel, [acordos] cuja duração deveriam ter sido de apenas cinco anos, de acordo com a linha de tempo estipulada pela qual os “acordos de status final” deveriam ter sido alcançados.
Dezenas de milhões de dólares jorraram sobre a “Autoridade Palestina” (AP) vindos de ardentes partidários de Israel, tais como os Estados Unidos e a União Europeia, e investimentos similares prosseguiram em projetos conjuntos Israel-Palestina que, uma vez mais, não fizeram nenhum esforço para mudar o status quo político e econômico da vida palestina concreta.
O discurso proeminente em relação a grupos recentemente formados, tais como “One Voice” (Uma Voz) e outras colaborações, era que o “conflito” Israel-Palestina era um problema de ignorância e preconceito em oposição a uma questão de injustiça e do continuado despojo e subjugação de um povo por outro. (http://www.maan-ctr.org/pdfs/Boycott.pdf)
A onda de colaborações que veio após Oslo aumentaram a legitimidade global de Israel de tal modo que os acordos bilaterais com a União Europeia e outros países se multiplicaram, assim como outros acordos que incluíam laços mais próximos com a OTAN e a OCDE. Entre 1994 e 2000, houve acréscimo de seis vezes no investimento estrangeiro direto em Israel, de US$ 686 milhões para aproximadamente US$ 3,6 bilhões. (“De-Osloization and the fight against Normalisation”, op. cit.)
De certo modo, o “Vírus de Oslo” normalizou o ostracismo de todos os árabes e muçulmanos, e o maltrato aos palestinos era um prelúdio para a aceitação da atual e patente islamofobia e arabofobia (E como os árabes também são semitas, a arabofobia também é antissemitismo, mas é virtualmente impossível usar essa expressão em relação com os sentimentos antiárabes em razão de sua forte conotação judaica.)
O mundo ocidental aceita as ocupações dos EUA e Israel sobre terras árabes e muçulmanas para “proteger interesses estratégicos e financeiros”, e a “guerra global contra o antissemitismo” assim como a “guerra global ao terror” são os pretextos escolhidos para a invasão militar, onde quer que a “intervenção humanitária” se mostre inadequada. Aqueles que resistem à ocupação estadunidense no Afeganistão ou à ocupação israelense da Palestina são retratados como “terroristas”. Aqueles que matam civis e funcionários governamentais eleitos na Síria são apresentados como “combatentes da liberdade”. Se você resiste à ocupação, você será bombardeado. Se você combater por ela, você será armado.
O ANTISSEMITISMO E A ISLAMOFOBIA COMO INSTRUMENTOS DA GUERRA DE PROPAGANDA DOS EUA
Alguns argumentam que Israel não passa de posto avançado do imperialismo estadunidense: “Os Estados Unidos estão alinhados com Israel fundamentalmente porque usam Israel para projetar sua influência imperial na região rica em recursos.” (Michael Fiorentino “Israel: An outpost of empire”, SocialistWorker.org, April 16, 2010.). Com isso em mente, a “guerra global contra o antissemitismo” pode ser vista como um instrumento da guerra de propaganda imperial dos Estados Unidos.
Em “A Indústria do Holocausto”, Norman Finkelstein escreve: “Assim como as organizações judeo-estadunidenses dominantes negligenciaram o holocausto nazista nos anos subsequentes à Segunda Guerra Mundial para ajustar-se às prioridades do governo dos EUA na Guerra Fria, também sua atitude quanto a Israel manteve-se em linha com a política estadunidense nos EUA.” Com a guerra árabe-israelense de 1967, “O Holocausto se tornou uma fixação na vida do judeu estadunidense”. (Finkelstein, Norman. “The Holocaust Industry”. New York: Verso, 2003, p. 16-17.)
Não é segredo para ninguém que os EUA querem expandir e manter sua hegemonia, e o infame “Projeto para um Novo Século Estadunidense” (“Project for a New American Century”) expôs claramente o que deve ser feito para tal efeito.
O papel das forças militares durante a Guerra Fria era dissuadir o expansionismo soviético. Hoje, sua tarefa é garantir e expandir as “zonas de paz democrática”, dissuadir o surgimento de nova grande potência competidora, defender regiões chave da Europa, Ásia Oriental e Oriente Médio, e preservar a proeminência dos Estados Unidos mediante a próxima transformação da guerra viabilizada por novas tecnologias (…)
A liderança global dos Estados Unidos (…) baseia-se na segurança da pátria estadunidense, a preservação de um equilíbrio de forças favorável na Europa, no Oriente Médio e nas circundantes regiões produtoras de energia, assim como na Ásia Oriental.(“Rebuilding America’s Defenses”, “Project for a New American Century”, September 2000.)
Chama muito a atenção que expandir as “zonas de paz democrática” seja o único objetivo entre parênteses, posto que esses, em geral, denotam sarcasmo e ironia. Afora de “paz democrática”, os objetivos hegemônicos estão muito claros e a nova “guerra contra o antissemitismo global” só pode contribuir ainda mais para o projeto imperial dos Estados Unidos, do qual Israel é tanto uma ferramenta de uso como um beneficiário.
Fortemente armados pelos Estados Unidos, a política exterior de Israel é uma extensão da política exterior dos Estados Unidos. Desde a criação de Israel, fomos acostumados ao maltrato dos palestinos: isso foi “normalizado”. A punição coletiva infligida aos palestinos por Israel, um crime que os judeus sofreram sob o regime nazista, é aceito e perpetuado pelos Estados Unidos. Sem a ajuda e a permissão dos Estados Unidos e a aceitação da chamada “comunidade internacional”, os palestinos não seriam perseguidos.
Da mesma forma que Israel usa o Holocausto para justificar a punição coletiva dos palestinos e a agressão a seus vizinhos, os Estados Unidos usam o 11/9 para justificar a punição coletiva dos muçulmanos no mundo inteiro e várias invasões militares. Muito antes dos “Memorandos da Tortura” da administração Bush que avalizam a tortura, Israel já tinha oficialmente autorizado a tortura através do “Relatório Landau”, em 1987. A islamofobia é, sem dúvida, a forma mais aceita de discriminação na atualidade e, nesse contexto, a institucionalização da “guerra global contra o antissemitismo” é claramente outra expressão distorcida da mesma.
Em “The Islamophobia Industry: How the Right Manufactures Fear of Muslims” (“A indústria da islamofobia: Como a Direita Fabrica o Medo aos Muçulmanos”), Nathan Lean “traça o arco do sentimento islamofóbico que aflorou no ocidente”, o qual está fortemente ligado à “Indústria do Holocausto”.
“Ele expõe a multimilionária indústria dos traficantes do medo e a rede de financiadores e organizações que bancam e perpetuam o fanatismo, a xenofobia e o racismo, e criam um clima de medo que sustenta ameaçador câncer social” (…)
“Trata-se de relação de benefícios mútuos, na qual ideologias e afinidades políticas convergem para levar adiante a mesma agenda.” (…)
Elas provêm, principalmente, do sionismo direitista e do cristianismo evangélico, que se unem para formar uma frente judeo-cristã em suas batalhas contra o Islã. Seus financiadores também provêm desses mundos – embora o mundo sionista de direita tenha gerado a maioria dos ativistas antimuçulmanos (…)
É esse sionismo cristão que liga estreitamente direitistas evangélicos com fortes partidários do Estado Judeu. Os sionistas que espalham o fanatismo anti-islâmico podem ser alocados em três campos, segundo Lean: o sionismo religioso (judeu), o sionismo cristão e o sionismo político. “Para os sionistas religiosos, a profecia é o principal instigador de seu fervor islamofóbico. Para eles, os palestinos não são apenas habitantes indesejados; não são apenas árabes em terras judaicas. Não são sequer apenas muçulmanos. Eles são forasteiros não-judeus feitos de tecido diferente – e as ordens de Deus em relação a eles são bem claras”, ele escreve. E há o sionismo político, que se abstém da linguagem religiosa, mas continua sendo hostil para com os muçulmanos. Como Max Blumenthal escreveu, esses personagens, alguns dos quais são neoconservadores, creem que “o Estado Judeu (é) um “Forte Apache” do Oriente Médio nas linhas de frente da ‘Guerra Global ao Terror.” (Alex Kane, Islamophobia: How Anti-Muslim bigotry was brought into the American mainstream, Mondoweiss, October 29, 2012.)
Os Estados Unidos estão usando Israel para suas guerras sujas e, por sua vez, Israel está usando os Estados Unidos para combater seus vizinhos. Eles são aliados inseparáveis, cada qual acumula poder e expande seu controle sobre territórios estrangeiros e suas populações, e seus aliados se beneficiam disso. Qualquer que seja o pretexto usado, a razão para deflagrar guerras permanece a mesma: poder e dinheiro. E isso sempre se consegue com a demonização de quem estiver no caminho.”
FONTE: escrito por Julie Lévesque no “Global Research” de 12/11/2012. Artigo transcrito no portal “Viomundo” com tradução de Jair de Souza (http://www.viomundo.com.br/politica/julie-levesque-a-guerra-contra-o-antissemitismo-global-na-era-da-islamofobia.html) [Imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].
5 comentários:
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IRMANDADE MUÇULMANA...
TODOS OS MUÇULMANOS PRECISAM SER EXPATRIADOS DA EUROPA E DE TODOS OS PAÍSES CIVILIZADOS, PARA O ORIENTE MÉDIO!
ENQUANTO NÃO SAÍREM, DEVERÃO SER CONFINADOS EM CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO, ONDE PODERÃO COLOCAR NO PORTÃO DE ENTRADA: "EURÁBIA", COMO SONHAVAM.
A realidade que poucos conhecem:
A SUPREMA CORTE DA ESPANHA revogou a lei que proibia o uso de véu, e os devidos trajes das muçulmanas, porque recebeu ameaças da IRMANDADE MUÇULMANA!!!
Obs.: Essa IRMANDADE MUÇULMANA, está infiltrada em todos os países europeus, incluindo Austrália, Canadá, e a Ásia.
Dessa maneira, todos os MOVIMENTOS contra os islamitas na Europa, e em todos os países civilizados, são logo silenciados, porque as Organizações recebem ameaças de morte, da IRMANDADE, nas quais incluem os familiares.
É terrorismo oculto, feito através do TELEFONE.
E, também, sob ameaça de morte, forçam as pessoas que se convertam ao islamismo.
Os muçulmanos se impõem no mundo, através de ameaças de mortes, bombas, assim como homens-bomba ou incêndios provocados, seja numa residência ou instituição pública, como foi o caso da Suprema Corte da Espanha.
Nota: o Papa Bento XVI, foi obrigado a abandonar o papado, porque em mais de 50 (cinqüenta) idiomas, transmitido ao mundo inteiro, falou algumas verdades sobre a maldita SEITA PEDOFÍLICA, denominada Islamismo. E o Vaticano seria impludido pelos muçulmanos, se ele permanecesse no papado. Assim, o infeliz do Papa Francisco, assumiu o papado, e teve que se humilhar, por exigência dos muçulmanos, em lavar os pés de uma muçulmana, que odeia os cristãos, e ainda teve que beijar os pés dessa maldita.
Apenas um exemplo do que os malditos islamitas fazem no Ocidente: é o caso do político holandês, que quer livrar seu país dos islamitas, e tem todos os motivos, e devido a isso, tem que andar com seguranças, usar carro blindado, para não ser assassinado pelos muçulmanos, em seu próprio país!
Ainda, os islamitas pertencem a uma SEITA PEDOFÍLICA E POLÍTICA, denominada islamismo, que se intitula religião, sem o ser, na qual a pedofilia é legalizada por lei do ISLÃ.
Em razão disso, se acham no direito de estuprar nossas crianças, podendo levá-las à morte, por hemorragia interna, e se sobreviverem, ficarão traumatizadas para o resto de suas vidas.
Uma coisa é certa, eles também tem família, como nós!!!
Então, vamos aplicar nos muçulmanos, a Lei de Talião:
'OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE'.
Assim, não poderão mais nos intimidar com ameaças, porque saberão que haverá o troco!!!
No Oriente Médio, matam, estupram e mutilam cristãos e membros de outras religiões.
Por que temos que os tolerar na Europa e em outros países civilizados, se eles nos odeiam e matam?
VAMOS DAR UM BASTA!!! NÃO VAMOS CONTINUAR RECEBENDO ORDENS PARA RETIRARMOS OS CRUCIFIXOS DAS IGREJAS, AS ÁRVORES DE NATAL DAS RUAS E ASSIM POR DIANTE. E AINDA SERMOS AMEAÇADOS DE MORTE, ASSASSINADOS OU DEIXAR NOSSAS MENINAS SEREM ESTUPRADAS PELOS PEDÓFILOS MUÇULMANOS, EM NOSSOS PRÓPRIOS PAÍSES, ONDE OS MUÇULMANOS SÃO INTRUSOS!!!
E, viva a ISLAMOFOBIA, que varrerá do mundo, a chaga da humanidade: o islamismo e suas perversões sexuais: a pedofilia
Obs.: os muçulmanos sempre envolvem os judeus nas descriminações, sendo que os judeus nunca foram taxados como assassinos, estupradores ou terroristas. É uma jogada maquiavélica dos islamitas, tentando espalhar o anti-semitismo (Neonazismo) pelo mundo, com intenção de enfraquecer a ISLAMOFOBIA.
ISLAMOFOBIA...
TODOS OS MUÇULMANOS PRECISAM SER EXPATRIADOS DA EUROPA E DE TODOS OS PAÍSES CIVILIZADOS, PARA O ORIENTE MÉDIO!
ENQUANTO NÃO SAIREM, DEVERÃO SER CONFINADOS EM CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO, ONDE PODERÃO COLOCAR NO PORTÃO DE ENTRADA: "EURÁBIA", COMO SONHAVAM.
Antes de mais nada, ISLAMISMO NÃO É RELIGIÃO, mas, é uma SEITA PEDOFÍLICA E POLÍTICA, na qual a pedofilia é legalizada por lei do ISLÃ.
A realidade: os cristãos ou membros de outras religiões não enviam assassinos para matar no Oriente Médio, porém, os muçulmanos enviam suas facções Terroristas, sob o pretexto que são "Fundamentalistas Islâmicos", para matar no Ocidente.
Muçulmanos recolhem dízimos nas Mesquitas, para o Terrorismo, então são cúmplices.
No Oriente Médio, constantemente, estupram, mutilam e matam cristãos e membros de outras religiões.
Por que então, temos que os tolerar na Europa e em outros países civilizados, se eles nos odeiam e matam?
Os islamitas seguem, rigorosamente, o que está escrito no CORÃO (escrito pelo pedófilo Maomé, que chamam de Profeta), por esse motivo a PEDOFILIA é legalizada pela lei do ISLÃ.
Também, nesse livro satânico que chamam de sagrado, o CORÃO, está escrito que todos têm que serem convertidos ao islamismo ou assassinados, de acordo com a tal "Guerra Santa", que de santa não tem nada.
Nos noticiários, poderemos saber das atrocidades que praticam nas indefesas aldeias e pequenas cidades da África: estupram suas meninas e jovens, e matam todos os homens, para que não mais procriem: os "Cães Infiéis, ao Maomé" (como chamam todos que não são muçulmanos). Em seguida obrigam suas vítimas a colocar o véu, e as transformam em muçulmanas, contra a vontade delas.
Depois alegam, descaradamente, que islamismo é a "religião" que mais cresce no mundo.
Entre outras perversidades: estupros de mais de seiscentas meninas e adolescentes, obviamente virgens, como foi amplamente divulgado na Itália. Na Inglaterra estupraram centenas de meninas, também amplamente divulgado. Assim como em todos os países europeus, onde estão infiltrados, acontece a mesma coisa.
Ainda, picham todas as Igrejas nos países europeus, que os acolheram, onde podemos observar que apenas as Mesquitas não estão pichadas. Se fosse obra de pichadores, as Mesquitas também estariam.
Depois reclamam da ISLAMOFOBIA?
E, viva a ISLAMOFOBIA, que varrerá do mundo, a chaga da humanidade, o islamismo, e suas perversões sexuais: a pedofilia
ANDERS DA NORUEGA...
TODOS OS MUÇULMANOS PRECISAM SER EXPATRIADOS DA EUROPA E DE TODOS OS PAÍSES CIVILIZADOS, PARA O ORIENTE MÉDIO!
ENQUANTO NÃO SAIREM, DEVERÃO SER CONFINADOS EM CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO, ONDE PODERÃO COLOCAR NO PORTÃO DE ENTRADA: "EURÁBIA", COMO SONHAVAM.
As verdades que não devemos esquecer:
ANDERS BEHRING BREIVIK da Noruega não é um assassino, é um idealista, assim como foi Che Guevara e outros, que arriscaram suas vidas e liberdade, em prol da humanidade. E. como o próprio Anders da Noruega declarou: "foi cruel, mas necessário". Com seu ato, ao eliminar os islamitas e seus simpatizantes, ele teve a intenção em alertar o mundo sobre os perigosos muçulmanos, que se infiltram na Europa e em outros países civilizados, sob qualquer pretexto, e na primeira oportunidade fazem terrorismo nos países que os acolheram.
Exemplos: na França, queimam as propriedades dos ocidentais, sob qualquer pretexto, e contratam desocupados para fazerem o “serviço”, em conjunto, para não serem incriminados. E, onde podemos observar que todas as Igreja estão pichadas, e apenas as Mesquitas não estão. Se fosse obra de pichadores, as Mesquitas também estariam.
Na Rússia, mataram dezenas de crianças numa escola, mas ali não puderam negar a autoria. Na Itália, apenas oito islamitas, em poucos meses, estupraram mais de 600 (seiscentas) meninas de 12 a16 anos de idade, obviamente virgens, o que foi amplamente divulgado.
Na Inglaterra incendiaram várias cidades inglesas, somente porque um islamita foi morto pela polícia, e também estupram meninas inglesas.
Nos USA todos sabem o que aconteceu, porque foi amplamente divulgado.
No Brasil, um brasileiro que matou vários estudantes num colégio, tinha ligações com terroristas islâmicos, inclusive pela Internet.
Portanto, podemos deduzir que todos os assassinatos nas escolas, no mundo inteiro, mesmo não sendo efetuados por muçulmanos, os atiradores são recrutados por eles.
Incluíndo assassinatos de civis, por facadas.
Islamismo não é religião, é Seita Pedofílica e política, com suas leis próprias, nas quais a pedofilia é legalizada por lei do Islã. Qualquer muçulmano pode casar com 3 (três) meninas, ao mesmo tempo, com 9 (nove) anos de idade ou menos, para suas orgia pedofílicas, e quando morrem nessas orgias, apenas são substituídas. Alegam que é costume, para justificarem suas perversões sexuais. Os islamitas seguem o exemplo do pedófilo Mohamed, que chamam de profeta, e cuja última esposa, Ayshah, tinha apenas 8 (oito) anos de idade.
Antes do ato de Anders Behring Breivik, a Nova Ordem dos Templários não era conhecida, agora essa Sociedade Secreta se espalhou pelo mundo inteiro, tendo milhões de seguidores, que estão aumentando a cada dia. Se era esse o objetivo de Anders, a divulgação, então conseguiu!!! E, a Islamofobia se fortificou pelo mundo civilizado, graças ao corajoso Anders de Noruega.
Obs.: os muçulmanos, sempre covardes como todos os assassinos, se escondem por trás das "Estrelas Negras", na Grécia, e outras denominações que usam, para promoverem revoltas e matanças, com intuito de dominarem os PAÍSES, posteriormente.
O mesmo método estão usando na Síria, e depois culpam o governo Sírio, pelos genocídios que praticam.
BARACK HUSSEIN OBAMA e sua estratégia...
Obama estava desesperado em bombardear a Síria, para apagar os últimos vestígios das Armas Químicas, que ele deu aos seus amigos Terroristas muçulmanos, chamados de "Rebeldes", para serem espalhadas entre o povo, com a finalidade de incriminar o governo sírio, e finalmente conseguir o seu verdadeiro objetivo: ajudar em implantar o ISLAMISMO RADICAL, na Síria.
Nota: no Egito, onde OBAMA também interferiu em prol da IRMANDADE MUÇULMANA se deu mal, e o ISLAMISMO RADICAL foi derrubado.
Ora, não é OBAMA que envia armamentos e dinheiro para os Terroristas, na Síria?
Não foi Obama que entregou um Drone para que os iraquianos o pudessem copiar, sob alegação que caiu no IRÃ?
Obama, monitora os telefonemas no mundo inteiro, sob alegação que é para combater o Terrorismo.
Se realmente quisesse combater o Terrorismo, monitoraria os telefonemas de muçulmanos, que são Terroristas, e não dos europeus e asiáticos!!!
Alega que combate Terrorismo, no entanto, deixou que os irmãos chechenos, praticassem Terrorismo na maratona de Boston, embora tivesse sido avisado pelo Serviço de Inteligência Russa, que eram perigosos, e cuja mãe deles estava fichada no FBI, como Terrorista.
OBAMA alegou ter mandado matar OSAMA BIN LADEN, e nada foi provado. O interessante é que os enviados para o Oriente Médio, e que participaram da FARSA, num total de 24 (vinte e quatro), e dos quais 20 (vinte) já estão mortos, numa verdadeira 'QUEIMA DE ARQUIVO".
A única realidade crua e nua é que OBAMA é aliado dos Terroristas muçulmanos, e lhes passa todas as informações necessárias sobre tudo que acontece no Ocidente, no que se refere ao combate ao Terrorismo, através de escutas de telefonemas e internet, para que possa avisar em tempo, seus amigos Terroristas muçulmanos, se alguma preparação para um atentado Terrorista, já foi descoberta, para os advertir. Quando os verdadeiros combatentes do Terrorismo nada descobrem, o atentado é realizado.
Se não tivesse essa intenção, não precisaria monitorar telefonemas dos Ocidentais e Orientais, porque eles não enviam Terroristas para matar em outros países, como os muçulmanos!
Em meio a um discurso do OBAMA, lhe escapou: "FUI PREPARADO POR ANOS, PARA SER PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA". A nítida impressão que se tem, é que foi preparado por Terroristas muçulmanos. E se aproveitando de atual tecnologia usada por NSA, PRISM E VERIZON, incluindo os Drones, está sabotando o mundo civilizado, sob alegação que combate o Terrorismo, porém OBAMA, na verdade combate a civilização ocidental e oriental, em prol dos Terroristas muçulmanos!
A Europa e os países civilizados não podem e nem devem aceitar qualquer ajuda desse "infiltrado" na presidência americana, o OBAMA, que se faz passar por um simples mulato e cristão, e cuja verdadeira identidade e religião continuam uma incógnita!
E, graças ao BARACK HUSSEIN OBAMA, o terrorismo aumentou!!!
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