Malvinas, 182 anos de usurpação
"O caso colonial das Malvinas é hoje o mais prolongado na história e um dos maiores, considerando a dimensão territorial em disputa entre o Reino Unido, que se nega a dialogar, e a Argentina, que exige sua soberania.
A partir do momento da usurpação inglesa em 3 de janeiro de 1833, as autoridades do nascente Estado das Províncias Unidas do Rio La Plata exigiram a devolução do território que dependia já de Buenos Aires, lembrou o historiador, escritor e servidor público governamental Marcelo Vernet.
Foram 182 anos de usurpação e reclamações, sustentou Vernet, que é descendente direto de Luis Vernet, o primeiro governador das Ilhas Malvinas que estava no cargo no momento da invasão britânica.
O servidor público da Secretaria de Assuntos Relativos às Malvinas, da Chancelaria, participou de um ato memorial no moderno Museu Malvinas, inaugurado pela presidenta Cristina Fernández em 10 de junho do ano passado.
Intervieram também o diretor da instituição, Jorge Giles, e o vice-diretor e ex-combatente da Guerra das Malvinas Mario Volpe.
Se calculamos a área insular, mais a zona marítima adjacente e a porção correspondente da Antártida, é quase a metade de todo o atual território da Argentina, afirmou Vernet, que apontou que há 50 anos a ONU estabeleceu o conflito como um caso colonial.
Diferentemente de Londres, que insiste em encarar o problema como um conflito de guerra, ainda que Buenos Aires promova hoje uma política de paz e diálogo, conforme as resoluções da ONU, para achar uma solução.
O historiador alertou sobre o perigo de que Londres procure manter o status quo nas ilhas e considera a possibilidade de converter Malvinas em um Estado, alentando a comunidade de colonos e utilizando propaganda midiática, para assim pretender legitimar a usurpação e exigir para si uma porção da Antártida.
Frear e isolar diplomaticamente essa política anexionista é o objetivo que busca o atual governo argentino, afirmou Vernet.
Também preocupante para América Latina e os países africanos da costa atlântica é o crescente uso estratégico militar que Londres faz da região, bem como a política de exploração de seus recursos, em particular hidrocarbonetos, que começou a promover.
Apesar de a oposição em geral não acompanhar essa luta pela soberania - lamentou o diplomata -, o Governo conseguiu instalar o assunto Malvinas como uma política de Estado.
Há que continuar promovendo e consolidando essa linha não como parte da política de um Governo em particular, mas como objetivo de país. Como parte desses esforços, desde domingo (4) todo o transporte público [na Argentina] levará a insígnia das Malvinas.
Nessa direção, também se dirige o projeto científico "Pampa Sul", destinado a fazer um mapa sobre as riquezas, flora, fauna e geologia da área.
Esse Museu é também parte dessa política de conscientização, afirmou por sua vez Giles, que sustentou que “estão obrigados como argentinos a exercitar a memória, para não correr o risco de naturalizar a ocupação”.
Vernet comentou que a Argentina conseguiu o apoio de importantes foros regionais como a CELAC, a UNASUL, o MERCOSUL, o G-77 + China, o BRICS e a Associação da América Latina-África, mas considera que é necessário voltar a instalar o problema das Malvinas na Assembleia Geral da ONU.
Nesse sentido, lembrou que a Argentina deixou de reivindicar nesse foro na década de 1990 durante o Governo de Carlos Menem.
“Instalar na Assembleia Geral a causa da soberania argentina sobre as Malvinas seria a culminação de um processo multilateral, há que avaliar o momento mais oportuno para fazê-lo”, considerou.
“Pelo momento, há que continuar denunciado a falsidade da propaganda do Reino Unido de que nas ilhas não tinha nada antes de que a usurpassem a tiros de canhão em 1833. As evidências históricas demonstram o contrário. Também se deve combater o conceito militarista de Londres de que precisa defender "a comunidade da ilha" [funcionários ingleses, suas famílias e descendentes], o que usa como pretexto para manter a ocupação jurídica, histórica e legalmente a razão não está do seu lado para continuar nas Malvinas”.
FONTE: do site "Prensa Latina". Transcrito no portal "Vermelho" (http://www.vermelho.org.br/noticia/256631-7).[Título, mapa e trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].
"O caso colonial das Malvinas é hoje o mais prolongado na história e um dos maiores, considerando a dimensão territorial em disputa entre o Reino Unido, que se nega a dialogar, e a Argentina, que exige sua soberania.
Foram 182 anos de usurpação e reclamações, sustentou Vernet, que é descendente direto de Luis Vernet, o primeiro governador das Ilhas Malvinas que estava no cargo no momento da invasão britânica.
O servidor público da Secretaria de Assuntos Relativos às Malvinas, da Chancelaria, participou de um ato memorial no moderno Museu Malvinas, inaugurado pela presidenta Cristina Fernández em 10 de junho do ano passado.
Intervieram também o diretor da instituição, Jorge Giles, e o vice-diretor e ex-combatente da Guerra das Malvinas Mario Volpe.
Se calculamos a área insular, mais a zona marítima adjacente e a porção correspondente da Antártida, é quase a metade de todo o atual território da Argentina, afirmou Vernet, que apontou que há 50 anos a ONU estabeleceu o conflito como um caso colonial.
Diferentemente de Londres, que insiste em encarar o problema como um conflito de guerra, ainda que Buenos Aires promova hoje uma política de paz e diálogo, conforme as resoluções da ONU, para achar uma solução.
O historiador alertou sobre o perigo de que Londres procure manter o status quo nas ilhas e considera a possibilidade de converter Malvinas em um Estado, alentando a comunidade de colonos e utilizando propaganda midiática, para assim pretender legitimar a usurpação e exigir para si uma porção da Antártida.
Frear e isolar diplomaticamente essa política anexionista é o objetivo que busca o atual governo argentino, afirmou Vernet.
Também preocupante para América Latina e os países africanos da costa atlântica é o crescente uso estratégico militar que Londres faz da região, bem como a política de exploração de seus recursos, em particular hidrocarbonetos, que começou a promover.
Apesar de a oposição em geral não acompanhar essa luta pela soberania - lamentou o diplomata -, o Governo conseguiu instalar o assunto Malvinas como uma política de Estado.
Há que continuar promovendo e consolidando essa linha não como parte da política de um Governo em particular, mas como objetivo de país. Como parte desses esforços, desde domingo (4) todo o transporte público [na Argentina] levará a insígnia das Malvinas.
Nessa direção, também se dirige o projeto científico "Pampa Sul", destinado a fazer um mapa sobre as riquezas, flora, fauna e geologia da área.
Esse Museu é também parte dessa política de conscientização, afirmou por sua vez Giles, que sustentou que “estão obrigados como argentinos a exercitar a memória, para não correr o risco de naturalizar a ocupação”.
Vernet comentou que a Argentina conseguiu o apoio de importantes foros regionais como a CELAC, a UNASUL, o MERCOSUL, o G-77 + China, o BRICS e a Associação da América Latina-África, mas considera que é necessário voltar a instalar o problema das Malvinas na Assembleia Geral da ONU.
Nesse sentido, lembrou que a Argentina deixou de reivindicar nesse foro na década de 1990 durante o Governo de Carlos Menem.
“Instalar na Assembleia Geral a causa da soberania argentina sobre as Malvinas seria a culminação de um processo multilateral, há que avaliar o momento mais oportuno para fazê-lo”, considerou.
“Pelo momento, há que continuar denunciado a falsidade da propaganda do Reino Unido de que nas ilhas não tinha nada antes de que a usurpassem a tiros de canhão em 1833. As evidências históricas demonstram o contrário. Também se deve combater o conceito militarista de Londres de que precisa defender "a comunidade da ilha" [funcionários ingleses, suas famílias e descendentes], o que usa como pretexto para manter a ocupação jurídica, histórica e legalmente a razão não está do seu lado para continuar nas Malvinas”.
FONTE: do site "Prensa Latina". Transcrito no portal "Vermelho" (http://www.vermelho.org.br/noticia/256631-7).[Título, mapa e trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].
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