O site “vermelho” ontem publicou o seguinte texto de Antônio Mello, originalmente postado no Blog do Mello:
“A vontade de desinformar, de criar uma crise e trazê-la até aqui para desgastar o governo é tanta, que o jornalão dos Marinho (O Globo) está se preparando para o Natal cultivando uma barriga atrás da outra. Quer ser o Papai Noel mais barrigudo dos jornalões.
A primeira barrigaça veio com a notícia de que a Caixa teria deixado de praticar procedimentos padrões no empréstimo que fez à Petrobrás. Nota da Caixa reduz a matéria a pó:
O Globo prestou um desserviço aos seus leitores e deu uma informação errada na manchete de sua edição de hoje, 29-11-2008: "Caixa não consultou auditores no socorro junto à Petrobrás".
Em seguida, O Globo partiu para cima da Petrobrás. Seguindo cartilha tucana dos governos de Minas e São Paulo, o jornal disse que a empresa não cumpre uma resolução Conama em relação ao teor de enxofre no óleo diesel. Em nota, a Petrobras afirma que as acusações se baseiam em "uma resolução Conama que não existe" e mostra quem está por trás do jornalão nas acusações à empresa:
O grupo de pessoas que atua de forma deliberada e difamatória contra a Petrobras é composto por integrantes das Secretarias de Meio Ambiente dos Estados de São Paulo e Minas Gerais, Secretaria do Verde e Meio Ambiente da Cidade de São Paulo, e de algumas organizações não-governamentais que se intitulam representantes da sociedade civil de São Paulo.
A terceira barriga veio com a manchete do domingo: "Vizinhos ameaçam o Brasil com calote de US$ 5 bilhões". A reportagem afirmava que o governo brasileiro estaria ajudando o Equador e incentivando outros países da América do Sul a darem um "calote" no país. Nota do movimento em favor da auditoria da dívida pública desmonta a "reportagem":
A matéria construiu um cenário para tentar vender a idéia de que o governo do Equador realizou a auditoria de sua dívida pública com o objetivo de "dar o calote" no Brasil. Ataca o próprio governo brasileiro ao afirmar que este teria contribuído para o "calote" ao investir nesse processo uma funcionária da Receita Federal. Essa é uma acusação leviana, descabida e sem fundamento.
A cessão de servidores públicos para outros países é um procedimento legal, de praxe no âmbito das relações de cooperação internacional. A auditoria é um instrumento fiscal que legitima a contabilidade de todo agente econômico, inclusive do Estado, que visa a garantir a transparência das negociações, e que não tem qualquer intenção prévia, como pretende vender a matéria. Dizer que "O governo brasileiro emprestou mão-de-obra, pagou o custo e, assim, ajudou o Equador a preparar o calote em uma dívida com o BNDES, avalizada pelo Tesouro Nacional", caracteriza grave distorção dos fatos.
No caso brasileiro, a auditoria da dívida externa está prevista na Constituição Federal de 1988 (art. 26 do ADCT, até hoje não cumprido) como uma ferramenta essencial para fiscalizar a correção das contas e das operações relacionadas ao processo de endividamento público, sendo portanto, completamente distorcida a declaração de que o objetivo de uma auditoria seria "preparar o calote de uma dívida". Quando o resultado da auditoria confirma a legitimidade do processo, ratifica a divida. Quando, entretanto, aponta alguma infração ou ilegalidade, a atitude responsável é justamente a busca de uma solução legal, nos devidos espaços jurídicos e políticos nacionais e internacionais.
O principio constitucional leva em conta que uma auditoria traz transparência e justiça. Por outro lado, podemos concluir que a falta ou a negação desta auditoria é que deva ser tida como situação esdrúxula e se constitui indefensável do ponto de vista legal e moral, adversa ao interesse público.
A partir daí, a nota segue mostrando os inúmeros erros de informação publicados.
É o caso de se afirmar: Quem lê jornal sabe mal.”
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2 comentários:
Deus nos livre se um dia voltarmos a não ter imprensa livre. Um dos males de um passado de dureza, era que a tal de "liberdade de imprensa" somete valia para uns. Mas o que nos entristece, é que queremos liberdade, mas que a imprensa também seja responsável por noticiar inverdades. Mas é assim mesmo, infelizmente.
Hoje no O Globo, até parece que não foi um dos principais articuladores de 64, pois publica uma reportagem como que naqueles tempos fazia oposição ferrada ao regime vigente. Quem não viveu naqueles tempos acredita na matéria.
Pedro Bueno,
O que temos hoje é a liberdade da imprensa, da grande mídia agir monoliticamente em prol da direita.
Qualquer dia publico o editorial do O GLOBO de 01/04/64. Desmascara, por si só, a postura hipócrita do jornal.
Maria Tereza
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