segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

CALHA NORTE: PARA JOBIM, PROBLEMA SÃO ONGS

O Jornal do Commercio de ontem publicou:

“O ministro da Defesa, Nelson Jobim, não acredita que a decisão de construir os novos pelotões de fronteira crie polêmica com os índios, apesar de muitas das unidades ficarem em reservas indígenas. “Quem vai reclamar são organizações não-governamentais (ONGs). Índio não reclama”, disse o ministro. “Vamos começar com os postos de fronteira do lado direito, chegando até Forte Príncipe da Beira (RO), percorrendo, inclusive, Tiriós, que passa pela Raposa Serra do Sol”, afirmou Jobim, referindo-se a uma das áreas mais polêmicas e cuja demarcação está em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o ministro, será necessário dobrar o efetivo da região, mas, em uma primeira etapa, ele será ampliado de 25 mil para 30 mil homens. Além das unidades do Exército, o planejamento prevê que essa expansão também atinja os postos da Marinha e da Aeronáutica. O problema é o tamanho do investimento, que exige um cronograma de até nove anos para a instalação dos pelotões. “É necessário criar um sistema logístico brutal, já que é preciso carregar tudo para lá”, lembrou Jobim. “Até pedra vai de avião.”

Ao defender a tese de que o reforço tem de ser não apenas nas fronteiras, mas também nos rios, Jobim explicou que, desde a aprovação da Lei do Abate pelo Congresso, o movimento do tráfico feito pelo ar foi reduzido e transferido para as vias fluviais, aumentando a entrada de drogas pelos chamados “rios penetrantes”. O Ministério da Defesa está, por causa disso, articulando o reforço dos postos da Marinha nesses rios.

No plano de proteção à Amazônia, Jobim defende ainda a regularização fundiária e o controle das entidades que operam na região. “Nós temos uma série imensa de ONGs na Amazônia, sem nenhum controle.” Ele admite que algumas trabalham em parceria com o Exército. “Outras, a gente nem sabe o que fazem”, ressaltou.

A única medida adotada, no ano passado, em nome desse controle, foi a obrigação de as ONGs obterem registro e autorização do Ministério da Justiça para operar na Amazônia.”

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