O portal UOL ontem publicou o seguinte texto de sua redação sobre os resultados da pesquisa Datafolha:
LULA CONTINUA COM APROVAÇÃO MAIS ALTA DO QUE AS QUE TIVERAM TODOS OS OUTROS PRESIDENTES
TAXA DIMINUI DE 70% PARA 65%, ÍNDICE SEMELHANTE AO EXISTENTE NO INÍCIO DA CRISE
APESAR DA QUEDA, APROVAÇÃO PERMANECE MAIS ALTA QUE AS TAXAS OBTIDAS POR TODOS OS DEMAIS PRESIDENTES DESDE A REDEMOCRATIZAÇÃO DO PAÍS
Aprovação a Lula cai pela 1ª vez no segundo mandato
“Com a crise econômica, a avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu a primeira queda desde o início do segundo mandato. A taxa de aprovação caiu de 70%, em novembro do ano passado, para 65%, em pesquisa concluída ontem pelo Datafolha.
Até então, a aprovação ao governo seguia uma trajetória ascendente: 48% em março de 2007, 50% em novembro, 55% em março de 2008, 64% em setembro até chegar a 70% de ótimo/bom em novembro _patamar que nenhum outro presidente brasileiro alcançou desde a redemocratização do país.
Para efeito de comparação, o então presidente Fernando Henrique Cardoso atingiu no máximo 47% de ótimo/bom em 1996, no auge da popularidade trazida pelo Plano Real.
De 0 a 10, a nota média atribuída ao governo Lula também caiu _de 7,6, em novembro, para 7,4, índice que ainda supera os 7,0 da pesquisa de setembro.
O presidente permanece com grande aprovação entre os eleitores que tem a escolaridade fundamental _68% de ótimo/bom (quatro pontos a menos que na pesquisa anterior. No estrato com escolaridade superior, a taxa permaneceu rigorosamente estável em 64%.
Entre os brasileiros de menor renda, a avaliação positiva caiu de 71% para 66%. Também houve queda na faixa superior de renda _de 63% para 58%.
Em termos regionais, o Nordeste continua sendo a principal área de apoio a Lula, com 77% de aprovação _quatro pontos a menos que no levantamento anterior. A região concentra, como afirmou recentemente a ministra Dilma Rousseff, 52% dos beneficiários do Bolsa Família e 40% dos atendidos pelo Luz para Todos.
A seguir aparecem as regiões Norte/Centro-Oeste, com 64% de aprovação (nove pontos a menos); o Sudeste, com 60% (seis pontos a menos); e o Sul, com 57% (dois pontos a menos que na pesquisa de novembro).
A pesquisa reflete o aprofundamento da crise econômica no Brasil. Em janeiro deste ano, a produção industrial caiu 17,2% em relação a igual mês de 2008. Já os gastos do governo federal com o seguro-desemprego subiram 25% no primeiro bimestre de 2009 em relação ao mesmo período do ano passado.
CRISE
O Datafolha revela que, desde novembro, o percentual de brasileiros que tomaram conhecimento da crise aumentou de 72% para 81%. Destes últimos, porém, somente 19% dizem estar bem informados a respeito. A taxa dos que não tomaram conhecimento da crise recuou de 27% para 19%.
Também cresceu bastante a percepção de que o Brasil de um modo geral será muito prejudicado pela crise financeira mundial, que subiu de 20% para 31%. Ainda predomina, porém, a opinião de que o país será um pouco prejudicado pela crise, embora essa taxa tenha se reduzido de 58% para 55%.
Apesar disso, a queda na aprovação de Lula não é proporcional à gravidade da crise. Esse descolamento parcial entre a piora no cenário econômica e a avaliação do governo federal já tinha ficado evidente na pesquisa de novembro _quando a redução da atividade econômica já provocava um recuo de 7,2% na produção industrial somente naquele mês.
Isso acontece porque a avaliação do desempenho do presidente Lula diante da crise continua positiva, ainda que em um grau menor que antes. Em novembro, 49% aprovavam a atuação de Lula no combate aos efeitos da crise. Agora, essa taxa diminuiu para 43%. Já a taxa de reprovação ao seu desempenho subiu de 9% para 13%, assim como a avaliação regular, que passou de 30% para 36%.
A pesquisa Datafolha é um levantamento por amostragem com abordagem em pontos de fluxo populacional, com cotas de sexo e idade e sorteio aleatório dos entrevistados. Nesta pesquisa, realizada de 16 a 19 de março, foram ouvidos 11.204 brasileiros com 16 anos ou mais em 371 municípios de 25 unidades da Federação. A margem de erro desse tipo de levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.”
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