Li hoje no site “vermelho”:
“A presidente argentina, Cristina Kirchner, anunciou, ontem, o envio ao Congresso Nacional de um projeto de lei para reestatizar a ex Fábrica Militar de Aviões de Córdoba, no centro do país, concessionária da gigante da aeronáutica americana, a Lockheed Martin.
Durante um ato público, Kirchner disse ter assinado a matéria "pela qual vamos transferir para o Estado nacional as ações (da Lockheed), o que permitirá que este instrumento estratégico do desenvolvimento nacional enquanto tecnologia aeronáutica volte ao patrimônio do Estado".
A medida aprofunda a política de fortalecimento do Estado, somando-se à recente expropriação da companhia Aerolíneas Argentinas ao grupo espanhol Marsans, além da eliminação dos fundos de pensão privados com a criação de um sistema único estatal de aposentadorias, ambas aprovadas pelo Congresso de maioria governista.
A concessão da fábrica foi feita durante o governo de Carlos Menem (1989-1999), mas a administração Kirchner fechou com a empresa um contrato de transição para encerrá-la.
Se for aprovado pelo Congresso, o projeto significará um gasto de 64 milhões de dólares para o governo argentino, por uma empresa que movimenta cerca de 50 milhões de dólares por ano. A Lokheed Martin é um colosso, que em 2007 fechou negócios de mais de 31 bilhões de dólares.
"Com a estatização da Lockheed, recuperaremos uma indústria aeronáutica de tecnologia avançada", comentou sobre a iniciativa Oscar Cuattromo, secretário de Planejamento do ministério da Defesa.
Cristina Kirchner segue assim o caminho iniciado por seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), que estatizou os correios, a companhia de águas, ramais ferroviários e o controle radioelétrico, privatizados em meio às políticas neoliberais adotadas na década de 90.
Ao falar sobre o projeto de reestatização da Lockeek, Kirchner disse ser a favor de "ter novamente o desenvolvimento industrial da Argentina como ponta de lança".
"Há aqui um plano, uma estratégia que não é a da nação, mas sim a de desmontar instrumentos de autonomia e soberania nacional, que envolvem pesquisa, indústria e trabalho, para nos transformarmos em um país de serviços", acrescentou a presidente.
Atualmente, a fábrica desenvolve novos motores para dez aviões militares IA-63 Pampa, jato de treinamento criado na Argentina, derivado do Alpha Jet alemão, segundo o ministério da Defesa.
A antiga Fábrica Militar de Aviões da Argentina, fundada em 1927, produzia, antes de ser privatizada, diferentes modelos de aviões militares, entre eles o jato Pampa e o biturbohélice de ataque terrestre Pucará, que foi utilizado na guerra anglo-argentina das Ilhas Malvinas, em 1982.”
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