Li hoje no site “Conversa Afiada” o seguinte texto do jornalista Paulo Henrique Amorim:
“Quando Daniel Dantas foi preso (duas vezes), em 48 horas Gilmar Dantas, como diz Ricardo Noblat, lhe deu dois habeas corpus.
Não um, mas dois.
E a partir daquele momento, Gilmar Dantas, segundo Noblat, desfechou uma ofensiva radical, inclinada para a extrema direita do espectro político brasileiro.
Transformou-se no porta-voz das aspirações golpistas da elite branca e do PiG (*).
Tentou desmoralizar e punir o corajoso Juiz Fausto De Sanctis, que prendeu e mais tarde condenou Dantas.
Denunciou uma suposta articulação criminosa de juízes de varas que julgam crimes do colarinho branco (como De Sanctis) com os procuradores da República e policiais federais.
Condenou a “espetacularização” das prisões de ricos e brancos.
O que levou à ridícula proibição do uso de algemas, o que faz corar os brasileiros, quando se defrontam com a perplexidade de observadores estrangeiros.
No Brasil não se usam algemas?
Não.
O advogado Alberto Toron, por exemplo, advogado de Dantas e que comparece a homenagens a Gilmar Dantas, segundo Noblat, é contra o uso de algemas até por pobre, preto e p …
Mais tarde, Gilmar Dantas, segundo Noblat, confirmou a denúncia da revista Veja, a última flor do Fascio: sim, a Abin tinha grampeado uma conversa dele com o senador Demóstenes Torres.
Por causa disso, no mesmo domingo em que a revista Veja, a última flor do Fascio, chegou às bancas em Brasília, o Supremo Presidente do Supremo anunciou que ia chamar o Presidente da República “às falas”.
E chamou.
Na segunda-feira, de manhã, com a ajuda do Ministro da Defesa, que produziu uma babá eletrônica poderosíssima, Gilmar Dantas, segundo Noblat, levou o Presidente da República a destituir o ínclito delegado Paulo Lacerda da Abin.
Até hoje, a Polícia Federal, que está louca para sepultar Paulo Lacerda e o ínclito delegado Protógenes Queiroz, não conseguiu mostrar o áudio do grampo.
Trata-se de uma contribuição do Brasil à História Universal: um grampo sem áudio.
Lacerda, lembre-se, foi quem, na chefia da Polícia Federal, mandou Protógenes investigar Dantas, o Daniel …
Agora, o Governador de São Paulo, Zé Pedágio, entra em conflito com um grupo dissidente do MST, no Pontal do Paranapanema.
Na quarta-feira de Cinzas, Gilmar Dantas, segundo Noblat, CONVOCA A IMPRENSA – onde já se viu isso? – para desancar o MST.
Em resposta, João Pedro Stédile, o único líder político brasileiro que tem peito para enfrentar Gilmar Dantas, segundo Noblat, o chamou de “o Berlusconi” brasileiro.
E o MST ocupou a fazenda de Dantas no Pará.
Como uma forma de “homenagear” Gilmar Dantas, segundo Noblat.
É mais uma fazenda de muitas que Daniel Dantas comprou de forma provavelmente ilegal.
O presidente que tem medo, o Presidente Lula, considerou que as opiniões emitidas por Gilmar Dantas, segundo Noblat, na entrevista convocada para a quarta-feira de Cinzas, eram uma manifestação pessoal – e, não, do Presidente do Supremo.
Poucas horas depois, ATRAVÉS DE UM SIMPLES ASSESSOR, o Presidente Supremo do Supremo manda dizer ao Presidente da República que falou como Presidente do Supremo.
Ou seja, a fúria do Presidente Supremo do Supremo transbordou: desacatou o Presidente da República, ATRAVÉS DE UM ASSESSOR.
Desacatou pela segunda vez.
E de novo, movido por episódios que envolvem Daniel Dantas.
Que sinistra ligação existe entre Dantas e Gilmar?
Por que o Supremo Presidente do Supremo reage abusivamente, quando os interesses comerciais de Daniel Dantas estão em risco?
Por que será que, foragido no exterior, Dantas combinou com os advogados de entrar com um pedido de HC nas férias do Supremo, quando seria julgado por Gilmar Dantas, segundo Noblat?
Porque, segundo o jornal nacional, um assessor de Dantas disse que Dantas, o Daniel, só temia as instâncias inferiores da Justiça (provavelmente se referia a De Sanctis), porque nas instâncias superiores ele contava com “facilidades”?
Que sinistra ligação é essa?
Tão sinistra que leva o Supremo Presidente do Supremo a jogar o país numa crise institucional, como fez antes, fez ontem e ainda fará?
E por que ninguém se faz essa pergunta (muito menos entre seus pares no Supremo): que sinistra ligação é essa entre um Juíz e um bandido condenado?
O que há nesse ato falho de um jornalista tão respeitável como Ricardo Noblat? Chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas?”
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