Vejamos como é dada essa notícia acima por um dos jornais engajados na campanha pela volta da direita ao poder (PSDB/DEM/PPS). No caso, o jornal Folha de São Paulo. Tentam desculpar FHC, tergiversar, diminuir as glórias da vitória de Lula, mas a verdade ainda aparece.
Texto de Valdo Cruz, publicado na Folha de São Paulo de 11/06/2009:
ATÉ QUANDO?
“BRASÍLIA - O Brasil entra hoje na era da taxa de juros na casa de um dígito. Desde que me entendo por gente, estava acostumado a juros oficiais bem mais altos.
Lembro do dia em que o Banco Central, na época de FHC, jogou a taxa para 45%. Foi um remédio bem amargo, mas necessário diante de uma inflação caminhando para o descontrole.
Sem falar do governo Sarney, quando vivemos ares de hiperinflação. Naquele tempo, a taxa de juros chegou a bater na casa de 1.000% ao ano. Isso mesmo, soa irreal, mas aconteceu.
Agora, a dúvida é até quando teremos esse juro mais próximo do mundo civilizado. Há quem diga que, em 2010, a taxa subirá de novo e voltará aos dois dígitos.
Risco, de fato, existe. O resultado do PIB do primeiro trimestre, que não foi tão ruim quanto previsto, mostra um cenário de desbalanceamento na economia.
O consumo cresceu, mas os investimentos despencaram, equação que sinaliza dor de cabeça no futuro. Não solucionada, gera inflação. Teremos mais gente disposta a comprar, e indústrias sem condições de atender tal demanda.
Daí que o governo precisa mudar a dosagem dos remédios administrados para combater a crise. Com o crédito voltando, pode reduzir os estímulos ao consumo, como redução de IPI para automóveis, e focar nos investimentos.
Se esse desequilíbrio não for corrigido, os juros voltam a subir mais cedo do que imaginado. O que pode acontecer no pior momento para o governo, no ano eleitoral, estragando a felicidade de Lula. Ontem, ele tinha motivos para comemorar. O BC surpreendeu e reduziu os juros de 10,25% para 9,25%.
Bem, só ia me esquecendo de um pequeno detalhe. Essa nova era de taxa de juros de um dígito ainda não chegou ao nosso bolso e ao das empresas. Para nós, mortais, os juros anuais ainda estão nas alturas, na casa dos 50%.”
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