segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
DUAS RODOVIAS ATLÂNTICO-PACÍFICO FACILITARÃO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO
DUAS RODOVIAS INTEROCEÂNICAS ESTÃO EM FASE DE FINALIZAÇÃO E DEVEM ENTRAR EM OPERAÇÃO AINDA EM 2011
“Imagine uma rodovia cortando o Continente Sul-Americano de Leste a Oeste, ligando o Oceano Atlântico ao Pacifico. Essa via teria impacto sobre o transporte de carga e passageiros, promoveria a integração de povos sul-americanos e facilitaria o intercâmbio comercial na região e com o mundo.
Em breve não será mais preciso imaginar, pois dois corredores rodoviários estão em fase de finalização. “Um deles pode ficar pronto ainda nesse semestre”, disse o chefe da Coordenação-Geral de Assuntos Econômicos da América do Sul para o Itamaraty, o ministro João Mendes Pereira.
Quatro dos cinco trechos da Rodovia Interoceânica Sul ou Estrada do Pacifico, no Peru, já estão em operação. A rodovia vai ligar a cidade de Assis Brasil, no Acre, aos portos de San Juan de Marcana, Matarani e Ilo.
O outro corredor rodoviário vai conectar os portos de Santos, em São Paulo, aos de Arica e Iquique, no Chile. Essa rodovia vai atravessar o Mato Grosso do Sul e a Bolívia, melhorando a integração desses países no âmbito da América do Sul e dando ainda mais opções para o comércio exterior boliviano, que não conta com saída litorânea. A infraestrutura na parte brasileira já está em operação, restando agora a finalização de trecho de cerca de 40 km por parte da Bolívia, prevista para 2011.
“Mais do que facilitar as exportações brasileiras, os dois corredores vão promover um grande processo de desenvolvimento para a região”, afirmou o ministro Pereira. Ele explicou que as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) têm relação direta com a integração sul-americana. “A melhoria da malha rodoviária nacional e as obras dos corredores estão em simbiose, ou seja, progridem juntas como indutores do desenvolvimento regional”.
RODOVIAS DESAFIAM OBSTÁCULOS NATURAIS
A construção de rodovias do Atlântico ao Pacífico não é tarefa fácil. Um dos maiores desafios é atravessar a Cordilheira dos Andes: a maior cadeia de montanhas do mundo se estende da Patagônia, no Chile, até a Venezuela; tem cerca de oito mil quilômetros de comprimento, com largura média de 160 quilômetros e altura média de quatro mil metros. Outro obstáculo é construir na Floresta Amazônica. Além de passar grandes rios, é preciso reduzir os impactos ambientais.
CUSTOS MAIS BAIXOS NO TRANSPORTE AUMENTARÁ COMPETITIVIDADE
As novas rodovias bioceânicas devem consolidar o papel do Brasil como líder continental. As exportações serão beneficiadas ao abrir alternativas de escoamento da produção, com menores distâncias, custos mais baixos e, consequentemente, maior competitividade dos produtos no mercado internacional, salienta documento de balanço da integração produzido pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
A informação ganha ainda mais força quando se sabe que a China já superou os Estados Unidos como maior parceiro comercial do Brasil, com um movimento de 56 bilhões de dólares em 2010, o que é 25 vezes mais do que em 2000.
Hoje, o Brasil tem três alternativas para chegar ao Pacifico e levar seus produtos à Ásia: sair dos portos brasileiros e contornar o continente em direção à complicada passagem do Estreito de Magalhães, na Patagônia, Chile; contornar o continente em direção ao norte e atravessar o Canal do Panamá; ou utilizar o corredor interoceânico já existente entre Buenos Aires, na Argentina, e o porto de Valparaíso, no Chile.
Enquanto a Ásia é responsável pela compra de parcela importante de produtos primários brasileiros, como soja, carne e minério de ferro, os países da América do Sul são os destinos finais da maior parte dos produtos industrializados e com grande valor agregado.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), o Brasil manteve-se superavitário no comércio com os outros países do continente. Em 2010, o Brasil exportou para esses países cerca de US$ 37 bilhões e importou aproximadamente US$ 25 bilhões.
Por outro lado, os corredores constituirão um vetor fundamental para o aprofundamento da integração sul-americana ao incrementar as trocas comerciais entre os países situados ao longo das rodovias, bem como estimular o fluxo de pessoas, com repercussão positiva, entre outros setores, no de turismo.
BRASIL FINANCIA INFRAESTRUTURA
Outra importante iniciativa brasileira para a integração física sul-americana concentra-se no financiamento aos projetos de infraestrutura. Dos mais de 80 financiamentos aprovados para países da América do Sul, 20 são do setor de Transporte, necessário para a exportação de bens e serviços.
A Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA) foi lançada no ano 2000, pela Cúpula de Brasília, primeira reunião dos 12 presidentes da América do Sul. Ao longo de uma década, formou-se ampla base de conhecimento, fruto da criação de um grupo de diálogo entre os ministérios competentes dos 12 países, apoiada na metodologia elaborada com apoio dos bancos de fomento que apoiam a IIRSA.
Com base em universo de mais de 500 projetos, definiu-se, na III Reunião de Presidentes da América do Sul (Cusco, dez/04), uma carteira de 31 projetos prioritários, que formam a Agenda de Implementação Consensuada (AIC). Entre eles, os dois corredores rodoviários interoceânicos.
Com a União das Nações Sul-Americanas (UNASUL), a IIRSA passará a ser o Foro Técnico do Conselho de Infraestrutura e Planejamento (COSIPLAN) do governo brasileiro. Isso assegurará a continuidade da coordenação entre os países da região em prol do desenvolvimento integrado."
FONTE: publicado no Boletim “Em Questão” e transcrito no portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=146944&id_secao=2) [imagens do Google adicionadas por este blog].
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