domingo, 6 de fevereiro de 2011

PARA MARCO AURÉLIO GARCIA, SANÇÕES COMO AS APLICADAS AO IRÃ NÃO FORTALECEM A PAZ

Marco Aurélio Garcia é assessor-chefe da Assessoria Especial da Presidenta da República.

No terceiro post da série “Relações Exteriores” [do Blog do Planalto], o assessor-chefe da Assessoria Especial da Presidenta da República, Marco Aurélio Garcia, falou sobre a “III Reunião de Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da América do Sul e de Países Árabes” (ASPA), prevista para ser realizada no próximo dia 16/2, em Lima/Peru, e sobre a questão nuclear do Irã.

Num momento em que o Egito enfrenta grave crise política interna e que a Tunísia sofreu intensas mudanças em seu governo, a ASPA será uma oportunidade –disse Marco Aurélio– para os países sul-americanos e árabes estreitarem a aproximação já iniciada em processo “irreversível”. Na opinião do assessor da presidenta, se a dinâmica de democratização no mundo árabe continuar ganhando corpo e se aprofundar, as condições de interlocução com a América do Sul, em especial com o Brasil, serão facilitadas.

Nós esperamos, evidentemente, que, até a realização da ASPA, muitas dessas situações já estejam resolvidas, cristalizadas, de tal maneira que garanta, entre outras coisas, presença mais expressiva de dirigentes árabes”, afirmou.

Sobre a possibilidade de o Brasil continuar intermediando o diálogo com o Irã no tocante aos assuntos nucleares, Marco Aurélio Garcia explicou que o Brasil optou, conjuntamente com a Turquia, por mediar a questão que, naquele momento, apontava riscos à paz mundial. Entretanto, enfatizou, é preciso que se esclareça que o Brasil não possui qualquer tipo de relacionamento privilegiado com o Irã, nem de apoio ao formato político-institucional do país.

É importante dizer que não houve preocupação do Brasil de estabelecer aliança privilegiada com o Irã. Nós temos relações com o Irã como nós temos com outros países do mundo, e naquele momento nós entendíamos que o tema da nuclearização para fins pacíficos ou não do Irã era tema que tinha reverberação muito importante sobre a paz mundial (…). Os resultados não foram tanto na direção que nós gostaríamos que fossem, mas a política nem sempre produz resultados imediatos”, explicou.

Marco Aurélio lembrou, ainda, que apesar de o Brasil não ter sido favorável às medidas internacionais aplicadas ao Irã pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, já que “sanções não fortalecem a paz, pelo contrário, elas dificultam o relacionamento”, seguirá as orientações do Conselho da ONU, mesmo tendo votado contra elas.”

FONTE: Blog do Planalto (http://blog.planalto.gov.br/para-marco-aurelio-garcia-sancoes-como-as-aplicadas-ao-ira-nao-fortalecem-a-paz/).

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