terça-feira, 21 de junho de 2011

HÁ BENS QUE VÊM PARA MAL

Banco Central (BC), em Brasília

“Em abril, o Brasil se tornou o maior comprador mundial de títulos públicos dos EUA. A China ainda é a maior detentora desses papéis, mas a Rússia, que já foi a 2ª do ranking, está reduzindo suas posições; hoje, tem US$ 125 bilhões, contra US$ 207 bilhões do Brasil.

A contrapartida da ascensão brasileira é a valorização da moeda nacional, que acumula alta de 40% nos últimos dois anos, com os estragos sabidos: deslocamento de empregos e encomendas ao exterior, via importações crescentes, sobretudo de produtos industrializados.

Investidores tomam dinheiro emprestado nos EUA e Japão a taxas próximas de zero e despejam seus recursos em títulos públicos brasileiros que pagam 12,25%. A contrapartida é irônica, se não fosse trágica em suas consequências de curto, médio e longo prazo: sem alternativa diante da valorização cambial que isso acarreta, o BC nativo [foto acima] compra esses dólares para... aplicá-los a juro zero no Tesouro americano, que, por sua vez, os reintroduz no seu sistema financeiro de onde retornam ao mercado brasileiro em busca de rendimentos notáveis e que devem aumentar ainda mais, para até 13% ao final do ano [a SELIC], se depender dos conselhos ortodoxos.

Com o espectro do calote rondando a Europa e a recessão persistente nos EUA, não há melhor negócio no mundo. O Brasil é o canal. A economia gerou 252.067 novos empregos em maio; a agência de risco ‘Moody's’ elevou a sua nota de segurança para o país; somos confiáveis e estamos indo bem.

Por essas e outras, o ingresso líquido de moeda estrangeira (em transações comerciais e financeiras) chegou a US$ 39,5 bilhões neste ano -US$ 15,5 bi superior ao total registrado em todo o ano passado.

O BC já comprou US$ 35,8 bilhões até meados de junho. É mais que o dobro dos US$ 14 bi adquiridos no mesmo intervalo do ano passado.

As reservas internacionais cresceram 16% e acumulam US$ 336 bilhões.

Na superfície, a coisa vai de vento em popa. A engrenagem subterrânea, porém, emite rangidos preocupantes. Até quem está lucrando acha que a coisa passou do ponto e o Brasil deveria adotar um controle cambial mais duro: "O país tem que fazer algo para evitar que a moeda se valorize ainda mais. Essa é a realidade", diz Kevin Daly, da londrina ‘Aberdeen Asset Management’, corretora que administra US$ 6,5 bilhões aplicados, por sinal, em mercados emergentes,entre os quais o Brasil é o de retorno imbatível...”

FONTE: cabeçalho do site “Carta Maior” (com informações da "Bloomberg" e de agências de notícias) (http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm) [imagem do Google adicionada por este blog].

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