Li ontem no jornal O Estado de São Paulo o seguinte texto de Roberto Godoy:
“Falha fez cargueiro ser identificado como invasor; foi escoltado até terminal militar e liberado
Um jato supersônico F-5M do 1º Grupo de Aviação de Caça, da Base Aérea de Stª Cruz, no Rio, interceptou ontem um DC-8 comercial ao largo do litoral, na altura de Cabo Frio. A aeronave, um cargueiro com 20 toneladas a bordo, era fretada pelo governo britânico. O caça brasileiro estava armado com mísseis e um canhão de 30 milímetros.
O avião seguia do Arquipélago das Malvinas-Falklands, no Atlântico Sul, rumo à Ilha de Ascensão, acima da linha da África. O piloto do cargueiro pretendia pousar em Cabo Frio para reabastecimento. Por uma falha na documentação ou por erro na comunicação, o jato foi classificado como invasor. Passava um pouco das 15 horas.
Um caça já estava no ar sete minutos mais tarde e realizou a interceptação logo em seguida, "provando a capacidade de resposta do sistema de alerta permanente da aviação de defesa aérea", segundo um oficial da FAB. O piloto não resistiu à ordem de acompanhar o caça. O DC-8 foi levado para o terminal militar do Aeroporto Internacional do Galeão, onde regularizou a situação e seguiu viagem. Até as 19h50, o episódio era tratado como informação sigilosa. O cargueiro, um quadrimotor dos anos 80, tem autonomia de 12 mil quilômetros. A versão de passageiros tem 250 assentos.
Durante a Guerra das Malvinas, em 1982, uma dupla de F-5 da FAB interceptou, também sobre o litoral do Rio, um bombardeiro Vulcan que havia sofrido uma pane no sistema de reabastecimento em vôo, depois de ter cumprido uma missão de ataque contra posições argentinas. O F-5M é resultado do programa de revitalização tecnológica do caça F-5E Tiger II, americano, comprado pelo Brasil ao longo dos últimos 35 anos em lotes sucessivos. Os primeiros 42 foram adquiridos por US$ 300 milhões em 1973.
O pacote mais recente envolve 11 aeronaves usadas, negociadas na Jordânia. Todas as 57 unidades contabilizadas da frota atual da FAB serão modernizadas pelo consórcio firmado entre a Embraer e a Elbit, israelense. O custo médio do programa é de US$ 280 milhões.
O F-5M opera com o radar principal Grifo-F, capaz de acompanhar vários alvos simultaneamente, definindo prioridades segundo o grau da ameaça. Há sensores secundários. Esse recurso eletrônico, associado ao registro frontal pequeno, decorrente do desenho esguio, permite que o caça se aproxime do inimigo sem ser detectado, garantindo um disparo seguro e limitando o tempo de reação. O F-5M voa a 1.800 km/h. Em missão de interceptação, leva dois mísseis de curto alcance e canhão de 30 mm.”
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Um comentário:
A Fab sobre o caso
http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?mostra=1939
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