Li ontem no UOL a seguinte notícia divulgada pela agência norte-americana de notícias Reuters, em reportagem de Raymond Colitt:
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu na quinta-feira que o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, abandone as opiniões antiquadas sobre a América Latina como uma terra de comunistas, terroristas e narcotraficantes.
Lula disse que Washington precisa ver os países latino-americanos como parceiros democráticos e não como problemas, e oferecer melhores condições comerciais para a região.
"Onde eles costumavam ver comunismo, terrorismo, eles têm de ver a força da democracia que existe nesta região", disse Lula a jornalistas quando questionado sobre suas expectativas quanto ao governo Obama, que toma posse na próxima terça-feira.
Embora o presidente George W. Bush tenha tentado fortalecer o comércio com a América Latina, ele bateu de frente com vários líderes esquerdistas da região, especialmente o venezuelano Hugo Chávez, e gastou bilhões de dólares na luta contra narcotraficantes e militantes marxistas da Colômbia.
Suas políticas em geral são populares na Colômbia, mas Bush tem baixíssima popularidade em pesquisas realizadas na maioria dos demais países latino-americanos.
Lula criticou Washington por recentemente suspender benefícios comerciais para a Bolívia, alegando falta de cooperação no combate ao tráfico de cocaína.
A Bolívia, país mais pobre da América do Sul, diz que perderá 21 milhões de dólares por ano em exportações têxteis para os EUA por causa dessa medida.
"Por que os Estados Unidos vetam a compra de têxteis bolivianos? Não há nada melhor para combater os traficantes de drogas do que o desenvolvimento econômico, a criação de empregos e a distribuição de renda", disse Lula após encontro com o presidente da Bolívia, Evo Morales, na fronteira entre os dois países.
Morales, um dos vários dirigentes esquerdistas que vivem às turras com Washington, disse que a Bolívia fez mais no combate às drogas do que outros países da região.
Lula afirmou que os EUA deveriam mostrar tanta preocupação com o consumo interno de entorpecentes quanto demonstram com a produção e o tráfico em outros países.
De acordo com ele, Obama deveria tratar os líderes latino-americanos como iguais eleitos legitimamente por seus povos. "Se ele assumir essa visão, as relações com a América Latina serão muito mais harmoniosas."
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