terça-feira, 16 de junho de 2009

COGITADO EM SP, CIRO COLECIONA ATAQUES À ELITE ESTADUAL

“Parece engraçado, mas não é. Cada vez que alguma força política ou político de renome se direciona para o lado do PT, imediatamente vira “bicho papão”. Quando o cara fica na seara dos tucanos, o bicho como que perde seu lado aterrorizador.

Veja o caso de Quercia, aliado hoje de Serra e Kassab. Quando fez movimento para o lado do PT, era assustador. Hoje é “interlocutor”, “hábil” e com grande potencial eleitoral.

Leiam o artigo embaixo sobre Ciro Gomes. Diferentemente dos outros presidenciáveis que ganharam páginas contrastadas no jornal Valor, com prós e contra, do momento que alguns começaram a pensar em lançá-lo candidato ao governo de São Paulo, virou o “bicho-papão”da vez. Parece que Serra usou palavrão pesado com o PSB perante o factóide da candidatura do seu desafeto.

Com Dilma o papo é a alta rejeição, com Ciro vai ser a mesma coisa sua alta rejeição. A arma suprema que sempre foi utilizada contra os que podem ameaçar a hegemonia tucana no Estado ou seu retorno ao poder no país. Era assim com Lula, é assim com a Marta, com Dilma e agora com Ciro. No caso do artigo embaixo a história é invocada, mas ninguém viu artigos como este quando do ex-aliado de Pitta, Gilberto Kassab, virou candidato de Serra a prefeitura de São Paulo. Eram histórias velhas. LF


Yan Boechat de São Paulo - VALOR

Antes de ter seu nome oficializado como candidato ao governo do Estado de São Paulo por uma coligação envolvendo o PSB, o PT e o PDT, o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) já fornece um estoque de munição considerável para os adversários o atacarem .

Ao longo da última década, o ex-governador cearense e ex-ministro da Fazenda no governo Itamar Franco declarou repetidas vezes que um dos maiores problemas do país é a elite econômica paulista .

Mesmo tendo nascido em Pindamonhangaba (SP), a cidade natal do ex-governador paulista Geraldo Alckmin, Ciro arrisca ganhar a pecha de “estrangeiro” que não gosta de São Paulo pelos partidos que disputarão o governo estadual, em especial o PSDB, que lutará para ficar mais quatro anos no poder.

Nos três partidos pelos quais transitou nos últimos 20 anos, Ciro sempre foi enfático em seus ataques ao empresariado paulista. Para ele, seu Estado natal, sempre colocou seus interesses particulares à frente dos interesses da federação.

Não são raras as frases do ex-governador cearense afirmando que o país é comandado por empresários paulistas. Em muitos desses episódios Ciro Gomes usou de sua conhecida verborragia para atacar os donos do capital do Estado mais rico.

Uma das mais controversas declarações de Ciro ocorreu em 2001, quase no fim do segundo mandato de FHC. Comentando sobre uma reunião que o então presidente havia tido com empresários paulistas, Ciro comparou o encontro a uma reunião da Operação Bandeirantes, a Oban, grupo paramilitar criado para combater movimentos de esquerda durante a ditadura militar.

Um ano depois, durante a campanha presidencial, Ciro voltou à carga, afirmando que o país ainda continuava sendo comandado por barões, sendo os atuais ligados ao sistema financeiro. “O atual modelo que concentra uma oligarquia de barões paulistas no poder precisa ser destruído”, afirmou o então candidato à sucessão de FHC em comício na cidade mineira de Sabará.

As críticas de Ciro ao empresariado paulista remontam até mesmo ao tempo em que era aliado de FHC, na época candidato à Presidência da República, com o apoio de toda elite econômica. O então ministro da Fazenda afirmara publicamente que os empresários de São Paulo estariam em complô contra o Plano Real.

As críticas à elite econômica de São Paulo continuaram ao longo dos últimos anos. Em 2006 Ciro Gomes afirmou que a “tragédia do Brasil é a classe dominante paulista”. A declaração foi motivada pelo fato de o deputado federal ter encontrado em um teatro de São Paulo a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, o atual secretário de cultura do Estado de São Paulo, João Sayad, e o governador de São Paulo José Serra. “Em São Paulo o PT e o PSDB são a mesma coisa”, disse ele na época.

Apesar de todas as críticas feitas à elite econômica paulista, Ciro recebeu mais de dois milhões de votos em São Paulo quando concorreu à Presidência da República em 2002. Percentualmente, teve um desempenho em São Paulo muito próximo de sua média nacional. Enquanto recebeu em todo o país 12% dos votos válidos, foi escolhido por 10% dos eleitores paulistas.”

FONTE: blog do Luis Favre, em 15/06/2009

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