terça-feira, 16 de junho de 2009

MAIOR SÓCIA DA PETROBRAS, BG VÊ PRODUÇÃO "EXPLODIR" COM O BRASIL

MAIOR SÓCIA DA PETROBRAS, BG VÊ PRODUÇÃO "EXPLODIR" COM O BRASIL

GRUPO BRITÂNICO PREVÊ QUE FATIA DO PAÍS NA PRODUÇÃO SALTE DE "ZERO" PARA 25%


“Há menos de cinco anos, a palavra Tupi soaria para britânicos como um exótico dialeto de uma região tropical. Em dez anos, a palavra pode significar lucros elevados para a BG, 27ª maior empresa do Reino Unido, segundo a "Forbes".

De importância zero, o Brasil passará a ser um dos três países de maior importância nas receitas com petróleo do grupo, graças à produção no pré-sal brasileiro. A BG é sócia da Petrobras em cinco áreas, entre elas Tupi, a primeira grande descoberta na bacia de Santos.

A BG prevê que sua produção crescerá 166% em 10 anos, de 600 mil barris, hoje, para 1,6 milhão de barris por dia, 25% extraídos do pré-sal. Hoje a empresa nada produz aqui.

À Folha, o vice-presidente global da companhia, Martin Houston, disse que o Brasil será, com Austrália e Cazaquistão, a locomotiva da BG. Estar nas cinco áreas do pré-sal com a Petrobras poderia ser encarada como um bilhete premiado, num momento em que grandes petrolíferas enfrentam declínio em suas reservas.

Houston disse que estar em uma das áreas mais promissoras de petróleo do mundo não foi por acaso. Segundo ele, a BG acreditava que o pré-sal tinha formação semelhante ao pré-sal africano. "Somos uma empresa de riscos. Mas confiávamos na existência de óleo", diz.

Nas áreas do pré-sal, a empresa investirá US$ 4 bilhões. Desde que chegou ao Brasil, em 1994, a BG já investiu US$ 1,5 bilhão. Boa parte na compra da Comgás, em 1999, com a Shell.

Segundo Houston, se forem realizados novos leilões no pré-sal, a BG deve entrar. A empresa calcula que o pré-sal seja viável com um barril a US$ 40.

O mercado tem respondido à presença da BG no pré-sal. Desde novembro, suas ações subiram 14% na Bolsa de Londres. Em Nova York, as ações de Shell e Exxon caíram, respectivamente, 7,2% e 6,4%.

Houston diz concordar com a decisão do governo de interromper os leilões para a concessão de novas áreas na região do pré-sal. "Não se conhecia antes seu potencial. O governo tem o direito de analisar o que fazer com seus recursos."

FONTE: reportagem de Samantha Lima na Folha de São Paulo de 15/06/2009

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