quinta-feira, 4 de junho de 2009

CORAGEM, VERSÃO 2009

“Já não se faz herói como antigamente.

No Brasil, o grande arroubo de "coragem" de um jornalista é escrever um artigo... puxando o saco do patrão. Não, coragem não tem aquele jornalista que contraria a direção da empresa em que trabalha, que coloca o pescoço a prêmio, que se bate pela verdade factual, que joga pela janela um salário de executivo de multinacional -- como foi o caso de Rodrigo Vianna, na TV Globo.

Recebe tapinhas nas costas de colegas aquele que mimetizou o patrão, o dono do jornal, que foi mais realista que o rei, que bajulou o patrocinador.

A quem interessa detonar o delegado Protógenes Queiroz? Ao banqueiro Dantas.

A quem interessa propagar as teses mirabolantes do presidente do STF, Gilmar Mendes? À elite branca de olhos azuis, na qual se inclui o patronato midiático.

A quem interessa a criminalização dos movimentos sociais? A todos os latifundiários. Os da terra e os da midia.

Quem é que faz campanha por José Serra? A Veja, a Folha, as Organizações Globo e assemelhados.

No entanto, não dá para escapar do que disse Leandro Fortes em um debate do qual participamos juntos em Curitiba, no programa Brasil Nação, que está aqui: muitos jornalistas se prestam a fazer um papel de fazer corar o Cláudio Abramo.

Como eles subestimam e ofendem a inteligência e a capacidade crítica de leitores, ouvintes e telespectadores!

O Rodrigo Vianna pegou um no pulo: ofendeu a blogosfera em particular e os pequenos empresários em geral, ao supor -- e é mera suposição, sem qualquer base factual -- que um pequeno empresário que receba verbas federais seja mais corruptível que um grande empresário, ou seja, o patrão dele.

O Eduardo Guimarães pegou outro, que indiretamente valorizou alguns brasileiros mais que outros. Um jornalista que EXIGIU a volta de Lula ao Brasil por causa do acidente com o avião da Air France mas não fez o mesmo quando uma enchente matou um número quase equivalente de brasileiros nas enchentes do Nordeste.

Dois exemplos do Brasil "branco, de olhos azuis", que só se preocupa em falar para o Brasil "branco, de olhos azuis".”

FONTE: Site “Vi o Mundo”, do jornalista Luiz Carlos Azenha

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