“Eu já passei por isso. Já senti isso na própria pele.
Eu era repórter da TV Globo. Estavam em andamento três CPIs no Congresso. A CPI do Mensalão. A CPI dos Correios. No Senado, a CPI do Fim do Mundo.
Eu acreditava piamente que as CPIs se destinavam a esclarecer.
Colaborei com uma delas, a CPI dos Correios, ao fazer uma denúncia de uso de caixa dois na campanha do PT em Goiás. Denúncia baseada em dados cristalinos. Mas estranhei: quando o acusado foi depor e disse que tinha ajudado outros partidos além do PT, a denúncia foi "arquivada".
Ou seja, vi com meus próprios olhos: acusar o PT, tudo bem; acusar o PSDB ou o PFL, aí não é notícia. Ou é menos notícia.
Isso em 2005/2006.
Agora, véspera de ano eleitoral, a manobra é a mesma. CPI das ONGs + CPI da Petrobras. É a oposição em campanha, com a colaboração da mídia corporativa.
Vale qualquer acusação. Publica primeiro para checar depois. O objetivo é estabelecer que a Petrobras é um tremendo cabide de emprego e que o "aparelhamento" serve ao atual governo.
Esse é o "modus operandi".
Um, de muitos exemplos: um jornal paulista publica que a Petrobras tem 1.150 jornalistas. A empresa desmente. Mas o jornal não publica desmentido com o mesmo destaque da acusação. Aliás, nem publica o desmentido.
A quem serve o jornal?”
FONTE: site “Vi o Mundo”, do jornalista Luiz Carlos Azenha, em 08/06/2009.
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