"Francamente, acho estranho que um filme sobre a vida de um presidente da República consiga atrair tanto esculacho: "é dramalhão, é tosco, é ruim". Tudo indica que eu não vá ver, por não ter paciência com o tema. Mas começo a gostar do filme pelos críticos que ele atraiu!
Lula, o Filho do Brasil é ficção roliudiana, se entendi bem. Apenas um filme. Qualquer semelhança com personagens da vida real é mera coincidência. Mas toca colocar repórter para investigar a relação de gente remotamente ligada ao filme e o governo.
Logo vão descobrir algum carrinho de pipoca em que o pipoqueiro vende maconha e vão culpar o filme por isso. Vão dizer que Lula, o Filho do Brasil incentiva o tráfico de drogas. Que incentiva o subperonismo. Que provoca lavagem cerebral. Que incentiva a caspa e o chulé.
Eu sabia da existência do ódio de classe no Brasil. Mas nunca imaginei que poderia chegar a esse ponto. Eles não só odeiam o Lula. Eles odeiam qualquer coisa que passe perto do Lula.
Não basta dizer que foi tudo sorte, foi tudo por acaso, que os oito anos de Lula foram apenas continuação de FHC, que Lula apenas esquentou a cadeira para José Serra. É preciso matar, salgar e enterrar.
Se os pobres brasileiros odiassem os ricos tanto quanto os ricos odeiam os pobres, o Brasil viveria um banho de sangue. Em não sendo assim, ficamos restritos a este espetáculo de manifestações explícitas e implícitas de preconceito de classe.
O filme pode até ser ficção grotesca. Mas provocou algo mais grotesco ainda, por ser real e revelador. Essa gente precisa, urgentemente, de um divã."
FONTE: escrito pelo jornalista Luiz Carlos Azenha e postado em seu blog "Vi o Mundo". Reproduzido hoje (23/11) no portal "Vermelho".
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