Brasil de Lula "quer ajudar" a vencer impasse no Oriente Médio
"Mahmoud Abbas, na sexta-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a questão do Oriente Médio "nã é alheia" ao Brasil, que "quer ajudar" a resolvê-la. Lula recebeu em Brasília, na semana passada, o presidente de Israel, Shimon Peres; e recepciona na segunda-feira que vem (23) o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, fechando um ciclo de interlocutores decisivos para o debate sobre a longa crise.
"A paz e a estabilidade no Oriente Médio interessam à Humanidade. E tudo que interessa à Humanidade não nos é alheio. O Brasil quer ajudar a construí-la. Estou convencido de que o processo de paz se beneficiará da contribuição de outros países, além dos que tradicionalmente estiveram envolvidos", disse Lula na saudação a Abbas.
A disposição para "ajudar a paz" não impediu que o presidente brasileiro tomasse posição nítida diante dos problemas estruturais e conjunturais que a ocupação das terras palestinas por Israel tem causado. Lula reafirmou o apoio brasileiro a um Estado palestino e condenou a expansão das colônias israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
"A paz justa e duradoura na região depende do estabelecimento de um Estado palestino próspero, coeso e sem restrições, que garanta a segurança de Israel e que tenha seus direitos e os de sua população respeitados. A comunidade internacional não pode se conformar com menos do que isso", destacou o governante brasileiro.
"A expansão dos assentamentos na Cisjordânia deve ser congelada. As fronteiras do futuro Estado palestino devem ser preservadas. Os palestinos devem ter maior liberdade de circulação nos Territórios Palestinos Ocupados. A situação humanitária na Faixa de Gaza é insustentável. A dignidade humana não pode continuar a ser ignorada", agregou Lula.
O presidente brasileiro voltou a destacar a principal credencial de seu país para ajudar a solucionar o conflito: a condição de país plural e mestiço, onde mais de 10 milhões de descendentes de árabe-palestinos coexistem com uma "pujante colônia judaica". Deu como exemplo o governador da Bahia, Jacques Wagner, do PT, que é de ascendência judaica.
Tratada em tom de mofa nos círculos midiático-oposicionistas, e suas conexões no mundo diplomático, a disposição brasileira de contribuir para uma solução negociada no Oriente Médio tem sido levada a sério pelos interlocutores da própria região. Dificilmente, porém, avançaria no atual cenário político israelense, onde a impressão que se tem é que a linha George W. Bush está mais viva e petulante do que nunca."
FONTE: encontra-se hoje (21/11) publicado no portal "Vermelho".
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