quinta-feira, 5 de novembro de 2009

PATRUS E O BOLSA FAMÍLIA: O PROBLEMA NÃO É A SAÍDA. É A ENTRADA

"Eles acham que a gente gasta muito dinheiro com os pobres"

Entrevistei o Ministro do Combate à Fome, Patrus Ananias, no programa da Record News que foi ao ar às 22H, ontem (03).

Patrus anunciou que vai disputar com o ex-prefeito Fernando Pimentel a indicação do PT para governador de Minas.

Mas, o tema da entrevista foi o Bolsa Família, que ele comanda desde janeiro de 2003.

De tom normalmente sereno, Patrus se exaltou quando perguntei sobre a crítica de que o Bolsa Família não tem “porta de saída”.

Ou seja, as pessoas entram e não saem: ficam ali no “Bolsa Vagabundagem”, como disse certa vez o senador DEMO Agripino Maia.

Patrus mostrou que 4 milhões de pessoas já deixaram o Bolsa Família.

Deixaram porque ultrapassaram o teto mensal de R$ 140 por membro da família beneficiada.

Ou porque, na soma da renda familiar, ultrapassaram o teto de R$ 200.

Segundo uma pesquisa do Ipea, a partir de dados da PNAD de 2006, 77% dos beneficiados pelo Bolsa Família trabalham.

Além disso, Patrus criou o programa “Próximo Passo”, que ensina a membros do Bolsa Família profissões que sejam úteis nas obras do PAC ou na indústria do turismo.

Patrus diz que está preocupado não é com “a porta de saída”, que tanto aflige a urubóloga Miriam Leitão, mas com “a porta de entrada”. Ou seja, com a fome e a pobreza.

Amigo navegante, o benefício mínimo do Bolsa Família é de R$ 68 MENSAIS !

R$ 68 mensais, para famílias que tenham renda de até R$ 70 POR MÊS !

E os DEMO-tucanos e seus colonistas (*) do PiG (**) tentam impor um PUM (***), que consiste em dizer que o Bolsa Familia sustenta vagabundos e inibe a criação de empregos, como fez, recentemente, a primeira página do Globo.

O Bolsa Família atende 12 milhões de famílias – ou 48 milhões de pessoas.

A mãe só recebe o benefício se comprovar que o filho frequentou 85% das aulas e tomou vacina no posto de saúde da cidade.

Não é verdade, como diz o PUM (***) do PiG (**), que o Bolsa Família seja um programa do Nordeste, o que explicaria a popularidade do presidente Lula na região.

O Bolsa Família está em todos os municípios do Brasil.

O próximo passo será pagar os benefícios em agencias bancárias da Caixa Econômica.

E promover a “banqueirização” dos pobres.

Isso já deu um premio Nobel da Paz (****)

Simultaneamente, o Bolsa Família começa a incentivar operações de microcrédito através da Caixa e do Banco do Nordeste, pioneiro nessa área, com o Crediamigo (*****).

Patrus confirmou uma história que Mauricio Dias contou na Carta Capital.

O presidente Lula sugeriu a Patrus que visitasse os donos dos principais órgãos de imprensa, o PiG (**), para explicar o Bolsa Família.

Lula estaria preocupado com a cobertura tendenciosa que o PiG (**) faz do Bolsa Família.

Na volta, Patrus vai a Lula e Lula pergunta: e aí, como foi ?

Patrus respondeu: "eles acham que a gente gasta muito dinheiro com os pobres".

Em tempo: um amigo meu, mineiro como Patrus, diz que se o Zé Pedágio fosse eleito venderia o Bolsa Família ao WalMart…

(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (***) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(***) PUM é o Pensamento Único da Mídia.

(****) É o Grameen Bank, de Bangladesh http://en.wikipedia.org/wiki/Muhammad_Yunus.

(*****) O Crediamigo do Banco do Nordeste beneficiou mais de 766 mil pessoas espalhadas por 1.481 municípios, nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. De acordo com dados da instituição, em 2007, o percentual de mulheres que pegaram empréstimo para abrir ou investir em um negócio próprio foi de 64% contra 36% de homens. Mais de 45% dos empréstimos junto ao banco variam entre R$ 600 e R$ 5 mil. O BNB registra que 61% dos clientes passaram entre 5 e 11 anos na escola. A inadimplência varia entre as regiões, por exemplo no Distrito Federal, em 2007, foi de apenas 1,81% do total de crédito emprestado.

Os clientes são, em sua maioria, pessoas que trabalham por conta própria, em negócios de pequeno porte, e se caracterizam por dispor de um mínimo de capital fixo, utilizar poucos trabalhadores – familiares ou assalariados, registrados ou não – e por participar diretamente da atividade. A principal ocupação econômica registrada é no comércio com 92%, em seguida vem serviços com 6% e indústria com 2%. O empréstimo é aplicado em negócios como vestuário, perfumaria e cosméticos, bebidas entre outros.

O Crediamigo atua associado ao Bolsa Família, de maneira rápida e sem burocracia, graças à metodologia de aval solidário, que consiste na união de um grupo de empreendedores, interessados em obter o crédito, assumindo a responsabilidade conjunta no pagamento das prestações. Daí o termo “solidário”. Em um grupo solidário todos respondem pelo crédito, sendo cada empreendedor avalista do outro. E quem escolhe os componentes do grupo são os próprios empreendedores.

A metodologia do aval solidário consolidou o Crediamigo como o maior programa de microcrédito produtivo orientado do país."

FONTE: escrito por Paulo Henrique Amorim e publicado no portal "Conversa Afiada".

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