sexta-feira, 19 de março de 2010

COMO OS "DISSIDENTES" CUBANOS SERIAM TRATADOS EM OUTROS PAÍSES ?

"Em Cuba, existem cerca der 50 pessoas a quem os grandes meios de comunicação classificam como "presos políticos", "presos de consciência" ou "dissidentes". Os governos dos países mais poderosos e ricos do mundo se apóiam nesse argumento para pressionar o governo cubano e forçar mudanças na ilha de acordo com seus interesses políticos e econômicos. A conhecida e prestigiosa organização Anistia Internacional também qualifica com estes termos estas pessoas. Porém, o que há de correto em tudo isso?

É preciso recordar que nenhum dos chamados "dissidentes" foram penalizados por delitos de opinião, mas por sua colaboração direta com o governo dos Estados Unidos por diferentes meios, basicamente a recepção de fundos econômicos.

Essa superpotência, cuja economia representa hoje cerca de um terço de toda a economia mundial, mantém um bloqueio econômico que provoca graves privações à população da ilha e que já foi condenado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 18 ocasiões. Além disso, protege em seu território pessoas responsáveis por centenas de vítimas de atos terroristas na ilha e mantém ocupada uma parte do território do país, a Baía de Guantânamo, contra a vontade expressa do povo e do governo cubanos.

Quer dizer, o governo dos Estados Unidos mantém uma guerra aberta e declarada contra Cuba, com o objetivo de derrubar o sistema político e social vigente na ilha. Para isso, destinou, só nos anos 2007 e 2008, US $ 45,7 milhões para os chamados "dissidentes", e outros US $ 100 milhões para organizações radicadas nos Estados Unidos que atuam, em muitos casos, como financiadores intermediários dos mesmos.

Os delitos dos chamados " dissidentes", portanto, não têm nada a ver com a liberdade de expressão, mas com colaboração com uma superpotência estrangeira inimiga.

Mas o que aconteceria em outros países com pessoas com atuações semelhantes?

O Código Penal dos Estados Unidos prevê uma pena de 20 anos para quem preconize a derrubada do governo ou da ordem estabelecida. Estipula 10 anos de prisão para quem emita "falsas declarações", com o objetivo de atentar contra os interesses dos Estados Unidos em suas relações com outra nação. E pena de três anos para quem "mantenha (...) correpondência ou relação com um governo estrangeiro (...). com a intenção de influir em sua conduta (...) a respeito de um conflito ou uma controvérsia com os Estados Unidos".

O Código Penal espanhol castiga com pena de 4 a 8 anos a quem "mantiver relações de inteligência ou relação de qualquer gênero com governos estrangeiros (...), a fim de prejudicar a autoridade do Estado ou comprometer a dignidade ou os interesses vitais da Espanha". Prevê pena de 10 a 15 anos aos responsáveis por crime de "rebelião", aplicado a quem se "levante violenta e publicamente" com objetivos como: derrubar ou modificar a Constituição, destruir ou suprimir faculdades do rei da Espanha.

A França castiga com pena de até 30 anos e multa de € 450 mil "o feito de manter relações de inteligência com uma potência estrangeira, (...) com vistas a sucitar hostilidades ou atos de agressão contra a França".

A Itália sanciona com pena entre 3 e 10 anos o " cidadão que, inclusive indiretamente, receba (...) do estrangeiro (...) dinheiro ou qualquer outro artigo (...) com o objetivo de cometer atos contrários aos interesses nacionais", com um incremento de pena se "o dinheiro (...) se entrega ou se promete mediante propaganda na imprensa".

Em qualquer um dos citados países, e em outros não mencionados, os denominados "dissidentes" cubanos receberiam, então, penas muito superiores que aquelas recebidas por seus delitos em Cuba. Contra todos eles (os dissidentes), ficou provado o recebimento, direto ou indireto, de fundos do governo dos Estados Unidos e colaboração com a política de guerra contra a ilha.

O pesquisador francês Salim Lamrani define a Anistia Internacional como uma organização "reconhecida por sua serenidade, profissionalismo e imparcialidade", porém critica seu tratamento em relação a Cuba. "A Anistia Internacional faria bem em reconsiderar seu juízo a respeito daqueles que considera presos de consciência em Cuba, pois ter duas medidas é inaceitável", afirma o professor."

FONTE: texto "Kaos en la Red", tirado de vídeo produzido por "Cubainformación". Publicado no portal "Vermelho".

3 comentários:

Probus disse...

Não acredito!!!

Até tu Brutus???

O feitiço se volta ao feitiçeiro!!

"Em Havana, músicos de Porto Rico criticam bloqueio dos EUA

Ganhadores de 12 prêmios Grammy, a dupla de músicos porto-riquenha Calle 13, que chegou nesta segunda-feira (22) em Havana, criticou o embargo norte-americano a Cuba e pediu a libertação dos cinco cubanos, presos nos Estados Unidos desde 2001. René Pérez, “Residente”, e Eduardo Cabra,“Visitante”, como se autodenominam os artistas, farão um show gratuito nesta terça (23), após várias tentativas frustradas."

"Qualquer tipo de embargo é ruim. Os que existem em Porto Rico não nos afetam, somente quando decidimos vir para cá", disse Pérez. Porto Rico, oficialmente chamado Estado Livre Associado de Porto Rico, é um território autonômo dos EUA e, dessa forma, as medidas econômicas, financeiras e comerciais adotadas por Washington contra Cuba também são vigentes na ilha caribenha."

"O grupo precisou cancelar em dezembro de 2009 uma visita à capital cubana após ter o visto de viagem negado pelas autoridades norte-americanas."

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=11&id_noticia=126276

Unknown disse...

Prezado Eugênio,
Coitados dos portorriquenhos...Tiveram que abdicar até da identidade nacional. Estávamos no mesmo caminho nos anos 90 demotucanos.
Maria Tereza

Probus disse...

Não sei, doce Maria Tereza... mas, algo me diz que o mundo já não é mais o mesmo.

E o bicho está pegando na inconstante Turquia, no sinistro Vaticano, na Colômbia, Itália, Grécia, Coréia, Rússia, Paquistão, Irlanda, Nigéria, Marrocos...e, e, e, nas ELEIÇÕES Iraquianas.

Lembro mais uma vez do "dólar de araque" de Wall Street, em 2008. O mundo inteiro vê quem é o tio hoje, sejam nos países árabes, Japão, Canadá, França, Alemanha, Reino Unido. E o tio quer se garantir no BRIC através do BraSil e, vai quebrar a cara. Quero ver o tio e o panda como vai ficar...

O CALC e o ASPA são mais do que bem vindos. E escutar novamente o nome MERCOSUL na voz de Litha ontem me emocionou. Indico em nove partes:

RODA VIVA - LYTHA SPINDOLA 01/09
http://www.youtube.com/watch?v=AHLJUnrYUwA

E Lula está fechando aliança com Israel com o bloco Sul-Americano, nota DEZ, pro comércio.

Veja que o $$$$ de plástico trouxe uma visão SOCIAL e POLÍTICA também. Pois, doeu no bolso do MUNDO todo.

Retaliações comerciais...

Iraque e Afeganistão...

Questão Honduras...

Mossad/Dubai...