quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O SEMINÁRIO CONVERGÊNCIA DE MÍDIA

FUTURO DA CONVERGÊNCIA ESTÁ NA FIBRA, DIZ ESPECIALISTA

“Durante o Seminário Internacional - Comunicações Eletrônicas e Convergência de Mídias, que ocorreu ontem e hoje, em Brasília, o chefe da Divisão de Informação, Comunicação e Política do Consumidor da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Dimitri Ypsilanti, afirmou que a organização que representa espera que o Brasil participe de reuniões, como observador, e que o governo envie representante a Paris.

Para Ypsilanti, a infraestrutura é importante para a questão da convergência e que, tratando-se de alta velocidade, a fibras são boas opções. Hoje, os novos atores do mercado estão fornecendo conteúdo também, o que muda a configuração da economia. "A maioria dos fornecedores estão entre 50 e 100 canais de TV e nós estamos analisando como as pessoas estão obtendo seus meios de comunicação", disse.

Segundo o representante da OCDE, há migração da TV para as mídias da Internet, e todas as capacidades tecnológicas são importantes e relevantes para a economia. "De acordo com nossa perspectiva, vemos que a informação e as tecnologias de comunicação e informação estão tendo implicações nas atividades macroeconômicas". Nesse sentido, a convergência não quer dizer apenas questões de transmissão, pois há várias oportunidades para a educação e para a economia.

Ypsilanti explicou também que o Brasil já está numa etapa avançada, em que, assim como alguns países membros da OCDE, foram criados mercados competitivos, separando os correios das telecomunicações. Mas, com a crescente integração de serviços, deve-se optar por tecnologias que favoreçam a competitividade no mercado.

Os países da OCDE adotaram marcos reguladores semelhantes para promover a concorrência e a interconexão, assim como modelos parecidos para, assim, assegurar mercados transparentes e o acesso a serviços que não eram monopolizados. Ypsilanti acredita que o mercado hoje está coeso, "onde as coisas agora mudam de maneira significativa". Essas mudanças estimulam o crescimento da banda larga - entre 1997 e 2009, o crescimento de intensificou.

Sobre o uso de fibras, Ypsilanti comparou com o uso do trem bala em alguns países, como a França. "Os governos têm escolhido tecnologias em alguns setores, mas aqui falamos de um mercado mais concorrido. E algumas tecnologias não dão suporte para criar competitividade, não facilitam a criação de concorrência", avaliou.

Em Cingapura, por exemplo, há investimento alto para instalação de fibras em 90% das casas, com 7% tendo acesso a internet sem fio. Na Austrália, terá uma cooperação estatal e depois todas as outras empresas irão comprar acesso no atacado, assim como no Reino Unido e na Suécia. No caso da Itália, há a separação operacional.

Com relação à topologia das fibras, há a de ponto-a-ponto, que é um sistema mais fácil para a concorrência, pois simplesmente puxa a fibra do servidor para uma casa. Já a tecnologia de ponto para multiplos pontos é mais difícil e exige mais investimentos, pois, neste caso, a fibra vai para um centro de distribuição. Sempre que um novo assinante surge, e se conecta, o cabo deve ser dividido para três, gerando maiores desafios.

Ypsilanti ainda disse que o sistema “Very-high-bit-rate Digital Subscriber Line” (VDSL) não é uma opção economicamente viável para o longo prazo. Quanto à fibra a domicílio, muitas pessoas gostam, mas há limitações no custo; um dos desafios é tentar decidir quais são as melhores práticas para isso e quais as opções válidas. O especialista também afirmou que a crise econômica de 2008 acabou fazendo com que os países da OCDE incluíssem fundos para tecnologia. Os franceses criaram novas portas de acesso e estabeleceram acordos com operadoras para ter acesso a apartamentos (o ocupante do apartamento pela primeira vez libera acesso para futuros moradores).

Ypsilanti concluiu alertando que a fibra é a base para as redes futuras e para o desenvolvimento da convergência. Para isso, a concorrência deve ser estimulada.”

FONTE: reportagem de Bruno de Pierro, do “Brasilianas.org”, publicada no blog “Luis Nassif Online” (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-seminario-convergencia-de-midia-0#more).

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