segunda-feira, 15 de novembro de 2010

RIO VOLTA A SER GRANDE CENTRO DE PESQUISAS

Editorial O GLOBO

“A economia do século XX está alavancando a do século XXI no Rio de Janeiro. Essa é uma boa síntese usada pelo secretário estadual de Desenvolvimento, Júlio Bueno, para definir o atual momento do Rio (estado e capital).

Uma série de centros de pesquisa e laboratórios transformará a Ilha do Fundão em um dos mais importantes polos de desenvolvimento tecnológico do continente.

O petróleo foi, sem dúvida, a principal fonte de atração desses centros de pesquisa.

Mas, como a Ilha do Fundão também abriga diversas outras áreas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a possibilidade de uma interação acadêmica, universitária e empresarial mais abrangente nessa região da cidade será enorme.

Os novos centros de pesquisa estancam, e até invertem, um processo angustiante que a cidade vivera nas últimas décadas,de fuga de cérebros. O Rio sempre concentrou renomadas companhias de engenharia, especialmente no segmento de projetos, e muitas desapareceram ou daqui migraram, por falta de oportunidades.

A exploração de petróleo no mar forçou um avanço da fronteira da tecnologia no setor, e tudo isso está acontecendo na costa do Rio. Várias empresas começaram a se env o l v e r d i re t a m e n t e nesse processo, e os núcleos de pesquisa em torno da UFRJ na Ilha do Fundão acabaram criando o ambiente adequado para que companhias como a Schlumberger, FMC, Baker Hughes, Usiminas, Repsol, e agora a GE, tomassem a decisão de instalar no local unidades de desenvolvimento de tecnologia.

A mudança está relacionada a um quadro geral de revitalização da economia fluminense e da própria cidade do Rio de Janeiro. Não é possível separar os centros de pesquisa dos novos empreendimentos industriais, seja na construção naval, na siderurgia, na petroquímica, na área automotiva, ou em segmentos de infraestrutura e logística. Nem não associálos ao esforço para se combater a violência, restabelecer a ordem urbana com progressiva melhora das condições de habitação, transporte e serviços básicos.

Já como reflexo desse esforço, e também como uma forma de acelerá-lo, o Rio voltou a atrair importantes eventos internacionais, começando no ano que vem e que culminarão com os Jogos Olímpicos de 2016.

O Estado do Rio — especialmente a capital e a região metropolitana — está longe de resolver seus graves problemas. Há muito que ser feito para que o Rio reconquiste o título de Cidade Maravilhosa. E não há mais como se pensar na capital isoladamente.

Embora formada por unidades administrativas diferentes, existem muitos pontos possíveis de integração na região metropolitana. O chamado bilhete único nos transportes é um desses exemplos. Assim como em rodovias e ferrovias, atividades integradas na região metropolitana podem ser estendidas a áreas como meio ambiente e saúde. E obviamente o interior deve ser favorecido com essa recuperação, até porque a região metropolitana é geradora de uma renda da qual o conjunto do estado pode se beneficiar.”

FONTE: Editorial do jornal “O GLOBO” transcrito no blog de Luis Favre (http://blogdofavre.ig.com.br/2010/11/rio-volta-a-ser-grande-centro-de-pesquisas/).

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